Capítulo 4

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João Paulo

Acordo me sentindo indisposto, ontem à noite fui em festa que rolou e confesso que bebi tanto que nem lembro como eu cheguei em casa. Ainda ontem eu terminei com a Amanda, então agora estou livre leve e solto. Entrei no banheiro e fui fazer minha higiene, depois de fazê-la saio do banheiro e vou me vestir para ir até a escola, agora que estamos no começo das aulas e eu já estou sentindo muita dificuldade, mas eu vou confessar o motivo pra vocês.

Eu não presto atenção em algumas aulas, e para falar a verdade eu nem sei pra que tem essas matérias, sendo que algumas delas, provavelmente, nunca ninguém irá usar fora da escola e lá nós ainda nem usamos muito. Vou tomar meu café e devo dizer que estou me sentindo bem mais disposto principalmente depois do banho. Logo após tomar meu café, pego meu carro e vou por um atalho em direção a estrada pra escola.

Assim que chego, vejo Patrícia vindo até mim, como ela sempre deu em cima de mim eu já sabia que ela queria, antes eu não a pegava porque segundo as palavras dela, ela é "amiga" da Amanda, mas se engana quem pensa que por esse fato ela parou de me paquerar. Achava até a amizade das duas muito estranhas, levando em conta que Amanda sabia que a amiga dava em cima de mim e não fazia nada.

- João, eu fiquei sabendo que você e a Amanda terminaram. Fiquei muito triste por vocês dois. – Fala com um sorrisinho estampado no rosto e eu reviro os olhos em direção a mesma.

- É verdade mesmo, a gente terminou. Mas como você sabe disso? – Indaguei mesmo que não quisesse saber como ela realmente tinha conhecimento desse fato, pois eu ainda nem contei para os meus amigos, e na verdade eu meio que estou dando a mínima para ela.

- Ela me ligou ontem pra contar, mas eu senti que ela não ficou muito triste com o termino. – Assenti e ela se aproximou bem mais de mim, chegando a ficar colada em minha pessoa.

- É, nosso relacionamento tinha esfriado e eu decidi terminar. – Falo com tédio perceptível no meu rosto.

- Ah, mas que pena! -Fala com um sorrisinho de quem ganhou na loteria.

- Pois é né. – Falo querendo terminar com esse assunto logo. – Mas o que te levou a vir falar comigo logo desse assunto? Até onde eu sei você é amiga da Amanda e não minha!

- Mas eu quero ser bem mais que sua amiga. – Fala com um sorriso que para ela deve ser sexy, porque para mim acho que estava ridículo.

- Mas a gente nunca vai ser mais do que isso, até porque nem isso a gente é. – Ela abre a boca e tenta falar, mas eu continuo falando e ela desiste, apenas me escuta. – Mas se você quiser ficar tudo bem, saiba que vai ser apenas uma vez e não irá mais se repetir. – Falo sendo frio e vejo a mesma arregalar os olhos e abrir a boca chocada.

- Tudo bem, jpzinho. – Revirei os olhos e agarrei-a pela cintura e lhe dei um beijão.

Só que não esperava por uma coisinha que aconteceu, enquanto beijava Patrícia eu lembrei de Victor Hugo e de como sua face fica vermelha quando está com vergonha, ou quando está com raiva e por incrível que pareça eu fiquei excitado. Patrícia sorriu quando percebeu este fato e eu me desesperei, como poderia ficar excitado apenas por lembrar da face dele? Eu não era gay, certo? Eu nunca senti atração por nenhum homem e eu nunca vi nada demais em corpos masculinos, como eu via em femininos.

Eu agarrei na bunda dela, como se fosse me salvar de mim mesmo, mas não deu certo. Continuava com pensamentos piores [ou melhores] do que esse primeiro. Já estava ficando desesperado pois eu que sempre me considerei hetero, nunca olhei pra outros caras com essas intenções e olha que eu sempre via meus amigos pelados. Agora estou tendo esse tipo de pensamentos por Victor Hugo, o cara que eu sempre humilhei, e fiquei fazendo piadinhas com ele. AH MEU DEUS! Eu estou muito ferrado!

Enquanto estou sutando por dentro, sinto o cheiro de um perfume barato, e eu sei muito bem quem é o dono desse cheiro. VICTOR. Sinto vontade de largar Patrícia e ir atrás dele para enfiar o nariz no seu pescoço e guardar seu cheiro para sempre. Mas não posso fazer isso, imagina o que as pessoas não falariam de mim? Sinto que estou começando a pirar. Solto patrícia, e entro para procurar os meninos que já estavam dentro da escola. Tenho que falar com alguém ou vou ficar maluco, se é que já não estou!

Quando encontro os mesmos, já vou logo os puxando para um lado e os encostando na parede que estava em nosso lado. Eles eram meus amigos e eu tenho certeza que eles não ririam de mim e encontrariam uma maneira de me ajudar a me livrar desse tipo de pensamentos, pois eu não os queria dentro da minha cabeça.

- Preciso falar com vocês urgente!

- Não pode ser depois? A gente tem que ir pra aula, já está começando! – Balanço a cabeça em negação e os mesmos olharam em minha direção, vendo que eu estava muito nervoso. Porque eu realmente estava!

- Não! O assunto aqui é mais sério do que qualquer coisa. – Falo sério, pois é um assunto tão delicado.

- Então vamos aqui no banheiro e você conta pra gente que assunto sério é esse. – João fala revirando os olhos, certeza que ele pensa que não é nada demais, mas parece que ele terá uma surpresa.

Depois de entrarmos no banheiro eu tranco a porta e vou revirando todas as cabines para saber se tem alguém que possa nos escutar. Após tudo verificado e com a certeza de que ninguém nos escutará, eu começo a jogar tudo pra fora.

- Bem gente, vocês sabem que eu não sou muito de enrolar então já vou direto pro assunto. Eu acho que estou gostando do Victor. – Falo nervoso e vejo eles sorrirem. – Do que vocês estão sorrindo? O assunto aqui é sério. – Falo com raiva.

- A gente já estava reparando nisso há muito tempo, João. – Douglas fala e eu olho para o mesmo sem entender o que ele estava querendo dizer com aquilo. Eu tenho certeza que não dava para perceber! – Você parava no meio da aula, olhava para a cadeira que ele senta e ficava igual uma garotinha olhando pro cara, e ele é tão inteligente, mas tão burro às vezes que nem percebe. – Abro minha boca em um O e ele continua, mesmo que eu estivesse muito chocado para prestar atenção em algo. – Para a gente isso da tua sexualidade não interessa, você é um cara legal! Mas você já fez muita coisa de ruim para aquele garoto, lembra o que você fez aquela vez no banheiro quando a gente estudava na 8ª série? – Ele estava indo tão bem, porque foi chegar nesse assunto?

- É verdade, cara! A gente não liga, mas o que você vai fazer? Porque você não é uma pessoa burra de imaginar que ele vai esquecer tudo o que você fez para ele apenas porque chegou dizendo que estava apaixonado por ele. – É... tinha também essa parte que eu ainda não havia planejado. Mas espera aí...

- O que eu vou fazer? Eu não sei! Eu nunca fiquei assim por ninguém, muitos menos pensava que poderia acontecer com um cara. Eu acho que nem vou tentar nada, vou pegar um monte de garotas e tentar esquecer, pois como o João falou, eu já fiz muito mal a ele e com certeza ele não vai me perdoar.

- Quê isso, cara? Quer dizer que agora vai virar mariquinha e ficar com medo de tudo? Você vai ter que conquistar ele! – João Carlos diz e eu olho para ele sério. – Mas primeiro temos que saber de uma coisa, você tem certeza que é isso que você quer? Talvez ele não queira nem olhar na tua cara por tudo o que já fizemos com ele. – Fala completamente sério.

- O João tem razão! Ele ainda é novo e eu acho que ele ainda não namorou. Se você quiser tem que ir até o fim e nada de deslizes. Vai ter que pensar bem antes de qualquer coisa, porque mesmo depois da gente já ter feitos muitas coisas com ele, eu, pelo menos, nunca tive raiva dele!

- Eu tenho certeza que quero alguma coisa com ele. – Falo me sentindo mais leve pois meus amigos me apoiam, agora só falta meu pai! Mas com ele eu só vou falar quando o Victor aceitar ter algo comigo, pois eu tenho quase certeza de que vou conquista-lo.

Saímos do banheiro e eu estava bem mais calmo do que estava na hora em que havia entrado lá e agora estamos indo em direção da sala. Chegando lá pedimos a professora para entrar e ela liberou, o motivo nós não sabemos, pois, essa professora é muito ruim e nunca tolera atrasos. Nos sentamos e começamos a escrever todo o assunto que ela passava. O tempo tinha passado tão rápido e já era hora da saída. Enquanto estamos saindo, vejo patrícia vindo na minha direção com um sorriso gigante, tenho que me livrar dela, se não vai dar problema mais pra frente e eu quero estar com Victor, então nada pode dar errado.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora