O professor de ginástica, o treinador Paulo, arranjou-me um equipamento, mas não me obrigou a vesti-lo para participar na aula deste dia.
Assisti a quatro partidas de voleibol que decorriam. Nunca gostei de aulas de educação física, em toda a minha existência. Então aquela aula para mim era como um suicídio lento e doloroso.
O derradeiro toque da campanhia finamente soou. Caminhei-me então até fora dali, seguidamente da escola. A chuva afastará-se, mas o vento estava forte e mais frio. Apertei os braços em torno do meu corpo.
Esperei juntamente de alguns alunos que ali estavam também à espera do autocarro. Assim que o mesmo chegou, rapidamente caminhei até ao mesmo. Sentei num lugar qualquer e rapidamente coloquei os fones tentando então desligar-me do mundo.
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O dia seguinte foi melhor... e pior.
Foi melhor porque ainda não chovia, embora as nuvens fossem densas. Foi mais fácil, pois eu sabia o que esperar do meu dia. Nick sentou-se a meu lado em quase todas as aulas e acompanhou-me sempre nos intervalos, mesmo sob o olhar feroz de Shawn.
Ao almoço, sentei-me a uma mesa a um grupo, que incluía Nick, Cristiana, Pedro e mais algumas pessoas de cujo os nomes e caras agora me recordava.
Foi pior porque estava cansada, ainda não conseguiria dormir uma noite completa devido aos meus pensamentos. Foi péssimo porque tive que jogar voleibol e, da única vez que não me afastei da trajetória da bola, atingi a minha colega de equipa na cabeça. Foi, por fim, pior porque Justin Bieber não apareceu na escola.
Fiquei feliz quando chegou finalmente o final das aulas.
Ainda mais ao sair do autocarro, caminhando então até casa.
Quando cheguei a casa, suspirei de alívio. Antes de me debruçar sobre os trabalhos de casa que teria que fazer depois, vesti umas calças fato de treino, apanhei o cabelo num rabo de cavalo e consultei as minhas redes sociais.
Olhei para o relógio e ainda era cedo, os meus pais ainda não teriam chegado do trabalho.
Decidi desligar o telemóvel e peguei num livro bem aleatório lendo-o em seguida. Era isso que eu estava a fazer quando meu pai chegou em casa. Tinha pedido a noção do tempo e precipitei-me para o andar de baixo.
- "Selena?!" - Gritou meu pai quando me ouviu a descer as escadas.
- 'Quem haveria de ser?' - Pensei.
- "Olá, pai, bem-vindo a casa."
- "Obrigado."
Pendurou o seu casaco e descalçou as botas enquanto eu decidi ir até a cozinha.
- "O que é o jantar?" - Perguntou de forma cautelosa.
A minha mãe era uma cozinheira imaginativa e nem sempre as suas experiências eram comestíveis.
- "Uma pizza" - Respondi
Pareceu ficar aliviado.
- "A que horas a mãe chega?" - Perguntou e surjo novamente na sala observando-o sentado no sofá.
- "A mãe hoje vai fazer horas extras, provavelmente só chega quando estivermos a dormir."
A verdade é que eu pouco convivia com a minha mãe, mesmo a nossa ligação era pouca.
Voltei pra cozinha e pus a pizza no forno. Algum tempo depois chamei-o.
- "Cheira bem, Sell."
- "Obrigada."
Comemos em silêncio durante alguns minutos. Não era constrangedor. Nenhum de nós ficava incomodado com o silêncio. Apenas quando a minha mãe janta com nós é que tentamos manter um diálogo. Porém, assim não valeria a pena forçar.
- "Então, que tal te pareceu a turma? Fizeste algumas amizades?" - Perguntou enquanto pegava noutra fatia.
- "Bem, tenho uma amiga chamada Cristiana. Sento-me na companhia dos amigos dela no almoço. Há também um rapaz, o Nick, que é muito amável. Todos parecem bastante simpáticos."Continua...
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Luz E Escuridão
Roman d'amour"Nunca refletia longamente sobre a forma como morreria, ainda que, ao longo dos meses anteriores, tivesse tido de sobra para tal, mas mesmo que o tivesse feito, jamais teria imaginado que seria assim. Olhei fixamente para o lado oposto da longa sal...