Capítulo 7

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VICTOR HUGO

Depois do episódio do cinema que vocês que já sabem que eu me meti, já tem outra presepada que eu terei que fazer por causa de meus belíssimos amigos. Eles me convidaram para a festa de uma garota da nossa escola, melhor dizendo: Uma popular. Como eu nunca fui para uma dessas festas, pedi minha mãe para ir e ela deixou. Nesse momento já estou me arrumando com uma calça preta rasgada – Eu tenho muitas, amo preto! –, uma camisa preta, um sapato preto e uma jaqueta jeans. Enquanto toca uma música, eu me olho no espelho e vejo que não está tão ruim. Escuto um barulhinho de notificação, desbloqueio meu celular e vejo que era uma mensagem de meus amigos falando que em 5 minutos estariam aqui, então fui escovar meus dentes e arrumar meus cabelos, que no caso não passou de um pente e depois bagunça-lo levemente, para que eu ficasse com um visual mais despojado.

Terminei bem na hora em que escuto uma buzina, então já vou saindo de casa. Minha mãe já está deitada e meu irmão já deve estar no décimo sono, então desço sem fazer barulho algum, saio de casa e tranco a porta deixando a chave escondida para que quando eu chegue não tenha que acordar ninguém para abrir a porta. Entro no carro e começamos um papo sobre como os dois amavam festas, eu não sabia o que tinha de tão importante em festas, eu nunca fui para nenhuma e estou vivo até hoje. Estávamos nos aproximando da casa enquanto no rádio tocava uma música da Taylor Swift. E nós sentados nos bancos cantando junto com ela.

But I got smarter

I got harder

In the nick of time

Honey I rose up from the dead

I do it all the time

I got a list of names

And yours is in red, underlined

I check it once

Then I check it twice

Ooh

Look What You Made Me Do

Terminamos de cantar quando chegamos em frente a uma mansão imponente, aliás todas as casas daquela parte eram mansões imponentes. Seguimos por um caminho de pedras que levava até a porta, e como não havia ninguém na mesma, entramos. Chegando lá dentro estava muito lotado, como uma pessoa consegue encher uma casa de gente? Tem que ter mitos amigos mesmo viu. Já tinham se passado umas duas horas mais ou menos e eu estava na pista de dança, completamente perdido dos meus amigos. Eu olhei para um lado e tinha bebida, até pensei em beber, mas fiquei com medo de me viciar. E claro, bêbado não tem papas na língua, e eu como já tenho poucas ou nenhuma delas, arrumaria mais confusão ainda e isso eu não quero.

Então decidi me jogar, não estava fazendo mal para ninguém, não estava discutindo com ninguém, estava perdido dos meus amigos, estava confuso e cheio de energia para gastar. Estava dançando uma música até então desconhecida para mim, quando sinto alguém encostar, mas até aí tudo bem porque numa festa, numa casa lotada de pessoas, é normal que se esbarrem algumas vezes, não é? Sim, seria normal se o indivíduo não estivesse agora falando várias idiotices no meu ouvido.

- Ei gracinha, eu sei que você quer um macho para você, não adianta fingir e olha aqui como eu sou gostoso. Você não vai se arrepender de foder comigo. – Fala com um bafo de cachaça que eu tenho certeza de que se uma pessoa chegar a olhar olho a olho para ele, ela desmaia. Entretanto, eu não consigo entender o que leva uma pessoa a chegar na outra, em uma abordagem que, com certeza, ele não gostaria de levar e falar algo desse jeito.

- Meu filho, eu não sei se você percebeu, mas aqui não tem nada para você! Eu não quero transar com você, muitos menos que você chegue perto de mim, pois eu não sei se você sabe, mas com esse bafo você tá matando todo mundo da festa. Então fecha a boquinha e sai de perto antes que eu te meta um chute, cuzão! –Falo meio alterado.

- Ei, quem você pensa que é para falar isso? –Isso me lembrou quem? Vocês sabem quem.

- Eu sou a pessoa que não quer nada com você, então faz o favor de sair de perto de mim.

Senti ele passando a mão na minha bunda e apertando-a, na hora eu paralisei, ninguém nunca tinha feito nada disso comigo, muito menos sem meu consentimento. Na hora fiquei apavorado, mas não deu tempo nem de pensar direito no que estava acontecendo, pois senti a mão dele ser tirada de mim numa velocidade quase que sobrenatural. Olhei para o lado e vi João Paulo socando a cara dele, mas eu não podia fazer e de novo, percebi que estávamos servindo de atração para as pessoas. Duas vezes. Duas vezes. Mas isso agora não importa, porque estão tirando João Paulo de cima do cara, que de tão bêbado só acertou um soco de raspão no rosto dele. João Paulo me perguntou se eu estava bem e me perguntei, eu estou bem? Não sabia na verdade. Então ele segurou minha mão e me puxou para fora da festa, mais precisamente o jardim.

Ele me perguntou várias coisas relacionadas ao que aconteceu lá dentro, mas do nada ele me beijou e o pior é que eu retribuí. Mas ele não tinha esse direito, foi quase igual lá dentro, só que aqui foi um beijo, porém não muda nada. Eu não aceitei. Como ele pôde fazer isso comigo? Tudo bem que não somos amigos, passamos inclusive bem longe disso, mas não é, não foi e nunca será desculpa para invadir a intimidade de outra pessoa dessa forma, será que essas pessoas não foram ensinadas ou fazem isso por maldade? Quando percebi que ainda estávamos nos beijando, rapidamente me separei e lhe dei um tapa bem forte no rosto e em seguida saí dali.

Estou com tanta raiva que se eu ver ele na escola segunda, eu meto a faca nele e ainda coloco as tripas dele para cozinhar. Que raiva! Saio da casa, nem procurei meus amigos, também estou com raiva deles. Então só peguei um táxi que estava parado na esquina, dei o endereço e fui para casa. Ao chegar, não fiz nada demais, apenas entrei e fui dormir. Nem tirei a roupa e já caí na cama pensando sobre o que aconteceu nessa maldita festa.

Já de manhã, acordei 10:00 horas destruído, sem a mínima disposição de fazer nada, mas como já combinei com minha mãe que hoje a gente faria faxina, tenho que ajuda-la. Então nem tomo banho porque já sei que vou ficar sujo de novo, será dois trabalhos. Desci, tomei meu café, subi, escovei os dentes, desci de novo e tudo silencioso. Estranhei, afinal minha mãe é igual uma gralha quando está em casa. Subi, peguei meu celular e liguei para ela que no terceiro toque atendeu.

~~~~~~~~~~~~~LIGAÇÃO~~~~~~~~~~~~~~~~

- Mãe, onde que a senhora foi? Esqueceu que temos que faxinar hoje?

- Eu vim comprar umas frutas, pois pensei que você não ia acordar tão cedo assim, ainda mais depois de ir para uma festa.

- Mas já são 10:40, mãe.

- Eita, caralho! Sério? Pois eu já estou partindo para casa, vai fazendo o almoço aí.

~~~~~~~~~~~~~~~~LIGAÇÃO DESLIGADA~~~~~~~~

Não acredito, ela desligou a ligação na minha cara, chocado! Deixe-me ir preparar logo o almoço porque se ela chegar e eu não tiver feito o que ela mandou vai ser uma briga.

[...]

Já estou com o almoço quase pronto e minha mãe não chega, aposto que encontrou alguma amiga e ficou fofocando. Se vocês estão se perguntando o que eu fiz, então vou contar pra vocês. Arroz com cenoura ralada dentro, feijão já tinha feito então apenas requentei, fiz uma carne cozida de frango com batatinhas e cenoura, e também fiz suco de abacaxi com hortelã para tomarmos. E sim, eu sou bem rápido na cozinha, mas em compensação eu sujo muito também. Demorou um pouco mais de 20 minutos para minha mãe chegar, e eu que não tomei banho pensando que quando terminasse de tomar café já iria para a luta.

Vamos almoçar cedo hoje por causa da faxina, e meu irmão está com um coleguinha na casa dele pois tem alergia, tadinho. Na hora que estávamos almoçando minha mãe pergunta.

- E aí, como foi a festa? –Quando fechou a boca, eu já estava engasgado e tossindo muito.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora