Chapter Three

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                                    Capítulo 3

Natal. Uma boa época, deve-se ressaltar. Encontrar os parentes que há tempos não vemos, falar sobre a sua vida, escutar como você está linda e mais magra, embora tenha engordado dois quilos só de olhar para a ceia, tudo isso faz parte.

Porém, também é uma época de planejamentos, onde você faz promessas e mais promessas, como: emagrecer, arranjar um namorado, passar a acordar todos os dias às 6 da manhã para dar uma caminhada, etc.

- Bella, coloca uma coisa na sua cabeça, ele não vai me pedir em namoro! – exclamei, fechando o zíper lateral do meu vestido e calçando meus sapatos.
Estávamos nos arrumando para a ceia. Sim, nos arrumando. Bel passava todos os Natais comigo, já que sua mãe havia casado com um judeu, que a converteu. Bella preferiu continuar no cristianismo, logo, comemorava tal data na sua segunda casa, a minha.

- Louise Leibovitch , cala a boca! É óbvio que ele vai! Vocês estão saindo há mais de um mês. Ele sempre é extremamente romântico e fala coisas lindas para você todos os dias.
- Bella, meu amor... Já pensou no fato de ele poder estar saindo com outra ao mesmo tempo?
- Aposto 30 libras que até semana que vem ele te pede em namoro. – ela propôs, com um sorriso.
- Fechado. Acho bom você já ir juntando dinheiro. – eu ri. Saímos do nosso recém-mobiliado apartamento e pegamos um táxi até o apartamento dos meus pais, onde a ceia seria realizada.

- Filha, o que houve? – minha mãe me perguntou assim que me viu encher a segunda taça de vinho tinto. Eu não estava bêbada, nem alegre, eu só queria beber. Estava sozinha e com frio, já que meu vestido era tomara-que-caia.

Eu necessitava de Zayn e isso era um fato. Ele era como uma droga, a qual eu havia me viciado. Pode parecer precipitado, mas, acredite, não é. Foram quatro anos alimentando a esperança de um dia sentir o toque dele. E cá estou eu, pensando nas duas últimas semanas em que eu estive com ele.

- Nada. – dei um sorriso frouxo e voltei a beber. Escutei o barulho de seus saltos, que batiam no piso, diminuir.

Observei meus parentes mais novos. Jolie, uma menina de 4 anos que possuía cabelos loiros e cacheados; Marcus, o jovem comportado de 17 anos, que, provavelmente, usa drogas às escondidas; e Joanne, irmã de Marcus, a típica adolescente de 15 anos revoltada com a vida.

Se me perguntassem com qual deles eu mais me identificava, eu responderia rapidamente que com Joanne. Eu costumava tingir meu cabelo de vermelho, andar com roupas largas e passar muito lápis nos olhos. E justamente nessa época, eu conheci Z por um Chat on-line.

Mesmo que eu tivesse mudado meu estilo de uma forma extrema, Zayn não havia mudado, nem um pouco. Ele continuava aquele lindo e charmoso rapaz dez anos mais velho que eu, que sempre me contava do seu dia-a-dia e trocava idéias sobre tudo.
Creio que minha mãe nem desconfie do que eu fiz, e faço. Se hoje eu me arriscaria assim? Talvez. Quem sabe. Mas de uma coisa eu sei, o destino nos reserva coisas totalmente contrárias aos nossos princípios.
Após muito vaguear em pensamento, eu peguei meu celular. Eu queria escutar a voz dele. Se não fosse pedir muito, sentir seu cheiro também.
Mirei a tela, na esperança de que meu celular fosse começar a tocar em instantes. Nada feito. Eu continuava como uma otária olhando para a tela do aparelho.

Novamente observei minha família. Nesse momento, Bella brincava com a mais nova. Eu deveria estar lá brincando com elas, como em todos os anos. Mas dessa vez, eu não tinha ânimo.
Certamente, eu deveria estar animada. Afinal, eu estava há um mês saindo com ele. Porém, de forma surpreendente, eu não me sentia assim. Novamente me peguei pensando em como eu queria estar o abraçando naquele momento. Por Deus, eu precisava deixá-lo de lado!

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora