Capítulo 2 - Luna

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"No me olvidaras aunque estes con alguien más. Tantos sueños por cumplir, tantas cosas por decir...".

Dulce Maria – Luna


FLASHBACK ON

- O que você quer afinal? Que eu grite para o mundo que estamos juntos? – bati a porta atrás de mim. Estava com raiva, com muita raiva. De novo nós brigávamos pelo mesmo motivo.

- Não Dulce, não precisa disso. Eu só quero entender qual o motivo desse medo do que os outros vão falar.

- Mas não é medo Christopher, por deus. A gente está bem assim, ou não está? – encostei-me à parede e fiquei esperando sua resposta, que parecia durar toda uma eternidade para aparecer. Eu tinha tanto medo de perdê-lo.

- Não sei você Dulce, mas eu cansei de ver um bando de otário dando em cima de ti e eu não poder fazer merda nenhuma. Cansei de ficar me escondendo com medo de sermos pegos, como se a gente estivesse cometendo algum crime. Que droga Dulce. Eu cansei. – ele me olhou e eu podia jurar que vi seus olhos cristalinos. Não, não, não.

- Eu...eu... também não gosto de ver outras mulheres te cercando – não iria demorar muito para eu começar a chorar. Um dos meus maiores receios foi que ele se cansasse de mim.

- Mas isso é porque você prefere que seja assim, porque a partir do momento em que assumirmos que estamos juntos, toda essa mulherada que você tanto diz que vive atrás de mim vai se evaporar. – ele virou de costas pra mim e fungou. Uma, duas, três vezes. Não, não, não.

- Chris, vão começar a se meter na nossa vida...E..e...você sabe como a imprensa pode ser maldosa, eu só não quero que isso nos atrapalhe – limpei uma solitária lágrima que insistiu em escorrer pelo meu rosto e fui me aproximando dele.

- Quer saber? Já era. Eu não vou ficar aqui discutindo algo que não vai me levar a lugar algum. Cansei disso aqui, cansei de tudo. – ele virou abruptamente e foi indo em direção a porta. Ele não podia sair assim, simplesmente não podia desistir de mim. Quando ele já estava alcançando a maçaneta, eu me agarrei com força em sua cintura pelas costas.

- Não Chris...não me deixa..não desiste da gente. Não desiste de mim – comecei a chorar, e quanto mais às lágrimas desciam, mais eu me agarrava com força a ele. Era como se eu o soltasse pelo menos por um segundo, ele iria sumir de mim. – Eu faço...eu faço tudo...só por favor, não desiste. – escutei os seus tímidos soluços, e tive a certeza que ele não conseguiu segurar suas lágrimas também.

- Me larga Dulce – sua voz era só um sussurro – Me deixa ir.

- Não – o apertei mais, e comecei a beijar suas costas. A camisa dele já estava molhada com meu pranto. Ele agarrou minhas mãos e começou a tentar se soltar de mim. – Não, você não vai sair.

- Me deixa olhar para você. – eu fui afrouxando meu agarre aos poucos, mas ainda me mantive agarrada a sua camisa. Conseguiu se virar e passou as costas das mãos nos olhos para enxuga-los, em seguida segurou meu rosto – Que droga garota, eu te amo tanto que chega a doer. – meus soluços aumentaram e as lágrimas já saiam sem pedir permissão alguma. Ele tentou se desvencilhar do meu abraço e eu o segurei com mais força.

- Não. Pra..pra onde você vai?

- Te colocar na cama. Eu vou cuidar de você. – ele limpou todas as lágrimas de minhas bochechas com suaves beijos, em seguida passou um braço pelas minhas costas e outro atrás dos meus joelhos e me pegou no colo. Me agarrei ao seu pescoço e comecei a beijá-lo. Ele me colocou deitada na cama e foi saindo em seguida, agarrei seu braço ainda assustada.

- Você não vai sair né? – recebi um tímido sorriso em resposta.

- Vou só apagar a luz – e apagou, voltou e me amou. Como tantas vezes nossas discussões terminaram na cama, que pena não foi assim para sempre.

FLASHBACK OFF

Toc. Toc. Toc

- Não me deixa.

- Dulce

Toc. Toc. Toc.

- Não, não vai.

- Dulce ta acordada?

Toc. Toc. Toc.

- Você prometeu.

- DULCE

Ouvi um grito e sentei-me na cama assustada. Eu respirava depressa e meu rosto estava molhado. Havia chorado de novo por causa do mesmo sonho.

- Já vai – levantei-me e vesti o roupão que estava pendurado em uma das cadeiras perto da cama, abri a porta e vi Luís do lado de fora com alguns papéis na mão. – O que aconteceu?

- Você já viu que horas são? Estamos atrasados Dulce. Vá se vestir, você come algo dentro da van. – virou as costas e me deixou lá plantada na porta, confusa, sem saber as horas e toda descabelada. Fechei a porta e fui direto para o banheiro, eu só precisava de um banho gelado, e tudo iria melhorar.

O dia foi corrido como sempre, gravei participação em alguns programas, divulguei o cd, conversei com fãs, cantei, dei entrevistas. Cansativo, mas maravilhoso.

Voltei para o hotel exausta, só queria tomar um belo banho, me jogar na cama e vê se dessa vez teria uma noite de sono tranquila. Quando estava indo para o meu quarto recebi uma das notícias que me abalou por completo, Luís comunicou que assim que voltássemos para o México, teríamos um encontro com Pedro aonde resolveríamos a respeito do reencontro de RBD. Engoli em seco, e concordei com um breve aceno de cabeça correndo direto para o meu único refúgio, que agora já não era tão bom assim.

Encostei-me na porta já fechada, fechei meus olhos e respirei fundo. Resolvi ligar para a única pessoa que iria me entender. Sentei na cama e busquei meu celular na escrivaninha ao lado da cama, disquei o número que eu já sabia decorado e esperei.

- Alô

- Mamãe, como você está?

- Minha Dulce, que bom ouvir sua voz, estou bem e você? Está se alimentando direito?

- Sim, sim – dei um sorriso.

- O que aconteceu?

- Nada mãe, nada. Porque?

- Dulce Maria eu te conheço como a mim mesma, é sobre a reunião né? Eu soube pela televisão, só se fala nisso aqui.

- Eu to' com medo – fechei os olhos já sentindo meus olhos marejarem.

- De que filha?

- De lembrar de novo – ouvi seu suspiro do outro lado da linha antes dela dizer o que não queria aceitar.

- Você nunca esqueceu Dulce.

E eu chorei, chorei escutando os conselhos da minha mãe, chorei por lembrar de um tempo que não voltaria mais. Chorei pelo simples fato de perceber que o meu coração jamais havia sido ocupado por outra pessoa.

Te QuedarásOnde histórias criam vida. Descubra agora