Capítulo 19: Pressentimento de Onça

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Brigada por me ler.... :)

Estrelinhas e Comentários.

Beijuusss

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Minha cabeça girava, tinha gosto de guarda-chuva na minha boca, respirei fundo e senti cheiro de flores.

- Amiga de mamãe, melhor? – senti a mão quentinha de uma criança em minha testa.

Abri os olhos lentamente, ainda me sentia sonolenta.

- Irisha? – a criança em minha frente se parecia com ela, estava agarrada à uma boneca de pano.

- Não, não é a Tia Shasha – ela sorriu.

Respirei fundo devagar para a cabeça não explodir. Lembrei

Na casa da Analice e do Douglas.

Esta é a filha deles, a Emília.

Comecei a lembrar da noite anterior.

Levantei meu tronco e me acomodei na cabeceira.

Ela me olhou desconfiada.

- Eu sou a Jane, amiga de sua mamãe.

- Eu, Menina da mamãe, Emília.

- E essa linda? – apontei para a boneca.

- É a Menina de Emília, Babu – ela sorriu – quer brincar?

Assenti levemente com a cabeça.

Ela subiu na cama e começamos a brincar.

O quarto estava numa penumbra quebrada pela porta meio aberta. Respirava devagar para conter a dor de cabeça e responder a doce Emília.

Aos poucos fui lembrando do dia anterior.

Depois que chorei um pouco não só por causa do Kalvin, mas por tudo que aconteceu naquela manhã, resolvi por as coisas no eixo.

Girei o meu corpo e fui direto para a caixa empoeirada.

Tinhas uns trecos que não reconheci, portanto, imaginei que fossem do Andrada.

- Ainda bem que não tem baratas ou aranhas. Pelo meno nisso eles pensaram ao guardar a caixa.

Continuei cavando as coisas de lá. Um álbum de figurinhas de uma copa esquecida, uma agenda escolar. Ingressos de shows, fotos de mulheres nuas, calendários, isqueiros, contas, extratos de banco, jogo do bicho, anotações... tranqueiras e mais tranqueiras.

Um monte de tranqueiras.

Finalmente cheguei numa base de papelão que separava as duas sessões dentro da caixa. A segunda era do Washington.

Aí reconheci algumas coisas.

Chaveiro, cinto, porta cigarros, foi com ele que aprendi a fumar. Respirei fundo.

Algumas revistas, que já tinha visto na biblioteca e que não me ajudaram. Mas entre elas estavam outras que não conhecia. Eram edições em italiano de economia e esporte.

Ele falava italiano? Ele lia em italiano?

"Isso é novidade"

Coloquei as revista numa pilha, em cima da mesa.

Na caixa ainda tinha fotos minhas com ele e a Gaby. Suspirei.

"Merecíamos algo melhor."

Uma pasta escura me chamou atenção, nela havia os desenhos e atividades que a Gaby fez com ele. Suas primeiras letras, desenhos, textos do quebra cabeças que ele deixou como pista.

Tempos de Dança: Renascimento e RedençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora