XXI - O perigo mora no armário ao lado

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         Como é que é? 900 leituras?  Mais??? Não me segura não!

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O Bosque Romeu e Julieta devia estar sentindo minha frustração. Hoje, em um dos dias incomuns, não havia sequer um visitante além de mim, que já podia me auto declarar de casa. A quantidade de folhas caídas no chão aumentara, rendendo-se ao outono antes que o mesmo declarasse guerra.

Sentada sob as árvores, tinha a mochila surrada pendurada em minhas costas. A essa hora, devia estar na escola a pelo menos quinze minutos, e não aceitando a derrota que não poderia compreender.

Meus pensamentos estavam a mil por hora. Na última semana, não me permiti a parar e reorganizar todos os acontecimentos importantes, que aconteceram sem parar, um atrás do outro. Agora, estavam todos me atingindo de uma vez só como socos irritadiços.

Desde o acidente no trapiche, a lembrança do beijo de Romeu se fazia presente em várias partes dos meus dias, indo e vindo feito ondas do mar.

Lembrava perfeitamente de cada detalhe, mesmo lutando para esquecer, o que só fazia piorar. Os toques nos braços, nas costas, na cintura. O quanto o quis por perto, trazendo-o para meu corpo pela roupa, buscando seus lábios cada vez mais, por mais tempo.

O beijo havia sido um erro terrível, agora podia reconhecer, mas na hora parecera tão certo. Não quis hesitar quando senti meu corpo inteiro acender com luzes neon, nem quando todas as peças se encaixaram e desejei manter aquele momento congelado, dentro de meu controle.

O indicador de Diana apontado diretamente para meu peito, na hora, apenas me irritara. Agora, me fazia pensar mais do que gostaria. Flashes do beijo intercalavam com a acusação de o que quer que Diana fosse.

As mãos de Romeu passeando por meu corpo.

Alguém descumpriu a palavra.

Quando trouxe seu corpo para perto, buscando seus lábios cada vez mais.

Estou falando do que está crescendo aí.

Tombei o corpo para frente ao despertar com o som que crescia a medida que a moto se aproximava. Segurei com ambas as mãos no chão, ralando as pontas dos dedos nos pedregulhos. Nunca conseguia evitar uma queda sem algo constrangedor como meio de intermediação.

A chance de sair afugentada passou escorrendo por meus dedos por culpa de minha visão desregulada.

Reconheci Romeu apenas quando a moto já estava parada a poucos metros de distância e o capacete não ocupava mais sua cabeça. Usava o característico casaco escuro e os cabelos bagunçados com o mesmo charme natural de sempre, o que fez com que me sentisse uma pateta por não tê-lo reconhecido.

Não podia mais escapar, então apenas observei enquanto o garoto deixava o capacete sobre a moto e se sentava ao meu lado.

O destino as vezes conspira com tanta intensidade, costurando por caminhos tortos e confusos, que fizera Romeu se atrasar no mesmo dia em que eu estava matando aula –e ainda passar pelo mesmo caminho–.

Até breve, Romeu Onde histórias criam vida. Descubra agora