Tempos de Dança: Renascimento e Redenções

Capítulo 38: Novo Quadro

Para matar a curiosidade....

Só uma coisa: Imaginem quando o Kalvin descobrir o grau de intimidade que a Djane está desenvolvendo com o Lorenzo...

COMENTÁRIOS, ESTRELINHAS E BEIJJUUUSSS

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Os dias foram passando lentamente, por causa do calor e algumas horas, parecia que o tempo se arrastava.

A parte divertida era sair com a Farida e o Paolo. Eles sempre discutiam coisas sobre política em italiano e eu ficava como uma boba, como espectadora do embate em uma língua que comecei achar bonita. A discussão sempre acabava de alguma forma esquisita. Ou o telefone de alguém tocava ou de súbito o Paolo ia fumar, bufando de raiva e vermelho.

As posições políticas deles eram muito divergentes, sobre controle de imigração, política interna antidrogas e afins. O mais interessante é que horas depois já estávamos os três sentados tomando chá gelado no terraço falando sobre nada.

Me sentia bem melhor. Os enjoos diminuíram e retornei a consulta com resultados dos exames de sangue. Dessa vez intermediado por um Paolo paciente explicando a todo momento que era um amigo e não pai das crianças.

A Farida não ia todos os dias, tinha obrigações de filha em casa, mas deixava uma geladeira cheia de opções boas para mim e as meninas.

"Sempre há alguém cuidando de nós".

Ela também ajuda o pai na contabilidade da pequena oficina de carros.

Numa tarde resolvemos que o terraço precisava de renovação. Novas almofadas nos sofás e bancos, algumas plantinhas novas, seixos, terra e outras coisinhas.

Nesse dia eu e o Paolo encontramos a Farida na Oficina do Pai, que é o dono.

Aliás, foi assim que eles conheceram o Lorenzo.

A família da Farida, composta pelo seu pai, sua mãe e seu irmão mais novo são refugiados do regime sírio. Adeptos de um islamismo mais leve, que possibilita essa liberdade da Farida, eles foram acolhidos em Nápoles, mas precisam se estabelecer em 90 dias para ter a permissão válida. Nesse dia que todos receberam o documentos, o carro do Lorenzo quebrou em frente à eles, literalmente. O pai da Farida não é um mecânico, é Engenheiro Mecânico, mas conhece sobre motores e conseguiu fazer o veículo funcionar.

Uma coisa levou à outra e um pouco antes do prazo, a loja de autopeças com serviços de mecânica foi aberta com empréstimos do Sr. Cavas.

Conheci toda a família que é bem simpática e a mãe da Farida lamentou que eu não fosse namorada do Sr. Lorenzo.

- É encantadora e uma boa moça, como nossa Farida conta.

- Obrigada... Mas nem o conheço.

- É um moço bem bonito, educado e rico. Não teria que se preocupar em trabalhar.

- Mama!

Elas discutiram algo em arábe.

- Esses conceitos ocidentais - ela disse por fim.

No mercado compramos algumas coisas que conseguimos pela tarde já colocar em prática, mudando um pouco a dinâmica do jardim principal.

O Paolo nos ajudou o tempo todo e deu umas dicas em relação aos tomates e temperos frescos que precisavam de adubação.

Faltava umas coisas e combinamos de ir no dia seguinte.

No meio de fechar um negócio com a vendedora de vasos e flores, a Irisha me ligou.