Chapther Twenty One

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Capitulo 21

Prendi meu cabelo em um nó alto e desajeitado, escovando meus dentes. Já se passava das dez da noite e eu havia decidido adiar por mais um dia a conversa que eu queria ter com Z.

Todos os dias, a toda hora eu pensava na gravidez, pensava na merda em que minha vida iria se transformar, pensava na minha – e na de Zayn também - irresponsabilidade, ou seja, nada de muito diferente do que estava pensando no momento em que descobrira. Contudo, não sentia mais vontade de chorar.

O que eu havia esquecido era que o bebê crescia a cada segundo, independente de eu ter aquela conversa ou não com Zayn.

Suspirei de forma lenta e cansada ao escutar a campainha tocar. Já estava em minha cama, assim como as outras duas meninas. Esperei que uma delas fosse abrir a porta, já que seus quartos eram mais próximos da porta de entrada. E assim o fizeram, pois a campainha cessou segundos depois. Porém, a visita – ou o que quer que fosse – não era para elas, e, sim, para mim.

Z entrou e me deixou sem um álibi para adiar a conversa em que eu lhe contaria que não tiraria o filho, definitivamente. Era a hora.

Tirei o lençol de cima do corpo e me sentei na cama, observando-o vir até mim e se sentar virado para mim.

- Hey, por que está me evitando? – sua voz era serena, mas apresentava um quê de ressentimento.

- Eu precisava pensar. – murmurei em um fio de voz. Z meneou a cabeça, parecendo entender minha situação.

- E já pensou o suficiente? – ele indagou simplesmente. Levantei os olhos, que antes observavam suas formas dentro daquele terno. Ele tinha vindo do trabalho, eu tinha certeza.

- Sim. – respirei fundo. – Eu não vou tirar, mesmo que um filho vá desandar toda minha vida. – falei em um fôlego só, observando meu closet enquanto o fazia. Depois tornei a encarar Zayn, que, estranhamente, sorria.

- Você sabe que eu vou dar meu apoio, e que vou fazer das tripas coração para te dar suporte, não sabe? –Malik indagou de forma carinhosa enquanto se aproximava e me puxava para um abraço reconfortante. Assenti com a cabeça e inspirei profundamente. – Mesmo que isso signifique ir até a casa dos seus pais e contar para eles, sabendo que seu pai vai me arrancar a cabeça. – ele riu suavemente, o que me fez sorrir, com um pouco de medo da reação deles, porém.

- Fica aqui pela noite? – indaguei em um murmúrio após alguns segundos em silêncio. Pareci despertar Z de alguns pensamentos.

- Fico. – sorri sinceramente e me deitei, voltando a me cobrir. Observei-o tirar o paletó e colocá-lo na poltrona do meu quarto. Depois tirou a blusa social e a repousou junto ao casaco, ficando somente com uma regata branca e a calça social.

Bati levemente no pedaço da cama ao meu lado e ele entrou de baixo dos lençóis, me envolvendo em seus braços bem torneados e quentes. Fechei os olhos e me aninhei, depois de apagar a luz do abajur.
Permanecemos em silêncio por minutos.

- Z? – chamei-o com a voz baixa, quase sussurrando. Pensei que estivesse dormindo, pois havia parado de roçar seus dedos lentamente contra a pele do meu braço esquerdo.

- Sim. – ele respondeu simplesmente, voltando a acariciar-me.

- Eu te amo. – disse, apertando meus braços ainda mais ao redor do seu peito, como se não quisesse que ele escapasse.

- Eu também. – então ele depositou um beijo em minha testa, voltando a ficar em silêncio depois.

Acordei com o cheiro de panquecas invadindo o meu quarto. Emily estava de joelhos perto da minha cama, pegando alguma coisa debaixo da mesma. Esfreguei meus olhos, fazendo minha vista ficar menos turva.

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora