Chapther Fourteen

898 56 4
                                    

Capítulo 14

Acordei com uma enorme dor-de-cabeça, como se alguém estivesse a espremendo em todas as direções.

Droga! Vinho em jejum não fazia bem...
Levantei-me do sofá sem vontade alguma e me arrastei até meu quarto, onde dois pares de olhos me analisavam.

- Que foi? – levantei uma sobrancelha ao notar que elas me seguiam com o olhar.
- Você tá bem? – Bella perguntou. Semicerrei meus olhos e a fitei.
- Estou ótima. – falei, sarcástica. Ao que passei pela parede espelhada do meu quarto, vi o estado deplorável em que me encontrava: meu cabelo estava desarrumado, meus olhos tristes estavam borrados pelo rímel que havia escorrido, e no canto de meus lábios havia resto de batom, que estava associado a gotículas de vinho tinto.

- Você quer alguma coisa, Lou? – Emy amaciou a voz o máximo que pôde. Provavelmente, elas estariam pensando que eu estava querendo me matar. E, bom, eu não estava nesse estado... ainda.
Continuei mirando meu reflexo no espelho e proferi sem muita emoção:
- Só me deixem sozinha. – por fim, suspirei. Rumei ao meu banheiro, onde eu tomaria um banho para seguir com a minha vida.

Nota mental: Seguir com a vida depois de "dar um tempo" com o único cara que me fez gostar de coisas melosas, não rola.

Esfreguei meus pés cobertos por meias de algodão grosso uns nos outros e ajeitei meus óculos. O filme passava e eu devo admitir que consegui me prender a ele por alguns minutos. Eu havia faltado às aulas e pedi dispensa por hoje no trabalho, o que seria bom para organizar meus planos. Mas quando eu me deparei com uma mesa lotada de papéis, senti que a "tarde para organizar planos" seria trocada por "tarde para ver filmes antigos e analisar minha situação de fossa".

Ok, eu havia pedido pelo tempo, eu estava tendo o tempo. Mas por que será que eu sentia uma vontade imensa de ligar para ele? Ah, porque eu o amo, talvez. Sim, eu o AMO e admito. Eu AMO Zayn Malik, mas eu me amo mais, por isso não vou dar o braço a torcer.

Tirei meus óculos e os coloquei na mesa de cabeceira. Levantei da cama e resolvi colocar alguma roupa para passear por aí. Acho que uma ida ao Regent's Park me faria bem. Ou não. Eu sou tão estranha que, talvez, o cheiro de grama molhada me fizesse ficar pior.

Coloquei as mãos no bolso dianteiro único do casaco e saí do prédio. Andei alguns quarteirões até que atingi a estação de metrô. Meu celular vibrou e eu bufei, decepcionada. Eu deveria aprender a andar com a menor quantidade de tecnologia que eu pudesse. Atendi.

- Pronto. – falei depois de uma breve dança envolvendo fones de iPod, botões "Pausa" e "Bloqueio", e, claro, o celular.
- Filha? – a voz de minha mãe ecoou pelo fino aparelho.
- Tudo bem, mãe? – perguntei, incerta.
- Tudo. O que está fazendo? – mamãe indagou com o usual tom sereno.
- Hum... Dando uma volta só. – se eu explicasse que havia dado um tempo, ela, com certeza, falaria que quem dá tempo é relógio e mulher que quer pagar de otária.
- Pode vir ao apartamento da sua tia? – ela perguntou. – Sua vó tem chamado por você ultimamente. Achamos que seria bom que você viesse visitá-la... – adicionou. Concordei com um simples "aham".
- Te vejo em 20 minutos. – a casa de minha tia não era exatamente perto.

Desliguei o telefone e o encaixei novamente no bolso de minha calça. Aproveitei que estava a poucos metros do metrô e resolvi não pegar táxi.

Adentrei o edifício monumental onde minha tia morava e passei despercebida pelo porteiro. Cheguei ao apartamento em pouco tempo e me deparei com uma porta semi-aberta. Empurrei-a lentamente e entrei no local sorrateiramente. Então entrei em choque.

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora