Capítulo 27

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Gente, o meu notebook está queimando a tela, então se eu sumir por algum tempinho, já sabem!

Que raiva desse computador feladaputa!

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VICTOR HUGO

A escola estava me deixando com o psicológico em frangalhos. Não por eu ser uma pessoa desinteressada, mas acontece que são tantas coisas para fazer ao mesmo tempo, como trabalhos e provas, que deixa as pessoas cansados de tudo isso. Eu, por exemplo, já quis desistir de ir para a escola umas quatrocentas vezes apenas esse ano, porque não aguento mais acordar cedo todos os dias.

Já meu irmão parece que ama mais ir para a escola do que tudo, porque agora ele sempre me acorda dez minutos antes do meu despertador tocar. E olha que antes quem precisava o acordar era minha pessoa.

Aliás, acordava, não é? Porque uma das novidades que eu tenho é que estou passando algum tempinho morando na casa do João...

Mas graças a Deus que já havíamos passado também pelo período de trabalhos e já fizemos o simulado, eu não precisava me preocupar muito nessas coisas, então estava bastante relaxado quanto a isso. Até agora os assuntos passados também estão fáceis e estou conseguindo acompanhar todos, de todas as matérias. João também está se esforçando bastante e está tirando notas bastante boas, e inclusive seu pai a dois dias tinha dito para ele o quanto estava orgulhoso do filho está se saindo tão bem, mas também não veio sem um bom puxão de orelhas, pois segundo ele, teria que ter esse estudo e essas notas sempre, e João, nada mais fez, do que acenar e concordar com o que seu pai estava dizendo, pois o mesmo sabia que ele apenas queria seu melhor.

Quanto a minha mãe e ao meu irmão, estavam os dois muito bem. Eu e meu namorado sempre acordávamos mais cedo para pegarmos o Lipe na minha casa, e leva-lo até a escolinha/creche, pois para ser sincero, eu nunca entendi isso. Mas deve ser escolinha já, não sei. Estou confuso agora.

Um fato que eu esqueci de dizer foi que já haviam se passado mais de dois meses que aconteceu o meu encontro com o pai do João. Bastante tempo, mas tão monótono que eu fico com vontade de dormir só de pensar nisso... não teve nada de mais na escola, não teve nada de mais na minha vida, não teve briga de ninguém para que eu pudesse assistir e eu ainda não fiz sexo com o meu namorado.

Se eu quero? Eu estou quase subindo pelas paredes de tanta vontade que eu estou, porém eu ainda quero esperar um pouquinho mais, talvez coisas de uns dois minutos? Estou brincando... Deus, como eu sou uma pessoa engraçada.

Porém, neste tempo que se passou, ocorreu um fato que eu considero como o fato mais importante que já aconteceu em toda a minha vida: comecei a me tratar com um psicólogo juntamente com meu namorado e estou muito feliz com este fato. Nós não estamos fazendo terapia de casal, mas consultas conjuntas, porque parece estranho dizer, mas sinto que o que nós temos é realmente maravilhoso e que irá durar, no mínimo, por uma vida inteira.

- Você está muito quieto. O quê houve? Você está sentindo dor? Porque se estiver a gente passa em um pronto socorro. – Olhei em direção a ele, que estava me olhando com uma feição bastante preocupada.

- Não, amor, não estou sentindo nada. Só estava pensando um pouco sobre tudo o que aconteceu esses dias, sabe? – Pergunto e olho para ele vendo o mesmo assentir, então continuo. – E, bom, eu meio que estou me controlando para não pular em cima de você e tirar toda essa sua roupa e transarmos em frente a esse motorista. Só não o faço porque o coitado irá ficar constrangido.

- Eu... bem, tenho que ficar preocupado com isso? – Neguei e o mesmo sorriu. – E apenas o que eu preciso dizer é que: eu quero que você faça tudo isso o que acabou de dizer que está com vontade.

Não estendi mais o assunto, apenas encostei minha cabeça em seu ombro e fiquei parado lá, até chegar na minha casa. Quando paramos em frente, o motorista buzinou uma vez e logo em seguida vejo minha mãe vindo com meu irmão, a mesma abriu a porta e colocou o Lipe sentado na cadeirinha que o senhor João fez questão de comprar para que levássemos meu irmão em segurança.

