IX - Cuidado com a cobra

170 29 10
                                    

Mais de 300 leituras e de 70 comentários! Caramba, muito agradecida. Espero que a história continue crescendo positivamente, é muito gratificante!
Com carinho, belíssima.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava sentada em meu lugar favorito da biblioteca –aquele constantemente iluminado pelo sol–, exibindo uma carranca para quem quisesse ver exatamente por esse motivo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.






Estava sentada em meu lugar favorito da biblioteca –aquele constantemente iluminado pelo sol–, exibindo uma carranca para quem quisesse ver exatamente por esse motivo. O céu de Brighton possuía um terrível tom de cinza escuro, repleto de nuvens esquisitas e carregadas, anunciando que a chuva chegaria em breve.

A cereja do bolo na ironia diária era a quantidade de pessoas na biblioteca. Mais cheia do que o normal, sem dúvidas. As pessoas estavam espalhadas pelos cantos, normalmente em duplas ou trios, cochichando baixinho ou com as caras enfiadas nos livros. O que só me levava a uma conclusão: Provas se aproximando.

Meus cadernos estavam cheios de anotações, copiadas do quadro ou feitas enquanto os professores explicavam, alguns alunos dormiam e eu ouvia feito uma coruja alerta. Qualquer coisa para não correr o risco de ir mal nas provas e reprovar outra vez.

Fiz uma careta ao encarar o único caderno aberto na mesa. Não era nada sobre álgebra, nem sobre a revolução francesa, muito menos cálculos avançados. Pelo contrário, minhas anotações de "Até breve, Romeu" é que estavam ali, tão reais e vívidas que sentia que a qualquer momento poderiam pular para fora e dançarem pelo ar bem a minha frente.

Provavelmente devia estar estudando, assim como os outros alunos na biblioteca que recorriam a mesma apenas para isso, em algumas situações deixando os livros de lado para recorrerem à internet em silêncio. O que, preciso admitir, era perfeitamente compreensível.

Perfeitamente compreensível, mas totalmente fora de meus padrões. Enquanto cada um estudava, ou fingia, da maneira que escolhera, eu apenas encarava a folha em branco de meu caderno de anotações. Com Romeu esticando as pernas pela realidade, não conseguia entender o que fazer com aquelas anotações. E com o livro?

Gostaria de organizar meus pensamentos como organizado meus materiais quando entro em pânico ao perceber que meu quarto virou uma zona de guerra. Livros, cadernos, papéis e todo o tipo de material pedagógico ou literário espalhados por todos os cantos do quarto, até mesmo os mais absurdos. Era quando eu colocava as mãos na cabeça, observando a mão na cabeça e sabia: Era hora de criar coragem e colocar tudo no lugar.

Até breve, Romeu Onde histórias criam vida. Descubra agora