Capítulo Nove

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Nos vemos lá em baixo!

*

Anos antes

E você tem certeza que quer continuar no dormitório da faculdade? — Do outro lado, a mulher argumentava. — A gente pode te colocar em um apartamento, filho.

Hyungwon sorriu com o telefone encostado ao ouvido enquanto via a paisagem passar pela janela do Taxi. Ele compreendia a preocupação dos pais e também se sentia ansioso, mas ele queria poder retirar o máximo daquela experiência.

E ter um colega de quarta era um bom começo.

— Está tudo bem, omma. — Sua voz era suave e doce. Sua mãe sempre diria que ele era um príncipe, e tudo sempre iria muito além da aparência bonita. Chae Hyungwon era um príncipe, principalmente, pela personalidade calma. — Dividir o dormitório com alguém vai ser legal.

Mas você tem seus costumes... — Continuou. — Você tem certeza que não vai gerar conflito?

— Alguns costumes podem ser mudados. Está tudo bem. — Deu de ombros. — Omma, eu quero mesmo tentar. Eu posso mudar de opinião depois, se alguma coisa der errado...

Eu não quero que você se sinta desconfortável quando pode estar em um lugar melhor.

— Eu não quero ficar sozinho. — Disse, por fim. — Eu acho que posso fazer uma boa amizade. Está tudo bem, você sabe que eu sempre fui uma pessoa responsável.

Eu e seu pai temos orgulho de você, meu menino. — A voz dela era quebrada e o garoto sabia que ela chorava. — Me ligue quando chegar, sim?

— Eu ligo sim, mãe. — Riu fraco. — Não chora. Você já chorou muito antes de eu sair de casa.

Eu te amo, bebê.

Hyungwon sorriu.

— Eu também te amo.

A verdade é que ele tinha medo do novo. Quando terminou o ensino médio e notou que teria que enfrentar a faculdade, ele se sentiu ansioso, como não era incomum. Entretanto, quando ele recebeu a resposta da Seuta-bae anunciando que ele havia passado, ele sentiu medo.

Hyungwon saiu de sua cidade natal, há muitos quilômetros de distância de Mulbang-ul, e enfrentar tudo aquilo sozinho era aterrorizando no mesmo nível que o fazia querer pular de alegria. Os pais tinham condições de colocá-lo sozinho em um apartamento próximo á faculdade, mas ele não aceitou.

Não queria ficar sozinho.

Os dormitórios disponibilizados pela Seuta-bae eram baratos e possuíam uma boa infraestrutura, mas não era nada comparado ao conforto de um apartamento, mas a insegurança fazia com que precisasse de mais alguém. Após chegar à óbvia conclusão, o Chae depositou toda a esperança no desejo de compartilhar o ambiente com mais uma pessoa.

Depois de chegar à seu destino e pagar o taxista pela corrida da rodoviária até a universidade, Hyungwon se dirigiu até a secretaria do campus para retirar o cartão do dormitório. O objeto era branco, possuía o emblema da instituição, e era ligado á um cordão laranja que estava sujo pelo uso, mas ele sorriu e pegou algumas informações antes de arrastar a mala de rodinhas pelo caminho até o prédio.

Ele nunca havia estado ali antes e sentia a barriga gelar pela expectativa, muito embora nunca tenha sido alguém muito emocional. Sendo filho único, Hyungwon nunca precisou dividir nada e nem estava habituado á ser o centro das atenções - os pais tiveram dificuldade de engravidar e nunca mais tiveram sucesso depois do primogênito.

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