XII - Quem é a Julieta mais legal?

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Fui recebida por um clima adorável quando botei meus pés no interior do prédio da Sant Marie, acompanhada por Francine e Nicholas. Assim que acordei, dez minutos atrasada, com cabelo dentro dos ouvidos, me deparei com uma mensagem de Romeu que me encontraria dentro do colégio.

O saguão central do colégio estava decorado com cores combinadas entre amarelo, laranja e dourado. Não seriam as cores que escolheria para uma festa, mas vendo-as ali, com laços, fitas e toalhas era quase um alerta de como ninguém havia pensado naquilo antes.

Caminhando pelos corredores, percebi uma novidade inusitada na decoração. Haviam fotos penduradas no teto. Fotos das crianças do hospital de câncer infantil, para onde iria todo o lucro da festa beneficente. Crianças sorrindo, brincando de boneca e/ou carrinho, lendo livros ou ouvindo histórias contadas por voluntários. Em cada uma das fotos, havia uma pequena estrelinha pintada com caneta dourada na parte superior.

As pessoas estavam espalhadas por todo o colégio, intercalando entre as várias barracas que vendiam desde livros mais baratos à doces. Muitos passavam tirando fotos, se abraçando e acenando, enquanto alguns levavam as crianças para brincar e ganhar ursos, com os quais saíam pulando e rodando pelas salas e corredores.

O maior número de jovens da escola estava amontoado na quadra, onde seria realizado o concurso de fotos para o qual Romeu usou de um pequeno sequestro para me lavar ao Bosque Romeu e Julieta. Tripés de madeira estavam espalhados pela quadra, sustentando quadros de tamanhos iguais que exibiam diversas fotos diferentes. Muitos seguravam latinhas de refrigerante, energético e sorriam enquanto tiravam fotos.

Uma multidão estava cercando um tripé, todos amontoados e com celulares erguidos e flashes piscando seguidamente. Era impossível ver a foto sob as cabeças, altos e baixos ocupando o espaço. O murmúrio de sussurros e exclamações que vinha do grupo se tornava cada vez mais intenso.

– Ei. –Savanah Young cutucou meu braço, chamando minha atenção. Tinha o cabelo preso em uma trança e um sorriso cúmplice. – Viu a foto vencedora?

– Já tem uma vencedora? –Pisquei, surpresa.

O sorriso cúmplice de Savanah cresceu e foi acompanhado por uma piscadela.

A loira segurou meu cotovelo com delicadeza e me guiou por entre a multidão, afastando as pessoas pela frente que, surpreendentemente, não reclamavam, mas sorriam com curiosidade. Todos caminhavam para trás ao nos –me?– ver, sem se importar com uma garota afastando-os sem hesitação.

Senti o ar deixar meus pulmões. A foto que Romeu tirara no Bosque Romeu e Julieta estava ali, para que todos vissem, anunciada com uma vencedora e tendo uma fita vermelha pendurada em cima.

A foto havia ficado linda. O sol estava fraco sob as flores rosadas, iluminando meu corpo e meu rosto com uma pequena luz inclinada entre amarela e alaranjada. Romeu captara o momento perfeito, quando me virei, os olhos buscando por ele e encontrando a lente da câmera. Tudo era natural e espontâneo, tão suave quanto o pôr do sol.

Óbvio que aquela foto seria a vencedora.

– Caramba, garota! –Francine disparou, erguendo o próprio celular. – Mamãe precisa ver isso. O mundo precisa ver isso. Você é famosa!

Minhas bochechas estavam queimando. O comentário de Francine fora a cereja do bolo, e agora muitos estavam me cumprimentando e enchendo-me de perguntas como se alguém além de Romeu pudesse responder alguma delas.

Recebi até uma cantada. Uma cantada!

– Hum... Com licença. Com licença, galera. –Disse uma voz se aproximando pela multidão.

Até breve, Romeu Onde histórias criam vida. Descubra agora