Desculpem a demora nas postagens...
Beijuus e Comentários.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Se ele tivesse vivo estaria com 5 ou 6 anos? Teria a cara do pai? Ou puxaria a mim?
Nunca saberei. Se menino fosse teria qual nome? E se menina fosse?
Às vezes sonho com uma criança em meu colo, sorrindo, como agora. Não tenho filho, ele não vingou. Algo tirou isso de mim. Alguma coisa tirou ele de mim. Alguém atirou em vocês!
Bang!!! Acordei num susto, passando a mão na minha barriga procurando por sangue.
Minha respiração estava acelerada. Olhei para os lados, estava sentada em um carro, o cheiro de um perfume amadeirado tomava conta do lugar, os vidros estava abertos e cheiro de mar chegava às minhas narinas trazido pelo vento.
Respirei fundo. Percebi os aros prata da marca do carro em alguns lugares.
Banco de couro e acabamento de primeira. No entanto, no banco de trás há brinquedos.
- Douglas - resmunguei.
Fechei os olhos e lembrei da última frase: - Me perdoa por ter atirado em você e em seu filho. Foi ele que atirou em mim e matou o meu filho.
Minha relação com ele já era ruim.
Ele acobertava as ações do Pepê, sendo promotor de justiça e com o irmão policial, eles deram ao Pedro o ambiente favorável para que sua liderança de firmasse na ponta.
Certo que por um tempo, depois que saí do hospital eu me beneficiei com o cenário. No entanto, estudando e lendo, me tornando mais consciente das coisas, percebi o quanto isso tudo fazia mal.
Para dá um cala-boca, o Pepê aceitou a minha sugestão de montar a ONG, me deixando quieta e longe das atividades com o promotor.
Passei a mão na barriga novamente e senti o local da cicatriz, com a incisão para controlar a hemorragia. Além de perder meu filho, perdi um rim. Tenho que procurar os médicos periodicamente para fazer todos os exames e acompanhar minha vida renal de mais perto do que a maioria das pessoas.
Coloquei a cabeça no encosto do banco fechei os olhos e pedir força à Deus.
Consegui vê do vidro fumê onde estavam os homens que provavelmente me deixaram ali. Desci do carro e percebi que realmente estava na orla da cidade, do outro lado de onde deveria estar.
Coloquei a bolsa no ombro e vi que horas eram pelo relógio. Uma das sombras veio em minha direção com a mão no bolso.
- Você desmaiou no meio da rua.
Olhei em volta.
- E me trouxe para um local isolado para ser mais fácil dar sumiço em meu corpo.
Ele soltou o ar, e vi sua impaciência.
- Estamos na orla, com pessoas passando atrás de nós - dei de ombros.
Seguia para o lado da pista.
- Onde você vai?
- Para casa... Já perdi meu treino...
- Temos que conversar.
Me voltei com ele com raiva, ao invés de segui para pista fui em direção ao mar.
- Temos nada... O que você me disse mais cedo, só prova o que já sabia de você!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tempos de Dança: Renascimento e Redenções
RomanceRemissão, era tudo que Djane queria. Ficar em seu canto, cuidando da ONG que criou para ajudar aqueles que como ela, uma dia, precisam de orientação, segurança e paz. Ficar em seu canto, ajudando sua irmã a ser a musicista que sempre sonhou. Ficar...