Chapther Twenty Three

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                                     Capítulo 23

Acordei naquele fim de semana com a missão de ir à casa dos meus pais. Já tinha acertado com Zayn que ele iria comigo, mas que não seria nada como nos filmes onde os pais sentam no sofá da frente e o casal mais novo começa a disparar as notícias. Até porque, na maioria dos filmes, a cena acabava mal, e isso significava má sorte.

O meu plano era falar primeiro com minha mãe, e depois deixaria com ela a bomba e a missão de comunicar ao meu pai. Eu não queria imaginar a cena dele ao receber a notícia, por mais amoroso que ele fosse comigo quando tudo estava bem.

Marquei de almoçar com eles sob o pretexto de que eu estava com saudades e que sentia falta de comida caseira de verdade, não daqueles congelados que eu e as meninas vivíamos comendo.

- Essa roupa tá boa? – pela primeira vez em quase 8 meses de namoro Z estava me pedindo opinião sobre a roupa. Ele costumava ser mais seguro quanto a essas superficialidades.

- Tá ótima, amor. – sorri, chegando perto do espelho para roubar-lhe um selinho. Desde o dia em que a gravidez foi confirmada, nós passamos a olhar todo o caso pelo lado positivo, assim eu não piraria mais e não o faria pirar comigo. Como em um tratado.

Obviamente, algumas cláusulas do nosso acordo permitiam que eu chorasse de vez em quando.

Abracei-o pelas costas, ficando na ponta dos pés para apoiar o queixo em seu ombro. Ele sorriu assim que reparou o que eu fazia e agarrou minhas mãos, observando o espelho por um tempo.

Zayn pegou ar, como se fosse falar alguma coisa, mas tornou a sorrir, girando seus calcanhares, ainda pegando em minhas mãos. Nossos corpos foram aproximados, se separando apenas por nossas mãos unidas.

- Eu acho que... – Z iniciou a sentença, mas meu querido celular me atrapalhou. Ele fez um sinal com a cabeça como se dissesse para atender, então o fiz.

- Oi, mãe. – falei. – Estamos no caminho já. Aham. Tô dentro do carro exatamente, saindo da garagem. Aham. Tá, mãe. Bota a comida no forno pra não esfriar. Já chegaremos aí. Beijos. Também. – finalmente desliguei, esperando que Z continuasse com sua fala. Não que eu achasse que fosse algo importante, senão ele já teria falado.

- Vamos? – Malik perguntou, se dirigindo à porta da sala. Fiz que sim com a cabeça e o segui até o carro.

Ao chegar à casa dos meus pais sempre era possível sentir o cheiro de comida fresca, de diversos temperos. Era isso que você ganhava quando sua mãe fazia curso de gastronomia, o que meu pai julgava como perda de dinheiro, "porque com a tecnologia de hoje ela poderia fazer um curso em duas semanas na Internet e obteria o mesmo efeito", como ele dizia. Mas ela se opunha, dizia que era muito velha pra entender essas coisas de Internet e preferia do jeito tradicional de aprender as coisas: com um professor ao vivo e a cores.

Toquei a campainha, podendo inalar o cheiro do tempero de maracujá. Provavelmente era pato ou dourado ao molho de maracujá.

- Sogrinha tá caprichando na comida. – comentei com uma risada, olhando rapidamente para Zayn, que sorria. Ouvi a porta ser destrancada e virei o rosto na direção da mesma, me deparando com papai.

- Pai! – sorri, dando-lhe um abraço demorado e um beijo no rosto. Saí do abraço, me recompus e fui cumprimentar minha mãe, que havia acabado de chegar à sala com um pano de prato sobre um dos ombros.

- Mãe, tem um pano no seu ombro. – comentei enquanto dava um abraço apertado nela, que riu ao escutar meu comentário.

- Minha memória tem andado péssima ultimamente. Leva pra cozinha, por favor? – concordei com um "uhum" e segui até a cozinha, constatando que eu estava certa quando ao molho e quanto à carne: dourado.

Insanity | zmOnde histórias criam vida. Descubra agora