Capítulo 10- Esconder ou não?

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Assim que eu sai da escola segui diretamente para minha casa dessa vez, não queria arrumar mais problemas com minhas mães, já basta o que aconteceu naquele dia.

Eu estava esperando o sinal abrir, quando fui puxada com muita força para trás me fazendo entrar em atrito com o chão. E quando eu olhei para cima vi um homem encapuzado apontando uma arma para mim, me desesperei no mesmo momento, olhei para todos os lados para ver se encontrava alguém que pudesse me ajudar, mas ninguém, por minha sorte, passava naquele momento na rua.

— Passa a bolsa. - Ele grita me levantando pela bolsa. Tiro meus braços dela e o entrego. Ele não parecia ser profissional naquilo, ele tremia mais que a mim, e isso de um certo modo me deu pena. 

Por mais que seja uma forma desleal de conquistar algo, tem muitas pessoas que fazem em seu momento de aperto e desespero. E na minha cabeça aquele homem era um desses por isso antes que ele saísse puxei meu dinheiro do lanche que não utilizei. 

— Toma.- Estico minha mão com o dinheiro. O homem olhou para mim como se eu fosse um E.T, não falou nada, apenas olhou para os lados indeciso se pagava ou não. E realmente comprovei que, aquele homem não era de verdade um ladrão.— Pegue! Pode levar.- Me aproximo um pouco dele que se manteve no mesmo lugar me olhando de maneira estranha.

— Por que está fazendo isso? -Pergunta desconfiado. 

— Você não me parece ser uma pessoa ruim.- Dou de ombros e o homem rir de forma sarcástica.

— Moça, você nem me conhece como sabe que não sou ruim?

— Pela forma que me abordou. Pela maneira que a arma estava tremendo em sua mão e pelo fato de você estar conversando comigo em vez de simplesmente ter fugido.- Ele me encara surpreso. Ficamos um tempo em silencio. Olho para os lado e a rua mantinha em seu movimento de antes.

— Você daria uma boa advogada.- Ele diz. Solto uma risada baixa e ele me acompanha. — Olha moça, me desculpe por estar roubando seus matérias, mas é que eu não tenho com quer comprar os do meu irmão. Ele conseguiu uma bolsa nessa escola ai, vivemos somente eu e ele. Eu realmente tentei de todas as formas buscar outra solução, mas não me parecia nada. Me desculpe.- Me estende a bolsa de volta. Nego e o puxo para um abraço. Ele demorou um pouco para retribuir, mas logo o fez.

— Eu não quero de volta. Pode levar, minhas mães podem comprar outros para mim não se preocupe e quanto ao dinheiro, aceite, irá ajudar em algo.- Estendo novamente o dinheiro, o rapaz tirou o capuz e pegou o dinheiro.

Ele parecia ser jovem, a vida o machucou muito. Mesmo com as expressões cansadas que seu rosto tinha, ali ainda existia um lindo homem. Não que eu goste de homens, eu tenho repulsa, só de imaginar fico com nojo. Realmente esse lado não é para mim, mas isso não impede de reconhecer quando um é bonito.

— Obrigado moça. Você não sabe o quanto me ajudou.- Assinto não querendo prolongar mais aquilo. Afinal eu iria me atrasar para a pesqueira com meus avôs.

— Tudo bem. Agora vá. - Ele assente e começa dá passos apara trás começando a correr em seguida.

Agora eu tenho que pensar em qual desculpa vou dar para elas, se eu falar que fui roubada elas nem vão mais me deixar sair de casa, se eu falar que perdi não seria uma desculpa muito boa, pois como irei esquecer algo que anda direto nas minhas costas?

Vou ter que pensar em algo.....e rápido.

(...)

Cheguei em casa um pouco desconfortável, não queria mentir para elas. Então no meio do caminho decidir dizer a verdade, elas possuem um coração bom, vão me entender. Assim espero.

Linha RetaOnde histórias criam vida. Descubra agora