Capítulo 07-Olhares

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Camila Fox P.O.V

Minha cabeça estava uma confusão enorme, eu estava tentando assimilar tudo, elas estavam estranhas, o vovô Jack queria conversar comigo e mais essa conversa de filho agora. Será que todos sabiam, menos eu?

Por que eu fui a última a saber? O fato de ganhar mais um irmão ou irmã não me incomoda tanto quando a noticia de ter sido a última a saber. Elas não sabem o quanto isso me machucou. Pode parecer besteira e egoismo da minha parte, mas quando se é adotado e ainda ter uma serie de problemas e sua mães decidem ter um filho biológico, que vai ser totalmente diferente de você, ai sim, podemos discutir.

Estava andando calmamente de skate até a escola, refletindo tudo que foi dito a mim a pouco,até que a visto uma cabeleira um pouco familiar. Me aproximo mais e vejo que a professora nova de biologia. Me aproximo dela devagar para não assusta-la, tentativa falha, pois a mulher deu um salto pequeno para o lado quando me avistou.

— Desculpa, não queria te assustar.-Desço do skate, o pego na mão e paro em sua frente, ela tinha uma expressão assustada e com a mão direita sobre seu seio esquerdo.

— Tudo bem, só foi um susto leve.-Rir aliviando-me um pouco.

— Quer companhia?- Pergunto sem jeito. Ela sorri e assente.

Começamos a caminhar em direção a escola que estava dois quarteirões de distância da onde estávamos.

O silêncio entre a gente até que era confortável, mas o que mais me intrigava era que ela parecia nervosa com minha presença, não sei, deve ser coisa da minha cabeça.

— Então...-Ela começa,olho para ela, simplesmente linda, cabelos ao vento, o corpo cheios de curvas, pernas torneados e bumbum bem marcado na saia que a deixava bem sexy. Olhar não mata não é?— Por que você veio cedo?- Me pergunta tirando-me dos meus pensamentos impuros.

Fico um pouco sem graça para lhe responder, pelo fato do assunto ser delicado e pelo fato de estar a olhando com outros olhares.

— Problemas em casa.-Respondo cabisbaixa.

— Todos temos.-Diz em sua voz calma e doce de sempre. Poucas palavras, mas reconfortantes.

As vezes é bom saber que existe alguém com um problema maior que o seu, acho que todos pensamos assim, sempre vai existir um problema maior que o seu e que te reconforta de alguma maneira.

— Verdade.- Chuto uma pedrinha que estava a minha frente.

Seguimos o caminho em silencio até que novamente ela se pronunciou.

— Você não fala muito não é?-Nego e ela rir.— Percebi.- Sua voz sai comum tom divertido me fazendo rir.— Enfim, nos falamos pouco e nos esbarramos duas vezes, eu mau sei sobre você e presumo que você saiba mais sobre mim, não acha isso injusto?

Dou de ombros e ela me empurra com os ombros, ela tenta.

— Tá bom...Eu sou aluna da escola onde a senhora ensina.-Ela faz uma careta e uma cara de tipo "sério?" em seguida.— Tenho 18 anos e moro com minhas mães.- Faço um resumo, não quero compartilhar muito, minha historia ainda é dolorosa demais para ser compartilhada com alguém,ainda mais alguém que eu conhece ontem.

— Resumão. - Ela divaga em sua fala,fica em silencio e depois fala.— 18?-Assinto, ela assente também e abaixa a cabeça para fitar o chão e ultrapassar algumas pessoas que caminhavam pela calçada.

— Eu sou atrasada um ano, pois minhas mães não me botaram cedo na escola, questão de segurança.-Não dou muitas explicações.

— Bem pensado.-Comenta me fazendo sorrir.

Linha RetaOnde histórias criam vida. Descubra agora