Capítulo 45: Corações Quebrados

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Sem muitas palavras... vai mais um cap...
Beijuuuss
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Acordei de madrugada procurando pela Djane.

Ela não estava na cama, a luz do banheiro não estava acesa e a varanda estava fechada. Fiquei preocupado em ela ter se sentido mal e eu não ter percebido. Depois que fizemos amor, conversamos sobre algumas coisas e apaguei sob o efeito de seu carinho em minha cabeça.

A última coisa que lembro foi um eu te amo sussurrado por ela.

Vesti uma calça flanelada e descalço, saí do quarto. Segui pelo corredor e vi que no final dele, que leva até uma saleta, uma luz e uma música ecoava baixinho. Meu coração bateu mais forte e aliviado. Ela estava bem.

Ela acompanhava uma música em português que saia de seu celular, balançando-se ao seu som, segurava sua barriga, um braço na parte de cima e outro embaixo.

Estava linda, vestindo uma camisa folgada que chegava até parte das coxas. Os cabelos curtos bagunçados, que combinavam com seu jeito daquele momento.

Parei no batente e fiquei observando-a dançar e ninar nossas crias, bem protegidas em seu corpo.

A música tinha um piano bem bonito no fundo, me chamando atenção num trecho que dizia, “vi um avião, se espelhar”. Entendi a palavra avião. Inspirei fundo por lembrar do papai. Voar era a vida dele.

A música terminou e ela se deu conta que estava ali.

- Não queria te acordar - sorriu – parecia que não dormia há anos.

Me aproximei e a tomei em meus braços.

Beijei seus lábios.

- Elas não dormem como o pai? – perguntei.

- Parece que não. Danço para se acalmarem e me dar uma folga.

Beijei sua testa e inspirei seu cheiro.

- Me acalma? Dança comigo? – ela balançou a cabeça – a música de antes?

- Adriana Calcanhoto... Inverno? – ela colocou a música de novo.

Sorri como resposta. Devagarzinho, agarrados, nos entregamos à doce música. Eu a abraçava bem firme e ela não me largava cantando baixinho a música.

- O que ela significa?- perguntei.

Ela me lançou um olhar iluminado.

- Significa que admito que minha vida sem você é um inverno sem fim. Que desde o dia que te conheci as possibilidades das coisas existem e que tudo é possível. Sem você, até uma cidade quente, como o Rio, se torna fria e sem graça.

Não resisti e a beijei.

- Me sinto da mesma forma.

- Elas dormiram - ela fez sinal de silêncio com o dedo na boca.

Lindas!

- Quero te mostrar uma coisa antes de voltarmos para o quarto, pode ser?

A puxei pelo corredor até uma porta fechada, mas não trancada.

- Esse é o meu quarto que dividia com o Kelvin na infância. Ele permanece o mesmo. Mamãe nunca quis mexer nele, até mesmo porque de vez em quando me encontro com o Kel aqui.

- Se encontram?

- Quando precisamos conversar e por as ideias em ordem. Retomar nossos sonhos e objetivos, recobrar o sentido que temos da vida e de nossa família. Ou simplesmente, fofocar sobre as pessoas que nos cercam. Falar de garotas… Nossas mulheres.

Tempos de Dança: Renascimento e RedençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora