XI - Doces margaridas

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Saudações, queridos leitores! Queria deixar aqui meu pedido de desculpas com a demora do capítulo. Passei por uns obstáculos, mas agora vou cuidar disso. Obrigada, boa leitura! ❤️

O ar no prédio velho na avenida em que meu pai morava era horrível

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O ar no prédio velho na avenida em que meu pai morava era horrível. Quase como um lugar abandonado, era uma mistura clássica de um fedor corroído de cigarro, whisky e mofo.

As paredes um dia foram azuis, mas agora assumiam um tom de preto fosco que fora corroído pelo tempo, e estavam repletas de pichações no mínimo deselegantes. Desenhos de genitálias, palavrões e xingamentos a policiais.

O elevador estava estragado a muito tempo, antes mesmo de termos visitado Merle Jackson pela última vez. Eram lances e lances de escadas a serem subidos, que não combinavam nem um pouco com o cheiro nada convidativo do lugar. Tudo, reunido, era praticamente um convite para se retirar.

Eu estava prestes a aceita-lo.

Parada em frente a porta de Merle, olhei para a sacola pendurada em minha mão. Lanches escolhidos a dedo por minha avó, vistos como uma ajuda. Não achava que meu pai merecesse nenhuma ajuda, mas não poderia me negar a levar a comida. Não conseguiria.

Lorenzo segurava um suco de laranja. Nenhum de nós dois gostávamos –entramos em consenso desde crianças, franzindo nossos narizes para os copos–, mas Merle adorava. Mamãe comprava laranjas apenas para fazer suco para ele e sempre considerei uma injustiça.

– Acho que deveríamos ir embora. –Comentei, fixando os olhos na porta mais uma vez.

Meu irmão me dirigiu um pequeno sorriso antes de bater na porta e deixar que o corredor mofado caísse em profundo silêncio outra vez.

Decidi que era melhor não contar os minutos em que ficamos esperando plantados na porta. O silêncio não podia ser quebrado, exceto pelo distante barulho dos pássaros lá fora ou goteiras espalhadas pelos corredores do prédio.

Uma garota latina passou por nós, amaldiçoando o vento com tantos palavrões que só pude entender graças a Francine e Nicholas. Em um momento assim, vovó mandaria essa garota escovar os dentes com sabão. Mas acho que ela não se importaria muito.

– Podemos ir embora agora? –Perguntei, lançando um olhar sugestivo a Lorenzo.

– Talvez ele não esteja em casa. –Meu irmão tentou soar esperançoso, mesmo que seu rosto mostrasse o contrário.

Ergui as sobrancelhas, exibindo uma falsa compreensão e virei as costas para a porta, decidida a ir embora e não voltar.

Até breve, Romeu Onde histórias criam vida. Descubra agora