Capítulo 20: O caminho que escolhi

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Um dos exorcistas continuava a atirar, usando os projéteis para atrasar a aproximação do oponente. Infelizmente, foi em vão. Megumi continuava a avançar, segurando as balas em sua mão e as olhando com desdém. A palma da mão da garota sangrava mas as feridas regeneravam-se em uma velocidade absurda, em questão de segundos estava totalmente curada. Os passos dela eram firmes, sem tirar os olhos dos alvos. Seu olhar expressava uma fúria fora do comum que intimidava qualquer um. Mesmo assim, os exorcistas estavam firmes e um deles criou várias lanças de luz.

- Precisamos contê-la. – Ele disse jogando as lanças em direção à jovem.

Ela jogava o corpo para os lados agilmente, dando mortais para trás e segurando algumas lanças. Os longos anos de treino em artes marciais foram bem úteis unidos ao poder monstruoso de um demônio. Um de seus oponentes criou uma rígida barreira de luz entorno do corpo da garota, essa barreira era espessa e a luz enfraquecia qualquer demônio. Megumi se ajoelhou, apoiando a mão sobre o chão e olhando para baixo com as longas mechas de seu cabelo cobrindo o rosto. Era perceptível, apenas, um sorriso de canto em seus lábios expondo as presas afiadas.

Megumi ergueu seu corpo e deu um soco na barreira, causando fortes rachaduras nela. Os exorcistas recuaram assustados e preparando o próximo ataque. O segundo soco foi o suficiente para deixar a barreira em pedaços e a garota continuou a avançar enquanto estalava os ossos da mão.

O olhar vermelho como sangue, as orelhas levemente pontudas, a cauda afiada e a forma de agir lembravam muito um certo demônio. Um demônio que o Vaticano teve sérios problemas para mandá-lo de volta para o inferno.

- Vamos tentar um feitiço mais forte. – O homem de branco, líder deles, dizia seriamente. – É a hora de colocar todo o nosso poder à prova.

- Isso, vamos lá. – Seu colega concordava com o plano, era a única opção que restava.

Os três exorcistas ficaram em cantos distintos, formando um triângulo isósceles onde o demônio encontrava-se no centro. Eles se ajoelharam, tocando o joelho direito e a mão direita no solo. Todos estavam de cabeça baixa, conjurando algum tipo de feitiço durante aquele ritual de exorcismo. Suas vozes tornaram-se unificadas, soando como o belo canto dos anjos por causa da melodia formada pelo modo que manipulavam seus timbres.

Uma linha dourada era traçada entre os homens, formando o desenho do triângulo. Essa linha brilhava cada vez mais até criar imensas paredes douradas, quase transparentes. Megumi dava socos na barreira feita mas era em vão, seu poder não chegava aos pés do ritual de exorcismo que ocorria. Ela sentia sua pele arder, os chifres sumiam e logo estava com as características humanas. Seu corpo estava fraco, mal podia se levantar e mover um braço. Era como se aquela luz sugasse lentamente sua vida.

A visão da garota ficou turva, não reconhecia as silhuetas ao seu redor. Cuspia um pouco de sangue enquanto fechava aos poucos os olhos. Era inútil lutar contra tamanho poder. Por outro lado, os exorcistas também gastavam uma quantidade considerável de energia e isso era perceptível pelo sangue que escorria de seus nariz. Porém, eles não podiam recuar e iriam até o fim matando o demônio.

O cântico dos anjos continuava a ecoar por aquela espaço, parece que o tempo havia parado para todos ali presentes. O único exorcista que ficou de fora – aquele que lutou contra Laylah – observava todo o ritual, sentindo a nostalgia invadir o seu peito. Esse era um golpe muito poderoso que foi ensinado pelos arcanjos aos exorcistas. Um ritual antigo e eficiente. Era quase impossível haver falhas, exceto se um demônio de poder imensurável interferisse.

Não toquem no meu sacrifício.

Uma voz extremamente estridente ecoava na mente dos homens ali presentes. Ela causava uma dor de cabeça insuportável. O ambiente mudou, como se todo o local fosse tomado por uma imensa energia negativa.

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