Oh, espero que algum dia eu consiga sair daqui
Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar um perto
-Lovely, Billie Eilish (ft. Khalid)
Lua narrando:
Eu não sabia exatamente quanto tempo estava ali, mas foi o suficiente para apenas me acalmar.
A única coisa que dava para fazer lá dentro era se alimentar com a comida que mandavam para mim e teve vezes que não consegui comer.
Era de dia, para minha felicidade no quarto não fazia muito calor, mantinha-se uma temperatura ambiente, observei o teto pela milésima vez, em razão de ser a única coisa menos entediante naquele lugar.
Escutei o barulho da maçaneta sendo destrancada, a porta abriu, revelando a figura do mesmo que me prendeu ali, seu semblante mostrava tranquilidade com teu olhar perverso.
Ele se aproximou a fim de chegar mais perto de mim, abaixou-se, ergueu minha cabeça com sua mão e disse:
—Percebeu que não irá fugir?
Encarei seu rosto, sem responder, fiquei parada apenas, demonstrei nenhuma reação.
—Vou considerar como um sim—sorriu, tirou um pedaço de pano preto do bolso da calça e o ajustou em meus olhos, tampando minha visão—Vou te levar para seu novo quarto, pequena.
Senti teus braços envolver meu corpo e sendo sobreposto em seus ombros.
Dei um longo suspiro, mantendo-se calada, confesso que me encontrava-se numa posição desconfortável, porém que durou pouco.
Me colocando no chão, tirou a venda, revelando estarmos num corredor ainda desconhecido por mim, a nossa frente localizava uma porta de madeira branca, paredes de cores claras com uma bonita decoração, ele abriu a porta, tornando visível umas cinco camas de solteiro arrumadas, um guarda roupa enorme e duas penteadeiras, indicou com tua mão em minhas costas para entrarmos:
—Essa é sua cama, sua bolsa com seus documentos está em cima dela—o homem me levou de encontro a última cama, se sentou nela e fez um gesto com a intenção de mandar eu fazer o mesmo.
Obedeci, por incrível que pareça, ainda meio assim.
—Quero te explicar algumas coisas...Primeiro, você viu o que acontece se não obedecer, tomara que esse erro não venha a ser repetido.Segundo tua família pensa que você está numa viagem a trabalho e foi super fácil terminar com seu projeto de namorado se passando por você—deu uma risadinha e suspirou.
Continuei apenas ouvindo, não esboçando nada de expressão facial, realmente eu já sabia que estava fudida por estar ali e meus dias de cativeiro me fizeram perceber que teria de aceitar de verdade ou mais para frente de algum jeito tentaria fugir mais uma vez.
—Uau...o quarto ensinou você mesmo a ser uma boa menina...Gosto assim sabia?—dizia chegando próximo a mim, senti sua respiração em meu pescoço e seus lábios macios roçar por ele, segurei fortemente o colchão, tentando não ataca-lo—Ah, por a caso, princesa, meu nome é Nicholas, mas para você é Daddy, só quando eu deixar pode me chamar pelo nome, ouviu?
—Sim...—respondi seca, se afastando de seus toques nojentos.
—Difícil...Gosto assim—riu—Tome um banho, tem roupas limpas no guarda roupa, se arrume e desça para almoçar.Não demore—falou por fim saindo do quarto, me deixando finalmente sozinha.
Respirei fundo, contei até cinco e soltei o ar devagar, olhei em volta, passando alguns minutinhos ainda sentada, raciocinando tudo que escutei.
Levantei, caminhei para onde ficava as roupas, passando os olhos por elas, analisando cada uma, percebendo que algumas eram muito justas, coladas, curtas, custei achar algo menos chamativo/apelativo, peguei um shortinho jeans preto, uma regata folgada azul escura, lingerie preta ficando um pouco surpresa por ver que eram do meu tamanho, voltei ao banheiro que ficava no quarto também.
Entrei, olhei minha cara no espelho, tirei o que vestia, jogando no chão, liguei o chuveiro, deixando a água morna cair sobre meu corpo, começando a relaxar, sentindo que a sujeira do mesmo estava saindo, passei as mãos pelo cabelo.
Terminei de se lavar, enrolei na toalha e coloquei outra na minha cabeça, passei creme corporal, desodorante e perfume.
Vesti as roupas que havia pegado, penteei o cabelo suavemente, deixando os soltos.
Pendurei as toalhas molhadas na janela do quarto e saí.
O corredor aparentava estar vazio, porém mesmo assim continuei andando, desci as escadas de madeira em forma de caracol, indo parar numa espécie de sala de jantar grande, com uma mesa de vidro com dez lugares, quadros nas paredes em tons pérolas, uma bancada de mármore preta separava a cozinha americana dessa sala, Melanie apareceu com uma de suas micro roupas, segurando uns pratos brancos, ao perceber minha presença falou:
—Oi, linda.Como está?—sua voz estridente ecoava por minha cabeça, ela sorria.
—Tô bem—falei encostada na bancada só observando.
—Já que está melhor, pode vim me ajudar, né?—me puxou pelo braço para a cozinha pondo talheres em minhas mãos.
Sem nem ao menos dizer que sim, peguei os mesmo, posicionando-os pertos dos pratos de um modo formal.
Ajudei sobrepondo a refeição em cima da mesa, que despertou a minha fome ao sentir o aroma, apareceu mais moças, uma ruiva natural de cabelo longo, sardas no rosto, olhos castanhos e um belo corpo, uma branquinha dos olhos puxados, alta, cabelos até a cintura lisos e pretos, pernas torneadas e um belo bumbum, uma magrinha cabelos pretos sobre os ombros, tatuagens espalhadas pelo corpo, pele também clara e boca carnuda.
Todas me olharam de cima a baixo, tímida fiquei encarando o chão sem se expressar.
A ruiva me cumprimentou com um beijo no rosto:
—Olá, meu nome é Pâmela, mas pode me chamar de Pamy, essas são Verônica—apontou para a tatuada que fez um tchauzinho com a mão simpática—Kayla—mostrou a dos olhos puxados que apenas me encarou—E qual é seu nome?
—Luara, apelido Lua—respondi sorrindo.
—Hum, que nome diferente...Você é daqui mesmo?—perguntou Kayla, me analisando com os olhos com os braços cruzados, parecia não gostar da minha presença ali.
—Não, sou brasileira, vim para cá estudar—respondi a olhando com cara feia e voltei a arrumar os talheres.
—Hum...—expressou ela fazendo um gesto de estar nem aí com os ombros.
Nicholas entrou na sala com mais três meninas atrás dele, uma loira baixinha corpuda com cara de enjoada, uma morena mais alta, dos cabelos lisos de óculos também com corpo bonito e uma branquinha dos olhos esverdeados magra e cabelos lisos curto.
Todas pareciam estar acostumadas com o ambiente, nenhuma demonstrava estar achando ruim de estar ali.
O homem demonstrava teu poder sobre elas só com o jeito de olhá-las, quando o mesmo se sentou as demais fez o mesmo e eu também.
Logo entrou uma moça mais velha com roupas de trabalho e serviu Nicholas, as outras se serviram, ficando só eu sem nada no meu prato.
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Destinado a acontecer 🔥
Teen Fiction"Quando Luara Souza decidiu morar em outro país para estudar, não imaginaria que tal coisa aconteceria contigo. Um acaso poderá mudar sua vida e te trazer algo que nunca pensou que iria tirar desse acontecimento."