Deixa um votinho 🌹
Nos vemos lá em baixo!
*
Assim como todo jovem que vive em um lar religioso, foi natural que a mãe o levasse para a catequese - um caminho comum às crianças como Kihyun, afinal era uma cerimônia importante e um degrau à ser caminhado. Lá ele havia aprendido muito sobre as escrituras sagradas e ouvido inúmeras histórias que mais tarde foram esquecidas em meio à tantas memórias infantis.
Mas existia uma em especial que ele jamais esqueceria.
A queda de Sodoma e Gomorra era uma passagem costumeiramente utilizada para criticar a homossexualidade dentro do padrão religioso - muito mais que o texto de Levíticos deixado por Moisés ou o que fora citado por Paulo no Novo Testamento, a história dos anjos que visitaram Ló e posteriormente cegaram os moradores da cidade quando estes pediram que os visitantes lhes fossem dados para o prazer sexual, sempre era um fator apontado como crítica à orientação homossexual.
Toda a culpa da destruição das cidades pelo fogo enviado por Deus sempre fora dada à homossexualidade existente no trecho, e não ao fato de Ló oferecer as duas filhas virgens para serem abusadas no lugar dos hóspedes (que, por acaso, eram anjos). O título de pecado era dado à "imoralidade sexual dos homens" e não à violência propriamente dita, ainda que a Bíblia originalmente acusasse a destruição como sendo ocasionada pela maldade e ganância daquele povo.
Anteriormente, Kihyun não entendia por que Deus destruiria duas cidades por uma característica inata e não pela natureza má dos habitantes, mas quando se é cercado por religiosos, você aprende que abaixar a cabeça é extremamente mais simples e até mesmo louvável que se rebelar contra.
Por que se rebelar contra a palavra de Deus é rebeldia, e rebeldia também é pecado.
A ele então coube o silêncio e a servidão que não lhe eram naturais, por que ser rebelde o levaria ao inferno da mesma forma que ser gay o levaria, pois para Deus não existia distinção entre grandes ou pequenos pecados, mas sim o ato como um todo.
Porém em uma sociedade cristã essa distinção existe e Kihyun se encontrava no topo da pirâmide; não precisava subir ainda mais.
Mas aquele momento estava existindo.
O coração estava batendo forte e o corpo quente parecia nunca se acalmar, ainda que os toques ficassem cada vez mais constantes e fortes. Changkyun moveu o quadril para frente, roçando as intimidades juntas outra vez e Kihyun gemeu baixo com o aperto gostoso que fazia as pernas ficarem dormentes.
A língua experiente guiava o beijo tão bem, os dedos longos pareciam conhecer cada pedaço seu como se já os tivessem explorado antes, a pele reagia à cada segundo, se arrepiando parte por parte, encontrando nas digitais alheias o acalento para o tesão recorrente e guardado durante tempo demais...
Por que Im Changkyun o desestruturava e ainda que Kihyun fosse esforçado, sabia que não era uma novidade. Aquela sensação era natural pois a ansiedade antecedente era óbvia... e o mais novo estava certo.
Yoo Kihyun também o desejava.
Entretanto, mesmo que o corpo todo o correspondesse, ainda que seu estômago se revirasse em concordância à atitude e seu coração se agitasse com a novidade, algo dentro do mais velho tinha a certeza absoluta de que aquilo era fruto do mais puro pecado.
Por que ele se lembrava de Sodoma e Gomorra e não queria ser também destruído pelo fogo.
Por isso ele respirou fundo e empurrou fracamente o corpo de Changkyun para trás até que ele conseguisse por os pés no chão novamente. Os olhos se encontraram durante poucos segundos e o mais novo compreendeu tudo, deixando que seus dedos se agarrassem à jaqueta quente que cobria o corpo alheio para puxá-lo até tê-lo perto outra vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BRING THE HEAVEN | changki
FanficYoo Kihyun era um bom garoto. Nascido e criado em um ambiente altamente religioso, ele havia desistido de sua liberdade quando percebeu que possuía pecados grandes demais para sua força de vontade. Por isso não seria surpresa que Changkyun, um vete...