- Oi meninos! – Respondemos ao cumprimento e em seguida ela entrou mais um pouquinho no caro para me dar abraço, esse, que quase matou o João com falta de ar, porque eu não estava no meio como de costume. – Como você está, meu bebê da mamãe?

- Eu estou muito bem, mãe. E você? Como está?

- Eu estou maravilhosa! Mas agora vocês têm de ir e já sabem, não é? Se comportem e estudem e não deem trabalho para a professora de vocês. – Eu e Lipe assentimos. – E você, mocinho? – Fala apontando dedo para meu namorado. – Está cuidando bem do meu neném? Ele está mais magro, não está dando comida para ele não? – Me controlei para não sorrir quando notei que João ficou bastante nervoso com a pergunta da minha mãe.

- Não é nada disso, senhora. É que o médico passou comidas leves e ele só pode comer isso para sarar mais rápido! – Mais uma coisa que eu esqueci de dizer. Tive de voltar no hospital mais duas vezes com dor de barriga para fazer exames, aí descobrimos que eu estava sentindo tanta dor de barriga assim porque eu só comia besteira. Além de que o médico falou que no exame de sangue, quase deu que eu estava com anemia. Então o mesmo passou meu caso para um dos nutricionistas e o mesmo passou uma dieta para minha pessoa.

E só para deixar claro, EU ESTOU ODIANDO!

- Mãe, me salva. Eu estou sendo torturado naquela casa. Só me dão folha para comer, eu acho que estou com cara de bode, não é possível. – Falo bufando em seguida.

- Se você comer só o que quer, não vai ficar bom nunca, capaz de piorar mais ainda. E eu até estou comendo salada junto contigo para que você não passe vontade.

- Verdade! Ele só quer comer besteiras e não dá pra viver desse jeito. – Olhei perplexo para a minha mãe, que concordou com o que o João disse. Tudo bem, é verdade. Mas ela tem de ficar do meu lado, porque o filho dela sou eu e não ele!

- Vamo logo, tio. – Felipe disse com impaciência, falando com o motorista da casa do João, que eu esqueci o nome.

Nos despedimos da minha mãe e seguimos para a escola, agora eu ia a todo momento colado no Lipe, pois o mesmo estava bem grudentinho. Coitado do meu neném! E tudo por culpa dessa doença infeliz. Mas se eu preciso diminuir as comidas gordurosas pra ficar melhor eu diminuo.

Nem eu pensava que comendo fritura todos os dias poderia dar em algo bom!

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Depois que a aula terminou, saímos para fora da escola. Mas tinha uma coisa estranha: Nem o Jeff e nem o Douglas saíram juntos com a gente. Mas deve ser apenas uma ironia do destino, ou eles já se acertaram. E eu quero muito que seja a segunda opção, porque, sinceramente, ninguém aguenta aqueles dois jogando indiretas um para o outro o tempo todo e a tensão sexual que emana dos dois. Todos sabemos que eles só faltam se comerem, mas só falta que os mesmos assumam para si.

Saímos em direção ao carro após no despedirmos de todos, menos dos dois fujões, e partimos rumo a escolinha do Lipe. Chegamos lá e o João foi buscá-lo e voltou com o mesmo nos braços, eu não fui pois estava muito cansado, e eu nem sei do que, pois, só fiquei na escola sem fazer nada, só prestando atenção nas aulas. Mas deve ser isso! Até ficar parado demais cansa a pessoa de alguma forma!

- Oi meu neném, como foi a aula? – Perguntei depois de colocar o cinto de segurança da cadeirinha e depois de passar o cinto do carro pela cadeirinha.

- Foi boa, hoje eu pintei. E apendi como fajê misturinha de duas cores difelentes. – Vê se não dá vontade de morder uma coisa linda dessas?

- Que bom, meu amor!

Ele ficou na cadeirinha assistindo vídeos da galinha pintadinha no tablet do João, enquanto eu estava quase dormindo no banco.

Quando chegamos no nosso destino, eu quase saí do carro quase gritando de alívio, pois pelo menos agora, eu poderei tomar um banho, pois estou todo suado, tipo, em um nível que eu nem sabia que poderia chegar. Quando meu irmão me alcançou, segurei em sua mão e João nos seguia um pouco mais atrás, trazendo nossas três mochilas.

Me Perdoe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora