Capítulo 9 - El mundo detrás

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Para buscar a playlist no Spotify scaneie o QR CODE ou procure pelo nome: Te Quedaras - Vondy (por: cpocampos)

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"Un poco de ti me basta para despertar de la realidad porque nada se acerca a lo que tú me das. Ún poco de mí y déjate llevar sin pensar sin mirar que hay un mundo detrás...".

Dulce Maria – El mundo detrás


CHRISTOPHER POV ON

Existem dois tipos de arrependimentos, aquele em que você se arrepende pelo que não fez – e passa o resto da vida se perguntando "e se" tivesse tido coragem o suficiente de seguir com suas vontades – e existe aquele que você se arrepende pelo que fez – seja porque seus planos mudaram de foco, seja por impulso ou simplesmente por não estar mais na mesma sintonia como na época em que cometeu o "ato" – agora voltando para meu apartamento, eu mal vejo as ruas passarem, é como se estivesse em automático, meu cérebro comanda o movimento dos meus braços e pernas me levando direto ao meu lar.

Sai da casa de Dulce sem dizer uma palavra, depois que ouvimos a mensagem na secretária eletrônica do Paco, foi como se eu tivesse novamente acordado para a realidade, o choque ao escutá-lo não me assustou, simplesmente me fez lembrar que ela não mais me pertencia.

Cheguei em casa e fui direto para o banheiro, precisava de um banho gelado, que esfriasse minha cabeça e me fizesse pensar racionalmente de novo. Tirei a roupa e segui para o box, a água gelada fez meu corpo se arrepiar e meus músculos relaxarem, o único pensamento que me vinha era meus lábios no corpo macio de Dulce. Esmurrei a parede vezes seguidas – a dor se fez presente, mas não me importei, mais tarde cuidaria do estrago – chamei-me de idiota diversas vezes. Dulce era como se fosse uma droga - das mais letais - eu passava o tempo que fosse longe dela, achando que tinha me curado, porém, era só eu vê-la, sentir seu cheiro, tocar seu corpo que eu voltava ao estágio zero da recuperação.

Após longos minutos comecei a sentir o frio me atingindo, sai do box pegando uma toalha pendurada no suporte ao lado da pia e segui para meu quarto. O quarto estava escuro, não me dei ao trabalho de vestir algo, joguei-me na cama e esperei o mundo dos sonhos me atingir, me dando a paz que eu tanto procurava.

Um barulho irritante se fez presente, não conseguia distinguir de que lado ele vinha, mas parecia que quanto mais eu tentava me afundar na cama mais alto o som ficava. Esperei alguns minutos com a esperança de que o silêncio reinasse novamente, porém de nada adiantou, o som parou por poucos segundos, para em seguida voltar ainda mais alto.

Levantei cambaleando, a noite não havia sido das melhores, após um longo tempo tentando dormir, finalmente consegui, porém quem visitou meus sonhos a noite toda foi à pessoa que eu mais queria esquecer. Estava irritado, cansado e com fome, só lembrei que não havia comido nada desde ontem à tarde quando meu estomago protestou para ser alimentado. Achei meu celular debaixo de um amontoado de roupas que usei na noite passada e descobri que o maldito barulho era do despertador.

Vesti uma calça de pijama e uma camiseta branca qualquer – eu não iria sair hoje nem sobre ameaça – e fui atrás de algo para comer. Encontrei algumas torradas e um pouco de leite, sentei-me a mesa comendo devagar e sentindo a aprovação do meu estomago perante a comida. O som da campainha fez com que eu me sobressaltasse na cadeira, gritei um "já vou" e larguei meu delicioso café-da-manhã para abrir a porta. Natalia abriu um sorriso a me ver, dando-me um abraço e um selinho.

- Senti saudades – dei um sorriso amarelo enquanto era puxado para dentro do meu apartamento.

- Eu também. Mas aconteceu algo? – eu planejava passar o dia jogado no meu sofá, assistindo algum canal de esporte. Quieto e sozinho.

- Nada, por quê? – ela se jogou no sofá, batendo ao seu lado, para que eu me sentasse também. Sentei-me um pouco receoso, pensando em algum tipo de desculpa para mandá-la embora de um jeito carinhoso.

- É que..o que você 'ta fazendo aqui tão cedo? - ela encostou a cabeça no meu ombro e começou a fazer um carinho gostoso na minha nuca.

- Você não lembra amor? Nós combinamos de almoçar juntos, eu sei que cheguei muito cedo, mas é que eu queria ir ao shopping antes e comprar algo para o aniversário da minha mãe. Não tem problema né? – ela levantou os olhos e deu um sorriso tímido. Retribui seu sorriso, mesmo que não fosse aquilo que eu queria, ela não tinha culpa dos meus problemas. Um problema especifico, com nome e sobrenome.

- Claro que não, eu vou me trocar. – dei um beijo em sua testa e fui rumo ao quarto. O dia seria longo, mas Natalia merecia minha atenção, e eu precisava esquecer esses tormentos do passado.

Diferente do que imaginei, o dia foi longo, porém, divertido. Ajudei-a na escolha do presente para sua mãe, almoçamos juntos, andamos um pouco pelas ruas sem destino algum, somente sentindo a brisa fria e conversando sobre coisas banais.

No final do dia deixei-a em casa, e fui direto para o meu apartamento, eu me sentia melhor, mais feliz. Natalia me fazia bem, me fazia sorrir o tempo inteiro. E o principal, ela era minha, diferente da Dulce, que era de outro homem. Só de pensar nisso meu sangue ferveu, apertei firme o volante com raiva, acelerei mais o carro fazendo o velocímetro subir, eu queria chegar rápido em casa, e ocupar minha mente com um programa qualquer para não pensar nela.

Assim que entrei no apartamento, joguei as chaves do carro em cima da mesinha de centro e senti meu celular tocar anunciando uma mensagem.

"É engraçado como você supera as coisas rápido. Agora eu sei porque a pressa toda de ir embora daqui.

– Dulce. "

Li as mesmas palavras diversas vezes, e não entendi o que significava aquela mensagem. Essa mulher queria me enlouquecer. Disquei seu número e coloquei para chamar, após três toques ela atendeu. Não esperei que ela falasse.

- Você está doida? Que*******de mensagem é essa?

- Ah por favor, a sonsa aqui sou eu Christopher!

- Na boa, o que tu quer comigo Dulce?

- Eu não quero nada, nunca mais. Você é um idiota, é isso o que você é!

- Ontem eu não era um quando você estava nos meus braços.

- Cala a boca! – sua voz vacilou um pouco. Ouvi ela fungar – Você..você nunca mais vai chegar perto de mim. Vai lá ficar com a sua Sid.

- Sid? O que é Sid? – sentei no sofá, eu não estava entendendo nada, só que não ia me rebaixar e escutar merda sem motivos.

- Aquela sua namorada feia.

- Dulce não ofende a Natalia.

- Eu falo o que eu quiser. E quer saber, adeus. Não fala mais comigo, você é um falso, um idiota, um...

- Epa calma ai. Pirou de vez? Que merda toda é essa?!

- Liga a televisão e veja o casal feliz e apaixonado de todo o país. Ah e vá...

- Dulce Maria! – ela não respondeu, grunhiu ao telefone e desligou na minha cara, fiquei olhando algum tempo para o celular na minha mão ainda sem entender nada. Peguei o controle e liguei a televisão, a primeira imagem que apareceu foi uma foto minha beijando a Natalia no restaurante em que almoçamos, em seguida nós dois sorrindo, haviam feito uma sequência do nosso passeio, o apresentador dizia como eu estava apaixonado e já perguntava quando seria o casamento, os outros apresentadores – seus companheiros – davam risadas e comentavam uma foto ou outra. Soltei uma gargalhada alta e esfreguei o rosto freneticamente, deitei no sofá e um sorriso involuntário apareceu em meu rosto. Sid? Da onde ela tirou isso?

CHRISTOPHER POV OFF

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