EPÍLOGO

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--Belo trabalho, por sinal.

--Gremory, pode dizer o que precisamos para começar.

--É claro, Nicko.—Gremory foi até o altar.—Coloque a garota aqui.

Petra empalideceu, sentindo Alastor levando-a até uma pedra grande e retangular.

--Oh, Deus, não! Gremor não deixe que façam isso!—pediu. Gremor desviou os olhos.

--Depois, precisamos de sangue do demônio que anda na Terra.

--Você não me falou que isso era necessário.—Beliel salientou virando-se para Nicko.

--Você teria vindo do mesmo jeito.

--E por fim, assim que a lua atingir o centro do altar, o filho do Céu caído na Terra, deverá fazer o sacrifício.

Ouvi um estalo e Alastor avançou pra cima de Nicko.

--Bastardo!—berrou—Não passas de um maldito anjo caído!

--Basta, Alastor.—Beliel ordenou.

--Mas, Beliel...

--Eu já sabia.—ele ignorou—O cheiro de asas queimadas está impregnado nele. Me surpreende você não ter notado antes. Não poderia esperar menos de você.

--Vou matá-lo.—Alastor sussurrou para Nicko antes de solta-lo.

--Está quase na hora, depois resolveremos nossas desavenças.—Beliel falou, ficando ao lado de Petra, que fora amarrada no altar.

Nicko se aproximou lentamente, seus olhos capturando o de Petra. Ela o olhava magoada.

--Petra...

--Não fale comigo.—ela o cortou, virando o rosto.

--Eu não tinha escolha.

--Sempre existe uma escolha. Você escolheu me enganar, parabéns, me fez acreditar em você como uma caipira que sou.

--Você vai ficar bem.

--Espero que o que aconteça aqui hoje te assombre pelo resto da sua vida.—Petra ameaçou, encarando-o.—Eu nunca vou perdoa-lo.

--E por fim, o punhal construído por arcanjos.—Gremory prosseguiu, entregando uma faca de ponta fina, incrustado de diamantes a Nicko. --A lua está próxima, podemos começar.

Petra fechou os olhos fazendo uma prece. Sabia que Nicko não iria protege-la. Ele iria até o fim, independente do preço. E ela era o preço para ele atingir seu grande objetivo.

Observou Gremory recitar uma espécie de Hino. Só então percebeu que era parte do ritual. Viu quando as chamas das tochas começaram a se intensificar. Nicko murmurava palavras confusas em latim que ela não compreendia. Beliel fechou os olhos, abrindo os braços. Trovões dispararam ao longe.

Petra se mexeu, tentando soltar as amarras em vão. Gritou quando um raio atingiu Beliel. Ele abriu os olhos surpreso e caiu de joelhos no chão. Então ele deitou, morto. Havia sangue saindo do buraco deixado pelo raio. De maneira sobrenatural, o sangue dele começou a circular a pedra. De relance, Petra viu que a lua atingiu o centro da caverna, banhando-a com sua luz pálida.

Lágrimas rolaram por seu rosto.

Estava na hora.

Nicko a olhou, frio. Aquele não era ele. Não podia ser... ela pensou.

--Agora, Nicko.—Gremory instruiu.

Nicko assentiu, erguendo o punhal.

Petra mordeu o lábio, sem conseguir desviar os olhos da lâmina sobre si. Outro raio berrou e de repente tudo escureceu

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