Capítulo 5

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VICTOR HUGO

Depois de passar uma semana inteira indo para a escola, finalmente já é sábado e posso ficar moscando no meu quarto sem nenhuma preocupação. Claro, porque já terminei todos os deveres de casa que os professores passaram, já que minha mãe sempre me disse que era melhor que eu fizesse primeiro as coisas mais importantes e necessárias para minha vida futura e que apenas depois eu deveria me permitir descansar.

Nesse momento estou deitado na minha cama, às 10:30, pensando em como essa semana foi louca. Para resumir, João Paulo e seus amigos nunca mais me incomodaram, as outras pessoas da escola que sempre faziam Bullying comigo também pararam, e agora o que é mais estranho: João Paulo fica me encarando a todo momento na sala de aula. Eu finjo que não vejo, mas é difícil não notar porque inclusive meus amigos já vieram falar disso comigo e eu, claro, me fiz de desentendido.

Estava me sentindo bastante confuso... o que ele queria comigo? Não deve ser uma coisa boa, porque eu não consigo acreditar em nada bom que venha dele.

Decido me levantar, pois estou com fome e uma curiosidade me assola desde ontem, minha mãe conseguiu o emprego? Estou muito ansioso e também muito nervoso. Pois se ela não conseguir o emprego a gente vai estar muito na merda. Depois de fazer toda minha rotina no banheiro, eu desço até a cozinha e encontro minha mãe e Felipe tomando café.

- Bom dia! – Falo com um pouco de preguiça.

- Bom dia meu filho, dormiu bem?

- Bum tia – Chego ao lado dele e dou um beijo estalado em sua bochecha, apertando o rosto do mesmo com minhas mãos.

- Coisinha mais lindinha, meu Deus! – Falo para o Lipe. – Dormi sim e a senhora? – Falo já me sentando ao lado do Lipe.

- Dormi também – Fala dando um sorriso para mim, que retribuo.

- Mãe e sobre o emprego, a senhora conseguiu? – Pergunto sentindo um pouco de medo e ansiedade para saber a resposta. Acho que qualquer pessoa que estivesse em meu lugar, estaria com as mesmas sensações que eu! Tudo bem que nossa casa, nós não perdemos, já que ela é realmente nossa, mas têm coisas, como: comida, água e luz, que não tem como termos sem dinheiro.

- Consegui sim, meu filho! – Fala com uma alegria notável em seu rosto.

- Parabéns, mãe! Eu sabia que a senhora ia conseguir! Mas e aí, como foi o teste? O que a senhora teve que fazer? Ele colocou um cronometro e mandou você limpar a sala? Eu estou muito curioso pra saber de tudo. – Digo me sentindo a pessoa mais curiosa do mundo, sabe aquelas crianças que perguntam tudo? Sou eu nesse momento!

- Calma, menino! Eita que monte de pergunta, sei nem por onde começo! – Ela diz fazendo graça e eu apenas dou de ombros para a mesma. Ela sabe que eu puxei ao meu pai! – O teste foi ótimo! Ele me deixou sob supervisão de umas outras duas empregadas e elas sempre me falavam o que ele gostava e o que não gostava, mas eu tive que fazer tudo sozinha. E não, ele não colocou um cronômetro para eu fazer nada. Ele ficou o tempo todo no escritório, e só saiu quando eu terminei. Ai quando ele saiu ele foi ver o que eu tinha feito. Era pra eu arrumar o quarto dele e do filho, a sala de jantar e a sala principal. Tudo foi revistado nos mínimos detalhes por ele, depois, no final, ele falou assim: Bem que a Rosa falou que você é muito eficiente. Está contratada! Vamos no meu escritório tratar do valor que irá receber! – Ela imita uma voz grossa.

- E aí, mãe? O que ele falou no escritório? – Pergunto quase morrendo de tanta curiosidade.

Mãe- Menino, eu estou achando que vou te levar para a Record para o programa daquela Fabíola. Tá querendo saber demais. –Fala isso com um certo riso na voz. – Depois que a gente chegou no escritório ele só me falou o básico. Quanto ia receber, os dias de folga, os vales que ele dava aos empregados, o que eu ia fazer e a quem eu deveria obedecer além dele e do filho.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora