Chapther Eleven

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                                     Capítulo 11

Entrei no meu antigo apartamento e me deparei com uma mala de viagem. Arqueei uma das minhas sobrancelhas e corri pelo extenso corredor.

- MÃE? PAI? – gritei. Meu pai desceu as escadas com uma mala gigante enquanto minha mãe descia atrás dele com uma expressão séria.
- Filha. – os dois falaram simultaneamente.
- O que está acontecendo? – senti meu ar escapar. Não, eu não queria que eles se separassem. Eles não podiam se separar!

- Seu pai vai passar uns meses na França, na casa do seu tio Paul. – minha mãe informou.
- Por quê? – questionei em tom de descrença.
- Ele está precisando da minha ajuda na empresa dele. – papai disse simplesmente. Não acreditava que fosse só isso.

- Vocês sabem que eu não tenho 5 anos, não? – indaguei cruzando os braços em fronte ao peito.
- Essa é a verdade, querida. – mamãe falou docemente. – Só estou tensa por sua vó. Tudo isso é muito novo para todos nós.
- E por que me pediram para vir hoje aqui? – perguntei simplesmente.

- Porque queríamos avisá-la disso e queríamos conversar sobre umas mudanças. – fiz um sinal com a cabeça para que ele prosseguisse. – É sobre sua vó... – meu coração apertou e eu me sentei no sofá.
- Bom, você sabe o que é Alzheimer? – acenei com a cabeça.
- É isso que ela tem? – papai concordou.

- Olha, desde que ela saiu do hospital, ela tem ficado na casa da sua tia. Tem sido duro para todos. Quando você encontrar com ela, é capaz de que você fique chocada, mas com o tempo você se acostuma. No Natal nós já suspeitávamos que isso fosse vir a ocorrer porque ela apresentava alguns sintomas, mas não imaginávamos que fosse ocorrer por agora. É uma doença comum na idade em que ela está e não há nada que nós possamos fazer. – mamãe me confortou, colocando a mão no meu ombro. Concordei, mesmo sem saber do que se tratava direito. Eu li que Alzheimer é um tipo de demência. Quando chegasse em casa, eu pesquisaria sobre o assunto.

- Os médicos acreditam que o AVC só acelerou isso.
- Eu... tem mais alguma coisa que eu precise saber? – perguntei. Eu queria ir para casa. Queria ligar para Z, queria conversar com ele sobre isso. Ultimamente eu não tinha mais paciência de conversar meus problemas, minhas incertezas, com ninguém mais que não fosse ele.
- Por enquanto não. – murmurei um "ok" e me levantei. Despedi-me de meus pais e fui porta a fora. Com as mãos trêmulas, disquei o número de Z assim que saí do elevador.

- Amor, me encontra na minha casa? – supliquei enquanto a ficha de que eu estava perdendo uma das minhas inspirações caía.
- O que aconteceu? – ele pareceu preocupado.
- Eu preciso conversar. – respirei fundo, sentindo o vento gelado bater em meu rosto. Apertei um dos meus braços ao redor da minha cintura numa tentativa de fazer o frio ir embora.
- Ok. Estou indo pra lá. – Z desligou e eu fiz o mesmo, jogando meu celular na bolsa depois. Cruzei meus dois braços abaixo do busto e andei em passos apressados até chegar ao ponto de ônibus.

Abri a porta do meu quarto com uma certa urgência, esperando encontrá-lo lá. Eu possuía uma cópia da chave da casa dele, e ele, da minha.
Zayn estava parado em frente às prateleiras, provavelmente observando as fotos. Assim que entrei, ele se virou para mim, esboçando um sorriso.
Abracei-o fortemente por alguns segundos.

- Sobre o que você quer conversar? – ele perguntou enquanto passava as mãos gentilmente por meus cabelos. Fui até a cama e me sentei na beirada dela. Z me seguiu e fez o mesmo. Tirei meus sapatos e deslizei até o topo da cama, repousando minha cabeça nos travesseiros.
Alguns segundos depois, seu corpo repousou ao lado do meu. Confortei-me em seus braços e comecei a tirar todas as preocupações e medos de minha cabeça.

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora