--Então, encontrou a garota?
--Sim.—ele respondeu para Gremory.
--E como ela é?
--Não tive oportunidade de conversar com ela.
--Mas por alto, o que achou dela?
--Isso é irrelevante Gremor, não estamos aqui para achar e sim para cumprir o que nos foi mandado.
--E eles desconfiam de alguma coisa?
--Não, nem sonham com isso.
--Ótimo, quando vai voltar a vê-la?
--Ela trabalha num bar, a noite.
--Ganhe a confiança dela, Nicko.
--Não precisa dizer o que tenho que fazer, Gremor.
--É, sei disso.
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Quando Petra conseguiu acordar, já passava das dez. Pulou da cama, atordoada e correu até o quarto do pai, que não estava lá. Sentiu cheiro de café, e desceu para cozinha. Bob estava ao fogão, fazendo ovos e café.
--O que está fazendo pai?!
--Seu café da manhã, não é meio óbvio?—respondeu. Petra sentou na cadeira.
--Não precisava. E seu remédio?
--Já tomei, Petra.—e riu—Meu problema é no coração, e não na cabeça.
--É, eu sei pai.—fungou—Desculpe, dormi demais.
--Você estava cansada. E sinceramente, estou adorando. Só assim para você me deixar ser útil de novo.
--Você não precisa pensar assim.
--Não?! Você é a garota mais cabeça dura que já vi na vida.
--Alguém tem que ser não é?—ela disparou, rindo.
--Então, não vai me contar como foi seu primeiro dia?
--Foi legal, conheci pessoas legais... ah, e pessoas idiotas também. E conheci...—parou, sem entender por que pensou em falar com o pai sobre ele.
--Conheceu quem querida?
--Ah, nada não pai... só um cara que me defendeu de uns bêbados que queriam mexer comigo.
--Humm... então deve ser um bom rapaz.—Bob ponderou—Agradeceu a ele?
--Ele não me deu oportunidade.
--Seu aniversário é amanhã, por que não o convida? Gostaria de agradecer pessoalmente.—ele sugeriu. Ela olhou para o pai confusa.
--Eu nem sei o nome dele pai. Ele é novo aqui. Provavelmente só estava de passagem.
--Mas se o vir de novo, faça o convite.
--Ele não vai aceitar pai, ele não faz esse tipo.
--Pensei que não o conhecia.
--E não conheço... ah, esquece. Se eu o vir de novo, vou convida-lo, se insiste tanto.
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--Ora ora se não é o defensor dos fracos e oprimidos.—Izzy cantarolou, Petra sorriu, sem entender e olhou na direção da porta. Seu sorriso congelou ao ver quem era.
--Oh, não...
--Nossa, o que foi?
--Meu pai. Ele quer que eu o convide pro meu aniversário para agradecer pelo o que ele fez por mim.
--Uau... seu pai é mesmo uma figura não é?! Isso é tão arcaico.—Izzy disse.
--Eu não sei como falar isso...
--É só convidar, não tem nenhum bicho de sete cabeças nisso. Aja com certa indiferença, como se você não fizesse questão da presença dele lá.
--Mas eu não faço, e nem quero ele lá.
--O que torna tudo mais fácil. Agora, vá em frente e me conte tudo depois.
Nessa noite, ele usava a mesma calça, e uma camisa da banda Stratovarius. Seu cabelo estava preso, e ele girava uma chave na mão.
--Eu...—ela começou, incerta. Ele a olhou com ar de interrogação. Ela engoliu em seco e estendeu a mão—Sou Petra Door.
Ele aceitou o cumprimento.
--Nicko.—se apresentou. Ela mudou a posição, nervosa.
--Meu pai e eu estamos gratos pelo que fez por mim ontem... e ele queria que fosse até nossa casa para lhe agradecer pessoalmente, vai ter uma pequena reunião lá... por causa do meu aniversário—disse, sem olhar diretamente pra ele.
--Não acho uma boa ideia, Petra.
--Foi o que eu disse pra ele.—ela disparou, sem se conter. Ele a fitou curiosa. Ela corou.—Eu disse que você provavelmente teria algo melhor pra fazer.
--Eu não tenho nada pra fazer na verdade.—ele confessou. Ela o encarou.
--Então você vai?
--Se não surgir nada até lá...
--Ah, claro... bom, vai querer alguma coisa?
--O mesmo de ontem, dose dupla.
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Estava tudo pronto para sua festa. Sua casa foi arrumada, e enfeitada com balões coloridos, a churrasqueira havia sido posta nos fundos com várias mesas e cadeiras. E o bolo foi feito pela senhora Purple, a vizinha da fazenda ao lado.
Seriam poucos convidados, na verdade a maioria que viria eram mais amigos de seu pai do que dela mesma. Petra penteou os cabelos sem ânimo, deixando-os cair sobre o ombro em ondas. Tirou os óculos de leitura que sempre usava, e vestiu o vestido novo que seu pai lhe comprara. Era branco, de alças finas, e um pouco rendado. Não havia decotes, e ficava um pouco acima dos joelhos.
Os convidados já estavam quase todos ali, exceto um, Nicko. Petra balançou a cabeça, ele não viria. Ela seria sua última opção de diversão. Afinal, um cara como ele teria coisas melhores a fazer.
Descia as escadas quando a campainha tocou, detendo-a. Foi até a porta e abriu, parando estática ao se deparar com ele.
Ele sorriu, apoiando a braço na porta. Usava um jeans velho e uma camisa social preta.
--Acho que estou no endereço certo.—ele comentou. Ela assentiu. Nicko a olhou de cima a baixo e teve que admitir. Petra pela primeira vez... estava bonita. Não que não fosse. Mas naquela noite ela estava desnuda. Sem nada a lhe ocultar o que possuía. Seus cabelos eram de um castanho avermelhado, e tinha olhos grandes e esverdeados. Um verde bem suave. Como a boca, macia e rosada.—Você está bonita, Petra.
--Oh...—murmurou, corando. Ninguém nunca lhe dissera isso, além do pai.—Obrigada. Ahn...você realmente veio.
--Você me convidou.
--Foi meu pai, na verdade.
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COLIBRE
ParanormalNada nunca acontece na pequena cidade de Colibre, até que a chegada de um estranho muda tudo. Petra pensava estar feliz com sua vida pacata ao lado de seu pai. Mal sabia ela, que não conhecia nada da vida e que não estava preparada para o que veio a...