Capítulo 12

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Não esqueçam a estrelinha <3

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JOÃO PAULO

Logo após deixar Victor e seu irmão – que no caminho descobri se chamar Felipe – em frente à sua casa, partimos em direção a minha. O caminho dessa vez, diferente das outras, foi bem mais demorado, pois logo depois que nós saímos do bairro em que Victor Hugo mora, pegamos um congestionamento enorme. Resultado? Saímos da escola 11:30, deixei Victor em sua casa às 12:10 e infelizmente só cheguei e casa às 01:30.

No momento em que cheguei, subi até meu quarto e tirei minha roupa, logo após encarei meu reflexo em um espelho e quem diria... O pegador de garotas, o garanhão, como eu mesmo gostava de me chamar, está gostando de alguém, e o mais impressionante: Um garoto. Nunca, em momento algum da minha vida, eu olhei para outro garoto com outros olhos.

E olha que eu já vi a grande maioria dos meninos da escola pelados no banheiro da quadra enquanto tomávamos banho depois da educação física, mas não sentia nada. Mas agora algo mudou, eu sinto que gosto dele de verdade, e seria capaz de enfrentar até meu pai se ele dissesse que era contra o que a gente viveria. Sim, eu já estou pensando mais a frente e sei que eu e ele ficaremos juntos. Custe o que custar eu farei ele gostar de mim.

Sigo até meu banheiro. Eu não reclamaria da vida que eu levo no geral, pois moro em uma mansão, tenho um carro – que até tirar minha carteira é dirigido por um motorista particular-, sou rico, e tenho meu pai. Mas, se eu pudesse escolher entre todas essas coisas materiais ou ter minha mãe de volta, eu escolhia minha mãe. Mesmo que depois dessa escolha a gente fosse morar embaixo de um viaduto... eu sinto bastante saudades dela, mas eu sei que lá de cima ela está olhando por mim.

Deixo um pouco essa melancolia de lado e olho com atenção meu banheiro. Ele é bem grande, com uma banheira branca, um box esverdeado, um chuveiro, uma pia grande, um armário debaixo dela, e um espelho grande. Resumindo, tudo lá é grande.

Depois de tomar meu banho, sigo até meu closet enrolado em uma toalha grande e felpuda. Pego uma cueca branca da Calvin Klein, uma calça de moletom cinza e uma camisa verde de tecido leve e vou em direção à cozinha ver o que tem para comer, chegando lá eu vejo uma empregada que não conheço, mas o rosto dela me lembra alguma pessoa, mas não consigo me recordar quem seja.

- Olá, boa tarde! Creio eu que ainda não nos conhecemos, eu comecei a trabalhar esses dias, meu nome é Maria, e eu sou a nova empregada contratada. – A olhei com o canto de olho, estranhando aquela recepção toda que a mesma estava fazendo para mim. Não é uma coisa comum que eu fosse tratado bem por alguma delas, na realidade, elas até me ignoravam, mas eu sabia bem o motivo.

- Boa tarde, tem o que para comer? – Perguntei parando de a encarar e sentando na mesa ali mesmo na cozinha. Estava com muita fome e não esperaria até que elas colocassem a mesa da sala de jantar para que eu comesse sozinho!

- Hoje tem lasanha, arroz e bife. Você precisa que eu esquente para o senhor ou prefere comer outra coisa? – Ela pergunta simpática e sorrindo em minha direção e eu retribuo o sorriso da mesma para não ser mau educado.

- Preciso sim, tem suco? – Levanto e vou a geladeira.

- Tem suco de acerola na geladeira, senhor. – Assenti e peguei a jarra que continha aquele liquido com o meu sabor de suco preferido. Eu até gosto de outros sabores, como laranja e manga, mas o de acerola... ah, esse ganha de todos os outros sabores, pelo menos para mim!

- Não, pode deixar que eu mesmo já peguei. Esquente a comida, por favor! – A mesma assentiu e se virou indo em direção ao micro-ondas.

Pego um copo e coloco o líquido até ficar completamente cheio, com a comida já esquentada e um copo de suco delicioso ao lado, eu começo a comer. Não demoro a terminar e deixo o prato na pia, indo em direção ao meu quarto, chegando lá, eu entro e vou até minha cama e deito sentindo um leve sono chegar, me levando rapidamente ao sono profundo. Acordo depois de umas horas e pego meu celular que estava na escrivaninha e logo em seguida mandei uma mensagem para Victor perguntando sobre nosso jantar.

A resposta que ele me dá não me agrada por 2 motivos:

1. Não jantarei com ele

2. Seu irmão está doente em um hospital.

Mas o que eu posso fazer? Eu penso em perguntar em qual hospital ele está e ir até lá para ficar com ele para que o mesmo não fique sozinho, mas desisto da ideia por enquanto, seria muita invasão de privacidade. Então decido ficar em casa e assistir a um filme. Terror? Claro, com certeza! Fico na dúvida entre pânico na floresta 4 e mama. Optei por pânico na floresta 4 porque deve ter umas cenas mais pesadas igual os anteriores. Então fiquei assistindo e terminei de assisti-lo 18:00 e tenho que falar, esse filme é muito foda.

Cansado de ficar em casa sem fazer nada, e muito entediado também, eu saio e vou em direção a uma pracinha que fica no meu condomínio para ver se passa o tempo mais rápido do que costuma passar. Quem sabe eu não adote um cachorrinho? Amo esses bichinhos, são as coisas mais fofas –junto com bebês, é claro! – confesso que fiquei bastante empolgado com essa minha ideia, então vou ficar aqui até umas 19:30 que é o horário que meu pai chega do trabalho e irei informa-lo que teremos um cachorro.

Ansioso, essa era a palavra que me define nesse momento. Por quê? Porque meu pai pode dizer que não – mas eu sei que isso é bastante improvável, levando em conta que ele também gosta de animais. –, porém, sempre dá um medinho de levar um sonoro e bem grande não no meio da cara. Paro em frente à minha casa e estou com um puta frio na barriga. Entro e logo de cara vejo meu pai sentado em uma poltrona olhando para a porta com uma cara nada amigável.

- Oi pai. – Sorri nervoso e ele me olha com curiosidade. Deve estar estranhando uma mudança tão repentina quanto essa em mim e eu não o julgo, porque eu estou na mesma... será que o amor transforma as pessoas em idiotas?

- Onde o senhorzinho estava?

-Eu estava lá na pracinha perto da saída do condomínio. – Vejo o mesmo respirando fundo e dei um sorriso.

- Hum! Tudo bem então. Eu vou subir para o meu quarto e tomar um banho para descer e a gente jantar. – Assenti com a cabeça.

-Tudo bem, pai. Quando o senhor descer eu quero falar com o senhor uma coisa.

- Já vi que lá vem coisa. Eu só espero que você não venha me dizer que engravidou alguma menina e o pai dela está querendo te matar, porque se for isso, vai ter de se preocupar com duas pessoas querendo te matar. – Ele diz e sobe em direção ao quarto. Deitei de costas no sofá e coloquei uma almofada em cima do meu rosto, a apertando com meus braços e sorri mordendo um dos paetês que tinha naquela almofada.

Nem respondi nada, só fiquei esperando meu pai chegar na sala para que pudéssemos jantar. Demorou em torno de 20 a 25 minutos para que ele voltasse e o frio na barriga voltasse a incomodar. Seguimos para a sala de jantar em silêncio. Chegamos lá e meu pai já se sentou e eu fiz o mesmo.

-Então, pai... Eu... ahn... Eu vou adotar um cachorrinho. – Decidi dizer de uma vez, porque não gosto de enrolar e ele também não gosta de ser enrolado.

- De onde você tirou essa ideia? – Arregalei os meus olhos e já esperei o não. – Você sempre gostou de animais, mas nunca demonstrou o mínimo de vontade de criar algum. Por que isso agora?

- Ah, sei lá! Eu pensei e vi que era melhor eu ter algo, ou alguém para ocupar minha cabeça. Então, por que não um cachorrinho? – Dou de ombros e ele me observa com as sobrancelhas arqueadas.

- Então tá bom, mas eu não quero nada dele espalhado, ou que tenha sujeira dele pela casa e também você terá de ter em mente que você quem irá cuidar dele, certo?

-Sim, pai, eu já sei.

- Então está resolvido.

Depois dessa conversa e eu bem mais tranquilo, terminamos o jantar e eu fui para meu quarto jogar videogame até que o sono me veio e eu me deitei com minha cabeça bem mais leve por saber que meu pai não me proibiu de criar o meu bichinho. Agora eu só preciso ir em algum lugar que eu possa adotar um animal!

E eu bem que poderia levar Victor comigo...

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora