XXIII - Surpresas, alfinetes e arbustos

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             Saudações, queridos leitores! Sinto muito pela demora com o capítulo, passei por umas semanas tensas, e as coisas ainda não melhoraram totalmente. Espero ter conseguido compensar com esse capítulo bem cheinho!








— Romeu, são sete e meia da manhã. Hoje é sábado. — bufei, o celular colado em minha bochecha. — O que você quer?

— Bom dia, criadora! — ele ignorou minha pergunta, bem-humorado. — Estou preparando uma surpresa para você. Consegue ficar pronta até oito e meia? Por favor.

Resmunguei alguns palavrões.

A essa hora da manhã, meus neurônios não funcionavam bem durante a semana, muito menos nos finais de semana. Seria capaz de dormir até três horas da tarde, se ninguém tivesse uma opinião a respeito. E se tivesse, eu provavelmente não daria importância.

Seriam poucos os homens nesse planeta que seriam capazes de me fazer levantar, no início da manhã, em um sábado. A lista deveria se estender a no máximo três. Romeu se orgulharia, se soubesse. Felizmente, esse segredo vai morrer comigo. 

Me arrastei pelo quarto feito um zumbi, tateando quase cegamente cada móvel em busca de roupas decentes. Algo dentro de mim tentava me convencer de que poderia ir de pijama, mas o bom senso venceu. Apanhei uns trapos de melhores condições, para o caso de Romeu estar em um de seus dias extravagantes e segui para o banheiro.

Não demorei muito para me arrumar. Em alguns minutos, estava em frente ao espelho, vestindo uma calça jeans preta de cintura alta sobre uma blusa vermelha. Vesti um casaco vermelho, de tonalidade um pouco mais acentuada, para estar preparada para as reviravoltas climáticas que Brighton oferecia.

Sorri para meu reflexo para me convencer de que poderia sobreviver a um sábado no modo zumbi. Cocei os olhos e fiz uma careta para a imagem turva que surgiu diante do espelho. Não tinha mais tanta certeza de minha aparência.

Subi e desci os ombros, indiferente. Ninguém morreria de pavor ao me ver na rua.

Na sala, Lorenzo estava estirado no sofá, exibindo a bunda rechonchuda escondida sob uma calça velha de pijama. Agarrado a um travesseiro sem fronha, dormia, de bruços, na sétima camada do sono.

Senti inveja por seu sono.

E pelo bumbum também.

Pé por pé, recorri ao meu grande amigo silêncio e peguei uma almofada esquecida no tapete. Fiz um cálculo de ângulo para obter uma posição estratégica e, com um pulinho gracioso e esbelto, acertei o bumbum de meu irmão mais velho com a almofada.

Ele soltou um grunhido esgoelado ao levar a mão onde fora atingido, o que me arrancou gargalhadas ainda mais esgoeladas e fora de sintonia. Lorenzo me lançou um olhar indignado e agarrou a almofada, ameaçando jogar de volta.

Mostrei-lhe a língua, com os polegares nas bochechas, feito uma criança provocadora.

— Eu vou pegar você! — bradou meu irmão.

Lancei um gritinho aos ares ao sair correndo quando ele ficou de pé, trazendo consigo a almofada. Corremos em círculos em volta do sofá por três vezes e, inutilmente, tentei me abaixar quando a almofada veio e me atingiu em cheio nas costas.

Lorenzo, resmungando, buscou a almofada no chão e voltou para o sofá.

— Bom dia para você também, príncipe encantado. — soltei, caminhando por trás do sofá.

Até breve, Romeu Onde histórias criam vida. Descubra agora