Capítulo 34: História da Família.

135 27 8
                                    

Obrigada pelas ESTRELINHAS e COMENTÁRIOS!

Beijuuss

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Um calafrio percorreu minha espinha.

Seria agora ou nunca.

Os olhos do Douglas estavam verdes, indicando que ele estava tranquilo em relação ao que viria. Tinha quase certeza que ele não estava aguentando mais o fardo do passado, assim como eu.

"Destino irônico."

Era o nosso pedido de socorro. Quando eu falei para o Dr. Montenegro seu nome verdadeiro, eu queria mesmo afrontá-lo como deveria ser.

Jogo aberto, cartas na mesa.

Ele poderia me agredir fisicamente naquela hora, não me importava. A dor física não representa mais nada para mim. Queria deixar claro que eu não ia recuar, que manteria minha decisão de não ceder à mais chantagens e humilhações.

- Djane, possa ser que assuntos delicados expostos aqui não seja de seu interesse de vir a tona - a Carla falava sentando-se ao lado do marido enquanto sustentava meu olhar ao do Douglas.

Balancei a cabeça e olhei para o Kalvin que estava ao meu lado, segurando minha mão. Ele seria a pessoa do tempo de dança, a que estaria do meu lado e que me ajudaria.

Eu aceito dividir isso com ele.

- Não, está tudo bem Carla, o passado não me assusta mais. O futuro é que está me dando arrepios ruins. Preciso - respirei fundo e olhei para o Douglas - precisamos resolver isso agora.

Limpei a garganta.

- Bem, o que tenho a dizer... Nem sei por onde começar – disse a Carla.

Engoli seco.

- Vamos começar por mim – todos assentiram e senti pequenas lágrimas surgirem - devo dizer, que talvez nunca te perdoe como deveria, Douglas. Vou ser civilizada e deixar as coisas fluírem. Respeito muito a sua família e passei a gostar de sua esposa. Não vale a pena criar qualquer atrito agora. Quanto ao Samuel e ao Marco, do fundo coração, espero que vocês se perdoem.

Respirei fundo. Passei a língua nos lábios.

- Então, é isso, no dia que o Andrada e o Washington foram mortos com mais sei lá quantos pela polícia e agentes da justiça, eu fui baleada deliberadamente – fixei meu olhar no Douglas - para impedir que o pai do meu filho fosse assassinado, mas você não sabia que estava grávida, não é? Só soube depois quando cheguei num hospital particular para que as pistas do que ocorreu naquele dia não viesse a público.

O silêncio na sala era ensurdecedor, só quebrado pelo vento que saia dos evaporadores do ar condicionado e eventuais rangidos de cadeiras.

- Você, o Marco e o Samuel, não sabiam. Eu pensava que os únicos que sabiam disso era o Pepê e minha tia Eugênia, mas Tia Ismália e o Dr. Montenegro, irmão do Washington, também sabem. E eles estão usando isso, e a segurança da Gaby, para me chantagear.

Respirei fundo.

- O desespero, o remorso de vocês, naquele dia foi o que me manteve viva, se não, seria mais uma ossada na cova em que vocês colocaram o Washington. Seria mais uma na estatística.

O Marco mordia o lábio enquanto olhava a mesa de vidro, bem polida. Estava com vergonha, pela primeira vez vi que ele estava refletindo sobre sua conduta vil.

- Marco? - o Miguel falou arrastado, sem acreditar.

Ele olhou o Miguel com os olhos verdes rodeados de raiva,

Tempos de Dança: Renascimento e RedençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora