** 25 minutos de prova**
E bem, 25 minutos depois já passamos 6 postos nos quais acertamos 4. Mais uma pergunta e temos positiva. Sim, porque não ter positiva a educação física é de certo uma vergonha. Pergunto-me como está a correr a Sum. De certo que ela já acabou, inteligente como ela é, eu sei que já sabe a resposta a tudo.
Como a professora disse o tempo cá fora está feio. Está a chuviscar desde o inicio da prova e há algum nevoeiro a desfocar a nossa visão. O piso está bastante escorregadio e por onde quer que andemos isso não muda.
“O que é aquilo?” perguntou o Toby assim que vê algo a aproximar-se rapidamente no nevoeiro.
“Uma pessoa?” perguntou o Joe confuso
“É a Miriam!” eu digo e eles olham-me ainda mais confusos. As minhas suspeitas estavam certas assim que ela chegou ao pé de nós.
“Lou...” ela chama ofegante “Anda comigo rápido....” ela pede desesperada “é a Summer” ela avisa e eu logo entrego o mapa nas mãos dos meus colegas.
“Vais lá?” perguntou o Joe preocupado.
“Sim, seja o que for eu protejo-a” garanti-lhe e ele assentiu.
Comecei a correr puxado pela Miriam.
“E o trabalho? “Gritou o Toby
“Ela é mais importante” gritei de volta.
Andei pelo menos 1 km até a mata da escola. Eu lembro-me de este ser o primeiro ponto por onde eu e os meus colegas de equipa passámos. Assim que nos aproximávamos pude ver a sky lavada em lágrimas mas nem sinal da summer.
“O que se passa afinal?” digo aflito
“Ela caiu para ali.” Diz a Sky apontando para a encosta da escola. Este era o ponto mais alto da escola e, por trás desta é mato. A encosta tem quase 150 metros e é bastante íngreme. Normalmente, esta zona costuma estar vedada mas pelo que me parece, o mau tempo decidiu levar a vedação pela encosta abaixo. Sem sequer pensar nas consequências desci o mais rápido possível a encosta.
“Avisem a professora” foi a última coisa que gritei e elas começaram a correr para o ginásio. O piso aqui ainda era mais escorregadio e cheio de pedras. Andei o mais que pude até chegar cá baixo. Olhava a direita e a esquerda e não encontrava a Summer em lado nenhum. Assim que dei um paço em frente sinto o meu corpo cair. Uma dor enorme invade a minha perna esquerda e só me consigo encolher. Devia ter reparado que, neste local, havia uma espécie de degrau. Sim, caí 3 metros para o chão por distracção. Senti que, no momento do embate, a minha perna estalou o que não pode ser bom sinal. Tenho vontade de gritar de dores mas não consigo porque a dor abafa a minha voz. Assim que olhei em frente vi um vulto junto às rochas, a apenas 2 metros de mim. O mais rápido que pude arrastei-me até lá e encontrei quem mais procurava.
“Summer” digo aflito assim que a vejo deitada de cara no chão. Aproximo-me dela e pego-a no meu colo. A sua pele está ainda mais branca que o costume e a sua respiração é pesada. Se eu não chegasse a tempo ela morreria de hipotermia. Quem a manda vir apenas de vestido, meias calça e botas para a escola. Ela sabe que escorrega o piso e que nestes dias tem chovido bastante. Passei a mão pelo seu rosto que se encontrava gélido e os seus lábios já roxos. A circulação não no seu corpo não está a conseguir manter a temperatura do mesmo o que dificulta ainda mais as coisas. Um corte de pelo menos 3 cm estava no cimo da sua cabeça e jorrava sangue de uma maneira louca. De vagar pausei a minha princesa no chão e arrastei-me até uma pequena possa que água que se formou numa rocha. Tirei a t-shirt e o casaco e rasguei da primeira uma pequena tira que molhei na possa. Peguei na tira e, com muito cuidado limpei o sangue do corte. Logo se seguida rasguei mais um bocado do tecido que há pouco tinha vestido e amarrei-o em torno da cabeça dela. Tenho de a tirar o mais rápido possível daqui. Ela precisa de assistência médica.
