• Capítulo 17 •

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Mãos ficando frias
Perdendo sentimentos, envelhecendo
...
Ferida, não consigo esquecer

-Idontwannabeyouanymore, Billie Eillish.


ㅡRelaxa, princesa, você vai gostar...ㅡfalou o mais velho, desabotoando a calça, minhas pernas tremiam e eu não sabia como reagir, não queria estar ali, Derek e os outros dois vinham para mais perto, um tirou o seu membro para fora, mandando me fazer um oral.

Fiz não com a cabeça, tentando me levantar, querendo fugir, o que estava atrás de mim, me segurou para não levantar, nesse momento comecei a gritar, levando rapidamente um puxão de cabelo, com o que me fez perder o equilíbrio indo direto de volta a cama, sem jeito de sair, senti eles subindo meu vestido e o  desespero já tomava conta de mim.

ㅡPodia ter sido mais fácil, né, Luara?—disse cinicamente o cara que encontrei no corredor, passando a mão pelo meus seios, rasgou uma das alças do meu vestido, deixando me mais despida, fiquei muito envergonhada, aumentei a intensidade do choro, parecia estar acontecendo devagar, me causando uma dor maior, a todo minuto desejava que Nicholas aparecesse ali.

Virei o rosto para não ver toda aquela cena, sentindo demais mãos me tocando, fui obrigada a fazer oral neles, enquanto seguravam meu cabelo fortemente, forçando minha garganta quase me sufocando, recebi tapas na cara, apertões na bunda, nos seios, eu me sentia horrível, torcia para acabar aquilo logo, a cada toque deles um pedaço de mim parecia morrer junto, seus gemidos abafando os soluços de meu choro, acabava comigo.

Como era terrível, fui jogada de costas na cama de um modo agressivo, minha calcinha fora arrancada e levei fortes tapas na bunda, tentei me levantar novamente levando dois socos na costela, me fazendo se desequilíbrar e respirar com mais dificuldade.

Juro que naquele instante eu só queria morrer, para não ter de ficar passando por aquilo tudo, minha boca estava tampada, meus braços e pernas sendo segurados, para não gritar ou sair dali.

Ouvimos batidas na porta e eles me soltaram, me deixando aliviada, consegui se levantar, indo em direção a janela, sendo puxada de volta, ficando imóvel por um, que mandava eu calar a boca, levei um murro forte na boca do estômago, me fazendo soltar um urro de dor:

ㅡQuem tá aí?ㅡa voz perguntava gritando tentando abrir a maçaneta a força.

ㅡ Tá eu e mais umas meninas, porque?—respondeu Derek fingindo estar tudo bem.

Mais um soco e se não fosse o cara novo me prendendo pelos braços, eu tinha caído no chão, minha cabeça doía, igual ao restante do meu corpo, visão embaçada e por um momento perdi o fôlego:

—Socorro!—gritei num tom de voz falhada, tirando forças de não sei da onde.

ㅡCala boca, puta!—tampou meus lábios com a mão, me fazendo soltar grunhidos abafados.

—Luara?Você tá aí?—esbravejava a voz de trás da porta, era Nicholas que socava a mesma querendo parti-la no meio.

Derek me olhou assustado, vindo em minha direção dando um beijo forçado, onde mordi teu lábio fazendo sangrar, me soltando dos braços do outro, corri para abrir, conseguindo destrancar a porta, levando uma rasteira, aonde bati com tudo a cabeça no chão, o que fez eu ficar mais fraca ainda, senti alguns pontapés e por fim ouvi barulhos de tiros por todo o local.

Fechei os olhos sem ter muita noção do que estava ocorrendo e fui ficando sem consciência.

Meu pai se encontrava de braços abertos pronto para me dar um abraço apertado ao lado de mãe e junto da polícia, a felicidade tomava conta de mim por inteira, corri na direção deles e senti o conforto que meu pai me passava.

Do nada, ouvi a voz de Nicholas gritando por ajuda e ao olhar para onde vinha essa voz, vi o mesmo sendo arrastado algemado por mais policiais, ele chorava e por algum motivo aquilo doía em meu peito, tentei ir até ele, mas meu pai me segurava, comecei a chamar pelo seu nome e quando o tatuado me encarou, sorriu e disse que me amava....

ㅡLuara?ㅡ escutei ao longeㅡEi acordaㅡao me mexer senti dores na barriga e soltei gemidos de dorㅡAcorda.

Uma mão tocava no meu ombro me causando desconforto o suficiente para abrir os olhos rapidamente, aonde Nicholas me olhava com teus olhos escuros, demostrando estar preocupado, tua camisa social desabotoada junto a uns pingos de sangue, estávamos no teu quarto, olhei em volta e Pamy e Mel, estavam na porta.

ㅡComo você está se sentindo, Lua?—disse a ruiva ao se aproximar.

Flashes do que tinha acontecido na noite anterior, faziam meu estômago revirar e num pulo levantei, para ir ao banheiro, vomitar de tão nojento que fora para mim aquilo tudo.

Meus cabelos eram segurados por uma das meninas, que ao mesmo tempo passava água gelada sobre minha nuca.

Eu me sentia fraca, ainda estava com dores físicas, meu coração parecia nem existir mais, meu único pedido para aquele momento e que tudo não passasse de um pesadelo, mas isso se encontrava longe de acontecer.

ㅡLua, tá tudo bem nós estamos aqui, ok?—Mel tentava passar conforto, enquanto me ajudava a se recompor me levando de volta a cama.

Aonde estava um Nicholas cabisbaixo, olhando para o nada, parecendo estar cansado, com um penteado bagunçado e a roupa suja, que correu ao perceber minha chegada, vindo de encontro a mim, pegou em minha mão com todo o cuidado possível.

Já deitada, tentei não pensar nas coisas ruins, apenas agradecendo de não ter acontecido algo pior comigo, as meninas me deram um beijo na testa e se retiraram.

O moreno se ajeitou do meu lado, ficando sentado, após eu encara-lo, começou a dizer:

ㅡMe perdoe pelo o que fiz você passar...—sua voz saía baixa demais para uma pessoa que tinha o costume de ser autoritário.

ㅡEstá tudo bem, não foi tua culpa, juroㅡo respondi calma e simplesmente o abracei querendo mostrar que estava tudo tranquilo de alguma forma, pousei meu rosto em teu pescoço, seus braços passaram pela minhas costas, me causando um desconforto que ignorei.

ㅡEu realmente espero que pelo menos estejam mortos—soltei.

ㅡOs mesmo se encontram até enterrados, relaxa—respondeu suspirando.

Depositou um beijo no topo da minha cabeça, se afastando indo direto ao toalete, indo tomar um banho.

Foi tão carinhoso o teu toque, que me causará paz, ficando mais leve e isso era estranho.

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