Imagine Jungkook

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Eu vou ser presa! 

Caramba eu não posso ser presa, eu não fiz nada! A culpa não é minha se eu esqueci de pegar a documentação do carro do meu tio.

Podia ouvir a sirene do carro da policia cada vez mais perto do carro onde eu estava dirigindo, ele fazia sinal para mim parar no encostamento, então eu fiz isso.

Ou era isso, ou era pagar uma multa absurda por não parar o carro quando ordenado.

  — Bom dia— diz quando finalmente abaixo o vidro do carro.

Caralho, fiquei de cara agora. Gente esse policial é minha reencarnação!  

  — Documentação do carro por favor.

 — A documentação do carro não tá comigo, na verdade esse carro não é meu— digo e aperto levemente o volante, estava nervosa.

 — E de quem é?— me olha.

Santo cristo tem poder. 

  — É do meu tio— digo.— Eu apenas peguei emprestado, estava indo para uma loja de conveniência antes de você me mandar encostar.

  — Certo — diz enquanto anota algo numa pequena caderneta. — Sinto muito mais a senhora precisará vir comigo até a delegacia.

  — Mais e o carro do meu tio?— pergunto já começando a ficar assustada.

  — Outro policial vai vir busca-lo e leva-lo até a delegacia— diz e abre a porta do carro para mim.

Saio do carro enquanto mexia nos meus dedos das mãos, estava nervosa, nunca entrei nua delegacia antes, ainda mais sozinha.

  — A senhorita está bem?— o vejo se aproximar.— Você está pálida, quer que eu chame uma ambulância? 

  — Eu estou bem— sorrio.— Só estou nervosa, nunca fui pra uma delegacia.

  — Quer chamar um adulto para te acompanhar?

   — Não será necessário, já sou maior de idade— digo olhando ao redor.— Consigo resolver isso sozinha.

  — Quantos anos a senhorita tem? 

  — 20 anos— o olho.— Por favor pare de me chamar de senhorita, me sinto no século XIX, me chame de S/n.

  — Certo.

   — Quantos anos tem?— o olho curiosa.

   — Tenho 23 anos.

Alguns minutos depois podemos ver ao longe um outro carro de policia vindo em nossa direção, engulo em seco por um momento e respiro fundo.

  — Vai dar tudo certo.

[......] 

  — Como assim você vai passar a noite na cadeia?— minha mãe grita preocupada do outro lado do telefone.— Por que não aceitou pagar a multa ao invés disso?   

  — Calma, está tudo bem— digo.— A multa apesar de ser uma advertência eu não aceitei, até que era uma quantia razoável, mais não quero tirar meu dinheiro da faculdade pra pagar algo assim.

  — S/n...

  — Vai ser só uma noite, vai ser rápido— digo mais pra mim mesma do que para mulher preocupada do outro lado da linha.— Eu te amo mãe, até amanhã!

Desligo o telefone sem mais delongas e saio da pequena cabine, passo a mão em minhas roupas e suspiro. 

  — Vamos lá— um policial um pouco mais velho me chama.— Está na hora.

Concordo sem nenhuma expressão em meu rosto, o seguindo para a delegacia a dentro, até chegar ao lugar das celas.

  — É aqui.

A cela não era muito grande, tinha apenas uma cama que não parecia muito confortável, mais eu não tinha outra escolha. Não dá pra voltar atrás agora.

O tempo passa tão devagar aqui, olhei para o relógio em meu pulso e eu só estava a meia hora ali. Pelo visto vou ter que tentar dormir.

  — Está entediada?

Olho para o outro lado das grades e vejo o policial que me abortou mais cedo.

 — Sim, é meio chato aqui— comento rindo.

 — Se quiser podemos conversar, fui encarregado de ficar de olho em você— diz e se senta no chão de frente pra minha cela.

 — Ah, tudo bem— dou de ombros e me deito na cama.

Ficamos quietos por um momento, talvez por que não sabíamos o que dizer um para o outro.

 — Você já contou para o seu tio o que aconteceu?— o encaro e vejo que ele faz o mesmo.

 — Pedi para a minha mãe o contar, só podia fazer uma ligação— digo.— E mesmo que eu não quisesse, ele perceberia que eu iria passar a noite fora, pelo fato do carro não estar na garagem.

Ele concorda por um momento e logo o vejo pressionar seus lábios.

  — Não consigo entender algo— diz.

  — O que?

   — Como você se esqueceu da documentação do carro?— me olha divertido.

   — Eu sou bem esquecida em certos momentos— rio.— Nem me toquei.

Riamos como dois loucos, tinha a impressão que dava pra ouvir nossas risadas por todo o local onde estávamos.

Bocejo. Ah, estava com sono.

Mais eu não queria dormir agora, estava tão legal, tão agradável. Um momento único.

  — Está com sono?— pergunta e assinto devagar.— Bom, vou deixar você dormir.

Eu já não estava prestando a atenção no que o mesmo dizia, estava tão embriagada por causa do sono que nem notei quando dormi.

  — Boa noite, S/n. 

  [......]

Acordo com a grande claridade na cela, fico parada olhando para o teto cinza e sem graça até ouvir minha cela ser destrancada.

  — Vamos, você já pode ir embora.

 — Ok.

Me alevanto e passo uma de minhas mãos em meu rosto, tirando algum vestígio do sono.

Caminho até a saída da delegacia e acabo esbarrando em alguém.

  — Vejo que já pode ir embora— diz e olho para cima vendo o garoto de ontem com um sorriso no rosto.

  — É, já vou.

  — Foi um jeito bem estranho de conhecer alguém— ri e por um momento me permito o acompanhar.

  — Foi mesmo— sorrio.

 — Espero te ver por ai mais vezes, só que dessa vez, não em meu trabalho — comenta divertido.

  — Também espero— digo.— Até mais!

  — Até mais, garota do sorriso bonito— sussurra para si mesmo e sorri.— Espero poder te ver outra vez, e desfrutar de seu sorriso. 

Imagine BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora