Capítulo 1

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VICTOR HUGO

Hoje é meu primeiro dia de aula na escola e não, eu não estou muito animado. Eu estudo numa escola onde a maioria dos alunos é filho de gente muito rica e poderosa, enquanto apenas 10% das pessoas da escola são de classe mais baixa como eu. Como eu estudo nessa escola? Uma bolsa de estudos que eu ganhei. Minha mãe trabalha como empregada doméstica na casa de um cara rico que eu nem sei pronunciar o nome direito, de tão difícil que é. A jornada de trabalho dela começa às 05:30 tendo que pegar dois ônibus para chegar ao serviço.

Na minha casa a gente não dispõe de coisas muito caras como a maioria dos meus colegas, mas temos muito amor. Meu pai morreu em um acidente de trabalho quando eu tinha apenas 14 anos e meu irmão 1. Nunca foi bem explicado para mim esse acidente, mas minha mãe fiou extremamente abalada com esse fato.

- Filho, acorda! - Fala batendo insistentemente na porta.

- Já estou acordado, mãe. - Respondo me levantando, já que eu estava acordado, pois meu celular já havia tocado o alarme há alguns minutos.

- Já estou indo para o serviço, você pode deixar seu irmão na escolinha? - A mesma pergunta da porta.

-Claro mãe, vá com Deus!

- Já tem café feito, eu te amo!

- Também te amo!

Fui tomar um banho, chegando no banheiro já vou tirando a roupa e comecei meu ritual diário, pois sempre gostei de tomar banho logo de manhã cedo, para que eu fique mais acordado e mais disposto durante a manhã. Depois de 15 minutos e meu banho tomado vou me vestir para a escola. Vesti uma cueca preta, o uniforme da escola e meu allstar. Vou acordar meu irmão para ajudá-lo a se preparar para a escolinha.

- Ei carinha, vamos acordando? - Falo, mexendo nele, para que acordasse mais rápido. O que não adiantou de muita coisa, porque ele tem um sono pesado de vez em quando e quando eu acerto no dia e vou o chamar, é uma luta para ele sair da cama.

-Deixa eu dumi mais um pouquinho, pu favô. - Como eu posso resistir a essa fofura que é meu irmão? Resistindo, porque fofura não ensina ninguém e nem faz com que consigam empregos.

-Nada disso, tem que ir pra escolinha, esqueceu? - No momento em que digo isso, ele abre os olhos e senta na cama, como se não acreditasse no que eu havia falado.

-Ebaaaaa! - Ele grita comemorando e eu o olho estranho, pois nunca na minha vida vi alguém acordar em plena segunda-feira animado para a escola... queria eu ter toda essa animação.

Depois que eu terminei de dar banho no Lipe eu fui pra cozinha colocar nosso café. Não tinha muita coisa na mesa, mas dava para nos satisfazermos. Eu tomei uma xícara de leite com 2 torradas e o Lipe comeu o cereal dele. E então fomos para o ponto de ônibus, já que para chegar até onde o Lipe estuda, temos que pegar dois ônibus, então eu o deixo na escolinha e sigo até onde eu estudo, que fica duas quadras depois da dele.

No caminho nós sempre temos de enfrentar pessoas folgadas e que acham que são donas do espaço público do ônibus, pessoas que são muito briguentas, outras que passam a viagem inteira chorando tanto, que eu chego a achar que no lugar em que a mesma trabalha estão torturando a mesma todos os dias, por isso a mesma não gosta de ir para o trabalho. Chegando lá, a professora dele vem me cumprimentar, muito simpática como sempre. Uma verdadeira dama!

- Bom dia, victor! - Ela me recebe com um sorriso enorme e bem branco. Por um instante eu imaginei que havia ficado cego, tamanho o brilho que o sorriso da mesma.

- Bom dia! - Falo retribuindo seu sorriso. - Vai lá com sua professora, Lipe! - Empurro o mesmo pelas costas para que ele vá junto dela, mas antes de entrarem totalmente no portão, ele se vira e me olha.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora