Mais de 300 leituras e de 70 comentários! Caramba, muito agradecida. Espero que a história continue crescendo positivamente, é muito gratificante!
Com carinho, belíssima.
Estava sentada em meu lugar favorito da biblioteca –aquele constantemente iluminado pelo sol–, exibindo uma carranca para quem quisesse ver exatamente por esse motivo. O céu de Brighton possuía um terrível tom de cinza escuro, repleto de nuvens esquisitas e carregadas, anunciando que a chuva chegaria em breve.A cereja do bolo na ironia diária era a quantidade de pessoas na biblioteca. Mais cheia do que o normal, sem dúvidas. As pessoas estavam espalhadas pelos cantos, normalmente em duplas ou trios, cochichando baixinho ou com as caras enfiadas nos livros. O que só me levava a uma conclusão: Provas se aproximando.
Meus cadernos estavam cheios de anotações, copiadas do quadro ou feitas enquanto os professores explicavam, alguns alunos dormiam e eu ouvia feito uma coruja alerta. Qualquer coisa para não correr o risco de ir mal nas provas e reprovar outra vez.
Fiz uma careta ao encarar o único caderno aberto na mesa. Não era nada sobre álgebra, nem sobre a revolução francesa, muito menos cálculos avançados. Pelo contrário, minhas anotações de "Até breve, Romeu" é que estavam ali, tão reais e vívidas que sentia que a qualquer momento poderiam pular para fora e dançarem pelo ar bem a minha frente.
Provavelmente devia estar estudando, assim como os outros alunos na biblioteca que recorriam a mesma apenas para isso, em algumas situações deixando os livros de lado para recorrerem à internet em silêncio. O que, preciso admitir, era perfeitamente compreensível.
Perfeitamente compreensível, mas totalmente fora de meus padrões. Enquanto cada um estudava, ou fingia, da maneira que escolhera, eu apenas encarava a folha em branco de meu caderno de anotações. Com Romeu esticando as pernas pela realidade, não conseguia entender o que fazer com aquelas anotações. E com o livro?
Gostaria de organizar meus pensamentos como organizado meus materiais quando entro em pânico ao perceber que meu quarto virou uma zona de guerra. Livros, cadernos, papéis e todo o tipo de material pedagógico ou literário espalhados por todos os cantos do quarto, até mesmo os mais absurdos. Era quando eu colocava as mãos na cabeça, observando a mão na cabeça e sabia: Era hora de criar coragem e colocar tudo no lugar.
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Até breve, Romeu
RomanceJulieta De Angelis é uma jovem escritora italiana que teve um ano difícil. Após vencer a adaptação à um novo país, atolou-se com o trabalho e reprovou no ano da formatura. Seu livro Até breve, Romeu rodou o mundo das plataformas online com tamanho...