Peguei no meu casaco e, com ele, atei a summer às minhas costas. De certo não é muito seguro, mas não posso deixar que ela fique aqui. Não consigo trepar o muro com ela nos meus braços, por isso esta é a única maneira. Dei pelo menos 4 nós no casaco fazendo com que fique ainda mais seguro.
“Vá, Summy coopera agora.” Se eu chegasse a meio da encosta já poderia ser visto ou pelo menos fazer com que isso acontecesse. Assim que me levantei notei a dificuldade que teria em subir a parede. Só com uma perna e duas mão seria quase impossível, no entanto tinha a summer nas minhas costas precisando de auxilio médico e eles não conseguiam resgatar-nos a tempo. Bem devagar subi o muro. Os meus dedos já sangravam nas pontas. Eram mais de 100 km só nas minhas mãos. Elas tinha de aguentar tanto peso que aposto que eu não aguentaria. Os meus braços já fraquejavam assim que cheguei ao cimo da parede e a minha perna doía infernalmente.
Sentia a respiração lenta da summer no meu pescoço. Ela não aguentaria muito mais e eu tinha mesmo de subir isto mais rapidamente. Senti-a suspirar pesadamente como se estivesse a sofrer de dores. Eu prometi ao Joe que a protegia, aliás prometi a mim mesmo que conseguia. Não sei mais onde vou conseguir arranjar força para isto. Ela era a minha força. Desde o primeiro dia que a vi, nada mais me importa. Ela, como eu lhe disse momentos antes do nosso primeiro beijo, é a dona dos meus sorrisos mais verdadeiros. Uma rapariga simples, que gosta de futebol e moda, que é teimosa e doce ao mesmo tempo, consegue ser a criatura mais perfeita deste mundo. Agora eu só preciso de conseguir subir isto para continuar a ver o seu sorriso e sentir o seu abraço, o seu toque, o seu beijo.
Eu consigo, eu sei que sim.
“Lights will guide to home
And ignite your bones
And I will try, to fix you “
Cantei a Fix you para ver se conseguia ganhar forças. Quando não tenho força, é a música que me ajuda a recuperá-la, a lutar pelo que quero. Cantar faz-me bem, faz-me feliz. Quando conheci a Summer passei a ter duas fontes de força, assim poderia também dar-lhe alguma.
Eu vou subir esta encosta o melhor que conseguir e tirar-nos de perigo. Provar a todos que o meu amor por ela passa montanhas e oceanos se for preciso. O Joe não confiava em mim porque achava que ela para mim era uma qualquer, mas não! Ela é a única que eu quero. Quero que todas as miúdas vejam que só tenho olhos para a minha pequenina de olhos azuis.
As pontas dos meus dedos já estão em ferida com o esforço. Sei que estou a fazer demasiado esforço, mas vale tudo a pena. Acho que já não há nada no meu corpo que não me doa. Lentamente subo mais um pouco a encosta mas, por acidente, as minhas mãos escorregam e deslizamos um pouco para baixo. Com pressa, seguro-me à pedra mais próxima sentindo a minha perna embater noutra mais abaixo. Se não chegasse as dores, a summer também escorregou para baixo e não sei mais como a segurar. Coloco o meu braço esquerdo nas suas costas e tento fazer com que ela fique segura. Se ela cai lá abaixo de novo morreria de certeza e não é nada disso que eu quero. Agora vou ter de trepar com apenas uma mão e uma perna. Vamos lá continuar a escalada estamos quase a meio e não vou desistir agora.
Do nada ouço um ruído que não me é nada desconhecido, mas que só é perceptível conforme me aproximo.
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TITANIUM ✩ (L.T.)
Fanfiction" I'm bulletproof, nothing to lose Ricochets, you take your aim You shoot me down but I won't fall I am titanium " Eu pensava ser de titânio, pensava que resistia a tudo. O mundo é louco e só os doidos sobrevivem a ele. Era a pessoa mais forte que e...