• Capítulo 15 •

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Pegue minha mão
Vamos ver onde acordaremos amanhã
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Lost Stars, Maroon 5

[...]

O céu escuro recheado de várias estrelas e uma lua cheia que refletia em minha janela, me mostrava que já estava de noite e que meu cochilo acabou durando mais do que esperado, me virei na cama diversas vezes querendo voltar a dormir.

Lembrei do remédio que tinha de tomar e me levantei num pulo, indo em direção a penteadeira, achando o frasco, com uma pílula na mão, decidi descer na cozinha para pegar água, as luzes da casa estavam apagadas, então era muito tarde, devia ser madrugada, parecia estar todos dormindo nos seus devidos quartos, continuei a descer as escadas, acendendo a luz da cozinha, abrindo a geladeira, tirando a garrafa, posicionando na bancada e pegando um copo.

Ao me virar, vi uma figura masculina pela sombras e quase morri de susto, porém era só Nicholas com o tronco desnudo, vestindo uma calça de moletom, o mesmo se aproximou, sentou no banquinho e me encarava;

—Achei que estava dormindo como as outras, minha pequena...—soltou.

—Eu também achava isso de você...—dei um gole em minha água engolindo o remédio.

—Tive coisas para fazer e não consegui dormir direito—se explicava.

—Nossa, eu não sabia que tu ficava tanto com a Ashley assim—brinquei rindo.

—Que engraçadinha—fingiu uma risada—eram mais sérias que isso.

—Tá bom, senhor importante.Vou voltar para minha cama...—guardei o copo no armário.

—Fica comigo...quero te mostrar algo.

—Tipo?—tentei decifra-lo, tentando entender o que se passava em sua cabeça, ele conseguia ter várias personalidades numa só.

—Você só irá ver se vim comigo, ué...—tua mão já estava em meu pulso, com cuidado foi me levando pela casa escura.

Subimos numa espécie de escada que ficava na parte inferior, parando no que parecia ser o teto, ele subiu primeiro e pegou em minha mão para me ajudar, mesmo tendo medo de altura, fiquei ali sentada observando melhor a vista maravilhosa a nossa frente, céu estrelado, o mar calmo, algumas montanhas e árvores;

—Caramba, que lindo...—falei impressionada.

—E é, quando tô com uns negócios na cabeça, subo aqui para espairecer.

—Amei, tipo gosto muito de paisagens assim, amo a natureza, acho tão fascinante.

—Eu gosto também, principalmente do céu, acho incrível, quando eu era criança queria ser astrólogo, vivia lendo livros sobre e fazendo pesquisas para saber os nomes das constelações, sabe?

—Sim...devia ter seguido a carreira então—falei ingênua.

—Não era fácil naquela época, meus pais já tinham outros planos pra mim—riu me olhando.

—Porque?—minha curiosidade falava mais alto.

—Ah...não quero lembrar disso agora—respondeu educado.

—Tudo bem, me desculpa...—o arrependimento batia, não queria ter feito lembrar de algo que talvez poderia ser ruim.

—Não, de boa...

Voltei a olhar para a vista, não querendo invadir tuas intimidades, sem ver eu estava abraçando minhas pernas com frio e meus olhos se encontravam pesados, devia ser pelo medicamento que tomei minutos atrás.

—Tá com frio?

Assenti, encostando minha cabeça em meus braços, senti o mesmo me abraçar e sem sair correndo apenas me acomodei no teu peito, correspondendo, meio sonolenta passei a mão nos seus desenhos estampando no corpo, os elogiando e acabei dormindo ali mesmo, nos braços de quem tinha me sequestrado.

Não sei quanto tempo nos se localizava naquele local, só sei que despertei com uma luz clara batendo em meu rosto, resmunguei algo e me virei dando ficando mais próxima do mesmo que dormia ao meu lado, tentei voltar dormir, até Nicholas se pronunciar, sua voz saiu calma e baixa:

ㅡAcorda...ㅡme balançou.

—Deixa eu dormi—reclamei afastando sua mão do meu braço.

—Não—dessa vez se demonstrava firme, continuando a me balançar.

—Porra!—estressei, se levantando o encarando com ódio.

O homem ria, achando aquilo muito engraçado por sinal;

—Nossa, estressadinha—passou a mão em teu olho enxugando as lágrimas que escorriam dando gargalhadas que eram gostosas de se ouvir.

—Vai se fuder, Nicholas!Eu só queria dormir e tu aí...—bufei.

—Você não tá nem em uma cama, levanta—zombou.

Ainda estávamos em cima da casa, por isso a luz clara, ainda com sono me levantei, ficando sentada, prendi meus cabelos e encarei o moço com um sorriso estampado no rosto.

—Está bem cedo, ainda—esclareceu olhando para a tela do seu celular—Porém acho melhor ir dormir na cama, se não vai fica toda dolorida aí...

—Tá, eu vou...—me levantei com cuidado indo em direção as escadas, fui descendo junto dele que estava atrás de mim.

Eu nem tinha prestado atenção quando o mesmo me puxava pela mão pelos corredores da casa, o medicamento tomado por mim realmente era forte.

Entramos no teu quarto, fui direto para a cama, sem ao menos pedir permissão, meu corpo se encontrava pesado, eu precisava dormir de novo.

Encostei minha cabeça no travesseiro, puxei a coberta para cima de mim, Nicholas fez igual, apenas se aconchegando em minhas costas, passou os dedos carinhosamente pelo meu cabelo, me causando conforto e arrepios, tentei me manter o máximo acordada, mas estava impossível.

Fechei os olhos, posicionando minha mão em teu braço, ele riu dando um beijo na minha nuca.

Mais uma vez adormeci, sentindo tua respiração perto da minha, despertei quando os raios solares invadiram o quarto, virei para o lado querendo que saísse dali e continuar a sonhar.

—Caramba, você dorme demais...—falava o mesmo homem que havia deitado do meu lado horas antes, mostrando impaciência na voz.

—Ninguém liga—resmunguei puxando a coberta para me cobrir.

—Ah, não, Lua, levanta, já são três horas da tarde, temos um compromisso daqui meia hora—ordenou tirando a mesma de cima de mim, fazendo eu o encarar enfurecida.

—Nem adianta ficar brava, tu vai ter que sair daí, já.

—Tá bom, eu já ouvi—respondi me levantando prendendo os cabelos em um coque qualquer—Qual é o compromisso?

—Você só irá saber quando for, vá se arrumar—mandou mais uma vez.

[...]

Estávamos em seu carro, numa rodovia, ele permanecia em silêncio, não quis me dizer para onde íamos, assim fiquei quieta e ansiosa, apenas esperando a chegada.

Enquanto olhava pela janela, dispersa, não reparei que o automóvel havia parado, Nicholas chama minha atenção para descer e obedeci, ficando em frente a uma mansão.

O moço ao meu lado, estendeu tua mão, me trazendo para perto, caminhamos até o hall de entrada, tocou a campainha e quem eu menos esperava abriu a porta.

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