Capítulo 10

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JOÃO PAULO

Depois que acabou o intervalo, eu voltei para a sala e quando sentei e vi a cara de dúvida dos meus amigos, foi que me dei conta de uma coisa: Nunca mais eu falei com eles no grupo e desde ontem eu não falo com eles direito. Então olho para eles e começo uma conversa meio tímida, levando em conta que eu tinha deixado eles no escuro sem saber de absolutamente nada, mesmo após eles me ajudarem – e muito – com o Victor, mesmo eu podendo ter estragado absolutamente tudo. Ficamos conversando e o clima estava menos tenso, então falei:

- Gente, quando eu chegar na minha casa eu vou chamar vocês no grupo, e vou contar para vocês a atualização da minha primeira e fodida vida de apaixonado. – Vejo-os afirmarem com a cabeça e olho para frente, vendo Victor entrar na sala meio caidinho e com uma aparência não muito boa.

Aí me dou conta da idiotice que eu fiz. Ele estava indo lanchar e também não estava com uma aparência tão legal e eu o prendi durante todo o intervalo, no banheiro. Eu devia ter olhado com mais atenção para ele, mas eu sou muito desligado para ter feito isso!

A professora de espanhol chegou na classe e automaticamente começou a dar sua aula. Eu sempre olhava de soslaio para saber como ele estava e para minha preocupação parecia estar bem pior do que antes. Já fiquei bem mais alerta com isto, ele é sempre tão corado e está pálido demais. O horário demorou terminar, porém quando termina, eu o vejo se levantando e falando algo com a professora e saindo da sala, enquanto seus amigos se levantam para acompanha-lo. Minha preocupação subiu nas alturas quando eu percebi que ele estava pior do que eu pensei, algo não me cheira bem e se ele estiver indo para onde eu desconfio vai ficar bem pior.

Peço para ir ao banheiro, sou autorizado e logo estou caminhando em meio aos corredores indo em direção a enfermaria. Me escondo rápido quando escuto umas vozes que logo reconheço como sendo de Eduarda e Jeferson, amigos de Victor.

- Por que você acha que ele passou mal? Eu não lembro de ele ter se queixado de alguma coisa e antes do recreio ele estava bem. – A menina, Eduarda, disse e vi Jefferson concordando com a cabeça.

- Ele contou naquela hora, sua cabeça oca! Ele falou que levantou atrasado e para não perder o horário do ônibus, teve que deixar de tomar café da manhã e era para ter lanchado, mas por algum motivo ele não apareceu no refeitório. – Engoli em seco quando recebi, mesmo que informalmente, a informação que eu necessitava para ter a certeza de que eu era o culpado por ele estar passando mal também.

Fala e logo sinto a culpa bater em mim com força total! Mais uma vez eu fiz o que não era para ter sido feito. Mas eu não sabia que ele não tinha tomado café da manhã, então a minha culpa não é tão grave assim, é? Deixo esses pensamentos de lado e vou seguindo em direção à enfermaria, precisava ver como ele estava. Quando entrei no corredor que dava acesso à enfermaria, vi saindo de lá a enfermeira, que no caso era para estar fazendo seu trabalho.

- Oh, você. – Digo chegando perto da mesma.

- Oi, falou comigo? – Fala sorrindo abertamente e eu percebo que ela tinha aberto alguns botões do uniforme, seria para parecer mais sexy? Bom, não sei, porém não é o que eu estou precisando saber no momento.

- Tem alguém na enfermaria? – Pergunto mesmo já desconfiando da resposta, já que os amigos dele voltaram desta direção.

- Só um zé ninguém, mas eu não atendo pessoas que nem ele. Mas por quê? – Pergunta sorrindo, mesmo depois de ter falado algo tão antiprofissional como isso.

- Como assim não atende pessoas que nem ele? Por acaso tem diferença alguma entre ele ou outra pessoa dessa escola? – Cruz meus braços em frente ao meu peito.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora