Capítulo 49: As Mulheres e Suas Viagens.

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Oi gente, depois escrevo uma mensagem de agradecimentos e novidades

Comentários, estrelinhas e beijusss.

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Uma das coisas de me casar com o Kalvin estava relacionada a me acostumar com muitas coisas, incluindo essa que me causa angustia. Nunca me acostumarei com os pousos das aeronaves, de qualquer tamanho, a angustia de fazer um veículo com toneladas de metal, aterrissar sobre rodinhas me causam certa desconfiança.

Desta vez estava voltando para casa após 25 dias afastada de minha família. A ideia foi das esposas Bernaddis, mais precisamente da Carla.

Nos encontramos nas bodas de casamento do Freddy e sua amada Louise. O Evento de 35 anos de casamento aconteceu em Londres, na mansão que antes do velho Freddie, e que agora lhes pertence.

A festa foi linda, mas, naquele dia a Carla estava uma pilha de nervos, muito justificada, aliás.

Uns meses antes, o pai do João Miguel tinha sido solto por bom comportamento após fazer um acordo com os deuses da procuradoria federal para prender os seus parceiros internacionais. No entanto, a primeira visita que o cafajeste fez ao pisar em solo baiano foi no MP, esperando um vacilo da segurança, ao deixar a chefe da promotoria vulnerável. Ao mesmo tempo os avôs maternos, da parte de Mila, resolveram se aproximar do neto, que agora com 6 anos tinha como referência apenas as nossas famílias.

A segurança de todos foi aumentada ao extremo e qualquer espirro virou alvo de relatórios para os chefes de segurança. Ao mesmo tempo a batalha pela guarda do João custou muito à todos ligados à família. Como me tornei amiga da Carla vi de perto o sofrimento dela e do Miguel.

Um pouco antes de embarcarmos para Londres recebemos a notícia da morte do Tomás, pai do João Miguel, em uma emboscada na fronteira entre Brasil e Paraguai. Ana e a Carla levantaram as suspeitas do envolvimento dos seguranças da BS&Y, tendo como mandantes o Douglas, o Pepê e o Marco.

Se eu discordava delas? Claro que não, mas atendendo aos avisos do Kalvin e da Irisha, deixei minhas suspeitas concretas para mim mesma não inflamando mais o caso.

Então, nesse dia da festa de bodas de coral, me senti um pouco deslocada, uma vez que não internalizava bem os costumes, hábitos e cultura da família do meu marido. Algumas piadas ainda eram sem sentido para mim, uma vez que não era fã do humor negro inglês e todas as cerimônias que vinham à reboque.

Procurei um refúgio em um dos jardins para tirar os sapatos e no caminho senti o cheiro de "gudan", um cigarrinho de canela, típico das ladeiras do Pelô, em geral que o fumava, disfarça o cheiro da maconha. Segui o cheiro e vi a Maria Cecília o fumando, em frente à um banco.

- Isso não deveria me espantar – disse.

Ela olhou para mim e me ofereceu o objeto. Aceitei tomando uma tragada, fiz menção de devolver mas ela recusou.

- Não, tô grávida – deu de ombros – isso faz mal ao feto.

Olhei com ela com espanto. Ela balançou a cabeça.

- Fodidamente grávida de novo.

Ela cruzou os braços, mostrando nervosismo com a notícia.

- E estava fumando?

- Me despedindo – ela deu de ombros – não fumo muito, só quando nervosa. Não achei a "boa erva" que o Thomaz geralmente esconde.

- Quantos meses?

- Dois – ela suspirou – vou castrar o Thomaz.

- É o quinto?

- Se não for mais dois! – ela começou a dizer palavrões baixinho.

Tempos de Dança: Renascimento e RedençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora