Chapther Nineteen

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Capítulo 19

O sol havia se vestido em nuances de cinza e preto, dando um ar mais triste ainda ao dia.

Mamãe havia me ligado durante a madrugada avisando que vovó não duraria mais do que algumas horas.

Eu não quis me despedir, e, agora, olhando para seu corpo gelado, porém, impecável, eu vejo como me arrependo.

Fui extremamente boba ao pensar que evitaria sofrer se não a visse falecer de fato, mas me enganei. Como me enganei. A dor de sussurrar próximo ao seu caixão palavras que eu sempre quis dizer enquanto ela estava viva, conseguiu superar minhas expectativas.

Porém, o pior de tudo foi ver minha família inteira chorar; exceto por Jolie, que ainda não sabe da notícia e nem sei se tão cedo saberá.

O enterro seria ao meio-dia e no momento não passava de nove horas. Alguns amigos da família apareceram, como o Dr. Paterson, que havia feito o meu parto e cujo pai, já falecido, havia feito o parto de minha mãe.

Seu filho, um ano mais velho do que eu, também trilhava o caminho da obstetrícia. Mamãe havia me empurrado descaradamente para ele em um coquetel na casa dos Paterson no período em que eu e Z havíamos rompido.

Devo admitir que Jack não era ruim. Não mesmo. Mas ele era muito o que minha mãe queria – rapaz com família conhecida, portador de um sorriso convincente e um carro de preço exorbitante -, não o que eu queria – rapaz com sorriso encantador, não necessariamente um Deus-grego e humilde acima de tudo; como Z, exceto pela parte de não ser um Deus-grego, porque ele é.

Comuniquei a Zayn e às meninas durante a manhã,
não queria acordar ninguém, e todos os três me disseram a mesma coisa quando contei o horário: "Podia ter me acordado, não me importava". Mas eu, sim.

Papai estava voltando da casa do tio Paul com o mesmo, eles chegariam às onze horas no aeroporto de Heathrow, mas, pelo trânsito, só deveriam chegar ao velório lá pelas onze e meia, por isso marcamos tão tarde o enterro.

Z chegaria com as meninas perto do meio-dia. Ele alegou que esse era um momento familiar – mesmo que triste – e que, por mais que ele quisesse estar comigo, não era correto se intrometer. Bel e Emy disseram o mesmo, por isso pediram carona pra ele.

Estava encostada à parede quando uma corrente de ar vindo contra minhas costas trouxe o perfume de Zayn às minhas narinas e eu me virei instintivamente, me deparando com seu sorriso triste mais sincero.

Usei um sorriso parecido e o abracei com toda a força do mundo, sentindo meus olhos se preencherem de água novamente.

- Meus pêsames, amor. – ele falou baixinho ao pé do meu ouvido e eu esperei que a vontade de soluçar passasse para responder alguma coisa.

- Brigada. – minha voz saiu quase como um
grunhido.

- Sei que eu deveria perguntar como você está, mas já vi que não está bem. – Z parou de acariciar minhas costas e pegou em minha mão, me guiando para fora do salão onde estavam todos. – Vamos lá para fora? – concordei silenciosamente com a cabeça e andamos até uma cafeteria na esquina da rua da capela.

Pedi um café expresso para me manter acordada. Se eu dormi duas horas, foi muito.

- Depois do enterro você quer ir pra minha casa? Eu t... – Malik perguntou depois de uns minutos de silêncio.

- Não quero ser grossa, mas eu preferiria ficar sozinha, amor. – interrompi-o, pressionei meus lábios em uma linha fina e encarei o nada.

- Tudo bem, eu te entendo. – Zayn deu um sorriso triste e olhou no relógio. – Já é meio-dia, vamos? – fiz que sim com a cabeça e voltamos à capela.

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora