Capítulo 26

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Gente, eu reformulei algumas partes mais antigas do livro (os capítulos passados) e agora eu estou tendo que fazer capítulos novos e não apenas corrigir os mesmos, então me perdoem se os capítulos estiverem pequenos. 

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JOÃO PAULO

Comecei a tossir e olhar para os lados, vendo que todas as pessoas do hospital haviam parado de fazer as suas coisas e começaram a prestar atenção em mim e em Victor. Este, que depois de ter dito que eu era o único que ele queria chupar, apenas sentou em um dos bancos do hospital que ficavam perto da saída e cruzou as pernas. Tive que me acalmar rapidamente e sair dali mais rápido ainda, mas como eu ainda tive que pegar uma pequena fila de quatro pessoas que estavam pagando as consultas ou marcando. Não sei bem o que as mesmas estavam fazendo ali.

- Vamos sair daqui rápido! – Peguei o mesmo pelo braço e saí dali o puxando sem cuidado algum, até porque eu estava mais preocupado em sair dali, da vista de todas aquelas pessoas que pareciam não ter nada mais interessante para fazer do que ficar olhando para mim.

- Você é uma celebridade agora dentro desse hospital. – Respirei fundo. Eu sabia que agora eu poderia ser visto como uma celebridade do boquete ali naquele lugar, porque nesses lugares de trabalho sempre têm grupinhos nas redes sociais dos funcionários fofocarem.

Como eu sei disso? Bom, eu já vi lá na escola uma das mulheres que limpam os corredores e banheiros da instituição, lendo alguns certos assuntos que não cabem a mim dizer, mas apenas... ah, que se foda! Tem uma menina na escola que o nome dela é Catarina e eu não sei quem é, mas ela está sendo traída pelo namorado com alguma das "amigas" dela, todas as segundas e sextas dentro do banheiro reservado a pessoas com deficiências. Quando eu li isso eu até que fiquei com pena, mas até a zeladora que é uma das pessoas mais calmas e pacientes de toda a vida começou a sorrir e chamou a mesma de "vadia que merece tudo de ruim que possa passar na vida", eu fiquei com minha pena para mim.

Não pensem que é fácil que você irrite aquela mulher ali. Eu já presenciei e já fui o autor de alguns fatos que vou relatar a seguir que eu vi ou fiz durante a mesma limpando a escola: Um time inteiro de futebol passando pelos corredores da escola com suas chuteiras, calças e equipamentos podres de sujo, deixando uma marca verde por onde os mesmos passavam, isso logo após a mesma limpar o corredor; eu já posso ter entupido um dos banheiros acidentalmente e a mesma quem foi lá para ajudar a me tirar daquela enrascada, pois era a única que eu conheço até agora e que eu realmente sei o nome... ela me ajudou, mas nem disse nada e ainda foi pegar o meu celular dentro da sala, pois eu o tinha esquecido dentro da minha mochila e precisava chamar o meu motorista para o mesmo trazer uma roupa nova para mim; teve uma menina que não tinha absorvente e menstruou na escola, e quando começou a descer o mar vermelho, a garota saiu correndo e os corredores pelo qual a mesma passou ficou em sangue puro.

Esses foram apenas alguns dos fatos que fizeram com que todos os alunos existentes naquela escola a amem, e se tem uma pessoa que conseguiu o feito de tirar essa mulher do sério e fazer com que a mesma ficasse com raiva de você... bem, boa pessoa você não é! Eu sinto muito, mas não sou eu quem diz isso, são as estatísticas.

- Pode até ser, Victor, mas vamos logo, porque eu preciso chegar em casa e você também, ou você não lembra que o meu pai está esperando por você para que conversem mais? – Disse o lembrando do fato que meu pai está a sua espera, porque se ele não se esqueceu, eu apenas transmiti o que meu pai falou: vão, mas quando chegarem, eu quero que venham até mim para que voltemos nossa conversa de onde paramos, certo? Eu disse que sim, obviamente, e depois apenas comuniquei a Victor, que neste momento deve querer continuar.

O caminho até minha casa foi bem tranquilo, até porque, agora Victor estava bem e não estava se contorcendo todo de dores na barriga. Eu até sinto pena do coitado do motorista, porque ele está lá tranquilo tomando o seu cafezinho – eu já notei que onde ele para e tem onde comprar um copinho, o mesmo compra – e de repente já precisa levantar e correr para um hospital ou para outro lugar.

Entretanto, essa é uma das profissões que eu mais admiro das pessoas, porque eles têm de ter uma paciência fora do comum, por conta de toda a pressão que os mesmos têm em cima de si. Ele está arriscando sua vida e a vida de outras pessoas enquanto dirige, então sua atenção tem de ser quadruplicada ao infinito, pois já vi casos de pessoas que não ligam para o que pode acontecer para si e para a outra pessoa que está do outro lado. Você não pode apenas pegar um carro e sair dirigindo por aí que nem uma pessoa maluca ou você será multado...

- Você não disse para o seu pai que eu ia pro hospital por conta de uma dor de barriga, não é? – Olhei para o lado e vi o mesmo me olhando e me encarando com uma feição quase que assassina, mesmo sem a minha resposta.

- Posso ter dito algo desse jeito! Ai! – Passei a minha mão pelo meu braço para que a dor do tapa que eu levei pudesse ser diminuída. – Você anda muito agressivo, meu amor! – Abracei o mesmo e o puxei em minha direção, o apertando e sorri quando escutei o seu resmungo.

- Eu não sou nada agressivo, agora me solta ou eu te dou um tapa, João. – Não o soltei e quase me arrependi quando levei um beliscão. – Eu não acredito que você disse para o seu pai que eu estava com dor de barriga e por isso que eu tive de sair da sua casa direto para o hospital.

- Mas isso é algo normal, Victor. – Disse e percebi que deixei a fera mais calma. – Tomo mundo já sofreu e sofre com dores de barriga todos os dias em algum lugar do mundo, você não precisa ter vergonha. Isso é algo que qualquer um fica sujeito a sentir, porque você não tem total controle do seu intestino.

- Mas é muito diferente você não ter controle do seu intestino de você ter seu namorado contando ao pai que eu tinha saído de casa para ir ao hospital. – Ele bufou e massageou em cima de seu nariz. – Então tudo bem, já passou e você já disse, então não tem o que eu possa fazer.

- Então pronto, porque nós já chegamos e iremos entrar agora. – Mordi a minha bochecha para não sorrir da cara que o mesmo fez. – Você é muito dramático, Victor.

- Sou mesmo, e daí?

- Não tem nada de errado, calma.

- Eu estou calmo, João, calmo para um caralho.

- Eu noto isso! – Victor saiu revirando os olhos e eu apenas o segui sem dizer absolutamente mais nada.

Meu pai teve de sair de casa, pelo que a mãe de Victor disse e só nesse momento que o mesmo relaxou. Subimos para o meu quarto e fui ao banheiro, enquanto o mesmo foi para a minha cama e eu o deixei ali se ajeitando pra dormir, enquanto eu passava uma água no meu rosto, porque estava sem paciência para tomar banho. 

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora