• Capítulo 26 •

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Tem umas vadias nesta casa (espere)
Eu disse pervertida certificada, sete dias por semana
WAP (Cardi B part. Megan Thee)

Éramos umas cinco e meia da manhã quando chegamos em casa, todas bêbadas e tentando não fazer barulho ao entrar.

Minha cabeça estava pesada, minha visão girava e eu tinha certeza que não devia ter bebido tantos drinks de vodca, Vee se encontrava do meu lado, parecendo estar um pouco mais alcoolizada que eu, ela dava risos baixos e a todo momento fazia um sinal de silêncio com a mão, foi engraçado vê-la daquela forma.

Com cuidado, para não acordar ninguém, andei tranquilamente pelo corredor do meu quarto, até sentir uma mão puxando meu pulso, me fazendo se virar e ver a guria que beijei na festa em minha frente, me olhando fixo:

—Eu sei que tenho meu quarto, mas posso dormir contigo hoje?—perguntou num tom de voz meio enrolada.

—Pode—ri sem jeito—voltando em direção a porta para abrir a mesma, jogando os sapatos de salto no canto e pegando uma roupa confortável de dormir, mesmo não estando sã, fiz questão de tomar um banho rápido, removendo a maquiagem e ficar limpa tendo uma boa noite de sono, terminei e ao se vestir, me deitei na cama, após uns dez minutos Verônica aparece, com um isqueiro na mão e um negócio que parecia ser um cachimbo.

—Vou fumar um pouco, você se importa?—falou ela, indo em direção a minha janela, vestindo apenas um camisetão preto e uma calcinha branca de renda, a visão que eu tive dela encostada ali de bunda empinada fumando, foi bem interessante, estava me causando algo diferente que eu ainda não tinha sentido.

Fiquei ali a observando, sem conseguir tirar os olhos dela, faltava eu babar, de tanto que olhei.
A mesma se virou, dando um sorriso de lado, soltando devagar a fumaça pela boca:

—Você não quer?—me questionou mostrando o tal cachimbo, eu não sabia se deveria usar aquilo, então me encontrei uns segundos calada pensando no que fazer.

—Qual é a sensação?—perguntei curiosa, se aproximando dela, também se encostando na persiana.

—Acho que depende muito do lugar e das pessoas que você faz isso...—contou olhando atentamente para o céu que estava clareando.

—Se for assim com todo mundo, então vou ter uma boa, por estar contigo aqui...—soltei sem pensar rindo, pegando o negócio de sua mão e dei uns leves tragos.

A primeira tragada, eu quase morri de tanto tossir, minha garganta ardia, mas conforme foi passando uns segundos, peguei o jeito e Vee ficou ali parada me encarando com a cabeça pousada na mão.

—É, não é tão ruim assim, igual eu achava que era—devolvi para ela, terminando de soltar a fumaça.

—Eu gosto bastante, me ajuda em vários sentidos...—voltou a fumar.

—Hmm, que interessante—falei parando para observar a paisagem do mar batendo nas pedras.

—Desde quando tu chegou na casa, eu já queria ficar com você, tu tem uma beleza diferente das outras meninas daqui, porém achei que seria impossível—confessou.

Me deixando mais do que surpreendida, meu coração parecia estar acelerado e eu não fazia idéia se era efeito da maconha ou por vê-la se aproximando mais de mim.

—Nossa, porque impossível?—quis saber mais.

—Sei lá, você não tem cara de quem também fica com meninas...

—Na verdade, nem eu sabia disso, foi minha primeira vez.

—Me sinto importante agora...—ela passou a mão em meu rosto e puxou me queixo para perto da sua boca, aonde depositou um selinho em meus lábios, dando início a outro beijo.

Eu comecei a sentir algo novo para mim, mais uma vez, ainda me sentia nervosa e minhas mãos pousadas em sua cintura pareciam estarem suadas.

Verônica desceu uma de suas mãos pela minhas costas, parando em minha bunda e dando um leve aperto, fiquei sem graça e logo parei o beijo com selinhos nela:

—Eu tô com muita dor de cabeça e com sono, vou dormir—menti para sair daquele cena.

—Tudo bem—ela riu mostrando que estava chapada o suficiente, me deu um beijo na bochecha meio que se despedindo e saiu do meu quarto mesmo tendo pedido para dormir comigo.

Fiquei sem entender nada, minha boca começou a ficar seca e a sede veio, então quis ir até a cozinha beber uma água gelada.

Desci as escadas, confesso que com certa dificuldade, eu nem sabia se era pela bebida ingerida ou pelos tragos dado no baseado da Vee, de alguma forma tudo parecia estar melhor, uma música passava pela minha mente e baixinho comecei a cantarolar.

Chegando ao meu destino, peguei um copo no armário e coloquei água para mim, olhei para as janelas e vi que já estava mais claro do que antes, então resolvi ir na varanda ver o por do sol.

Estava ventando um pouco frio e quase congelei ali, mas continuei a olhar a bela paisagem.

De repente, ouço uns pequenos barulhos na cozinha, imaginei que seria alguma das meninas, até perceber que tinha alguém vindo em minha direção, pelo cheiro do perfume bom, era Nicholas, que se sentou do meu lado como se não quisesse nada:

—Bom dia—soltou me encarando.

—Bom dia, Nickzinho—respondi sorrindo sem tirar os olhos da vista.

—É impressão minha ou você está bêbada?—riu.

—Impressão sua...—o encarei.

Nicholas vestia apenas uma samba canção, cabelos um pouco desalinhados como se o mesmo tivesse acabado de acordar.

—Até parece, quando você fica assim, fala demais e enrolado ainda, pode não estar falando muito, mas a sua voz tá meio zoada—zombou o loiro.

—Me deixa...aposto que você já ficou pior—prendi meus cabelos num coque e ao olhar para baixo percebi que estava vestindo um short curto e um top, fiquei um pouco sem graça.

—Realmente não posso falar nada sobre—riu—mas te zoar é muito bom—se aproximou mais um pouco.

Envergonhada e cansada, decidi subir, já que não deveria estar ali naquele momento sem estar sóbria ao seu lado, sabendo que não iria prestar se ficasse ali por mais tempo.

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