Você é tudo o que eu queria
Apenas deixe-me segurá-lo
-Hostage, Billie Eilish
Fomos em bastante lojas, de sapato, jóias e perfumaria.Tentei escolher o mais barato, porém ele não deixava e fazia eu pegar os caros.Eu não reclamei muito, apenas peguei.
Saímos de lá cheios de sacolas, eu tinha ganhado um guarda roupa novo e se decidisse fugir novamente, ia querer levar tudo embora, lógico.
Após por tudo no banco do passageiro, fomos para a mansão dele, voltamos em silêncio no caminho, já era de noite e parecia que as outras meninas não haviam chegado.
Ele me levou para outro quarto, ainda tinha uma cama de casal, banheiro, um guarda roupa enorme e uma penteadeira linda na cor branca;
—Esse será teu quarto a partir de agora—falou colocando o que carregava no chão e se sentando na cama.
—Porque?—questionei.
—Todas tem seu próprio quarto, vocês só estavam juntas pela fato de que os outros ainda estavam sendo decorados, se estiver com medo de ficar sozinha posso dormir contigo hoje, o que acha?
—Acho melhor você manter os seus pés no chão, em?Tá sonhando alto demais—ri, começando a ajeitar as coisas.
—Que isso, Lu.Estamos só eu e tu aqui, podemos dormir juntos...
Soltei mais risadas, era incrível a sua falta de vergonha na cara.
—Na verdade essa será sua punição.Vai ter que dormir comigo, sim—mandou.
—Se eu não quiser, irá acontecer o que?—respondi num tom atrevido.
—Huum, depende...—ouvi teus passos se aproximando, sentia minhas bochechas corar de vergonha,passou teus braços entre minha cintura, sobrepondo tua boca em meus pescoço, aonde depositou beijos—O que você vai querer?
—Que você se afaste—recuei de seus braços, o olhando.
—Tá bom, mas ainda terá de dormir comigo...—fez um gesto de rendição com as mãos e pegou uma toalha indo para o banheiro—Se resolver vir tomar banho comigo, não vou achar ruim.
—Tô de boa aqui...—respondi alto, terminando de arrumar a penteadeira.
Sentei na cama, abrindo a barra de chocolate que ele havia comprado na farmácia, fiquei pensando no tanto que as coisas tinham mudado, antes eu estava numa apartamento pequeno vivendo uma vida de estudante universitária em outro país, vivia com uma amiga, não ia em festas, me relacionei apenas com um cara morando lá, ainda não tive a oportunidade de ver meus pais de novo, porém falava com eles direto pelo telefone, mas ali naquela casa enorme na companhia de um homem que me sequestrou, eu não fazia ideia de quando iria ter uma vida normal novamente e se isso iria ser possível.
Parei minhas reflexões ao ver Nicholas, apenas vestido uma toalha, contendo algumas gotas de água em teu peitoral e costas, um físico definido composto por inúmeras tatuagens, seu cabelo molhado caía sobre seu rosto, o que acrescentava mais o quanto era bonito.
Ele me encarava com sua famosa feição de malícia, virei o rosto sem graça querendo me conter mentalmente.
O mesmo se posicionou do meu lado, pude ver de canto de olho, que estava vestindo cueca e assim consegui encara-lo sem nenhum problema.
—Minha boca tá doendo até agora—soltou o mesmo, chamando minha atenção a seu lábio inferior machucado.
O corte era pequeno, porém um pouco fundo, não precisava de pontos, mas poderia deixar uma cicatriz.
—Você passou algum remédio aí?—perguntei.
—Não, achei que o doutor iria me passar algo, mas não passou—se explicou calmo.
—Aqui tem kit de primeiros socorros?
—Tem, ali no banheiro mesmo.
—Ok—fui até lá, abrindo os armários achando a caixinha vermelha na parte de baixo, voltei e me sentei na frente dele.
Peguei uns algodões, água boricada e uma pomada que ajudaria a não inflamar e a sarar mais rápido.
Segurei seu queixo em minha mão esquerda com cuidado, usando a outra para passar o medicamento;
—Ai...—reclamava apertando minha coxa numa forma de aliviar a dor.
—-Ué, um macho deste tamanho, sendo fraquinho assim?—tirei sarro do mesmo que fingiu estar bravo.
Por fim passei a pomada e guardei a caixinha onde peguei, aproveitei para tomar um banho, vesti uma camisa grande preta e um shortinho confortável para dormir, voltando a deitar.
Receosa, tentei ao máximo ficar distante do seu corpo, deixando um espaço em vão na cama, Nicholas bateu palmas desligando a luz, o que me surpreendeu.
—Tu vai te que ficar agarradinha comigo, se não nem conta...—falava.
Respirei fundo e prometi a mim mesma que não deixaria algo acontecer entre a gente.
—Tá bom—respondi, chegando mais perto, parando ao sentir teu tronco atrás de mim.
Nicholas me entrelaçou com seus braços, afogando sua cara em minha nuca, fiquei ali parada, desejando que acabasse logo, o sujeito puxava minha cintura para mais perto, como se quisesse que sentisse o volume em suas calças e talvez era isso mesmo, não era muito confortável, eu estava ficando envergonhada da situação, até sentir uma de suas mãos em meu cabelos, acariciando minha cabeça com delicadeza.
Um toque tão bom, que estranhamente me tranquilizou:
—Não precisa ficar tensa, já disse que só irei fazer algo contigo, quando permitir...—seu hálito quente em minha orelha me causava arrepio, não gostava do jeito que meu corpo estava reagindo a ele.
Eu assenti, mantendo minha respiração calma, apenas apreciando seus dedos passarem entre meu couro cabeludo com toda a delicadeza, me dando sono, esquecendo de tudo e fechando os olhos que já estavam pesados.
*-*-*-*-*-*-*-*
Nicholas narrando:
Eu não acreditava que a mesma que dormia comigo docilmente, podia ser tão forte e agressiva quando tivesse um surto.
Seus socos foram suficientes para cortar minha boca, um machucado pequeno que ardia muito, mas nem se comparava as outras dores que fui submetido no passado e algumas semanas atrás.
Seu cheiro doce, entrava em minhas narinas, me deixando louco para toca-lá, tive que me controlar ficando de costas a ela.
O meu desejo de dormir ao seu lado, foi só para ver se finalmente eu iria poder transar com Luara, se ela ia me permitir isso, porém quebrei a cara, podendo apenas tocar no seus cabelos e cintura.
Fiquei incomodado um pouco, contudo tinha certeza que no momento em que houvesse essa permissão, seria tão bom quanto foi das outras vezes....
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Destinado a acontecer 🔥
Teen Fiction"Quando Luara Souza decidiu morar em outro país para estudar, não imaginaria que tal coisa aconteceria contigo. Um acaso poderá mudar sua vida e te trazer algo que nunca pensou que iria tirar desse acontecimento."