Capítulo Treze

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Nos vemos lá em baixo!
*

O corpo vibrava à cada toque. As mãos lhe tocavam nos lugares certos e ele sentia que entraria em combustão espontânea em um momento muito próximo, por que o baixo ventre se contorcia e ele não conseguia mais segurar os gemidos engasgados.

O interior da boca quente o deixava desesperado, a língua rosada circulando a glande deixava as pernas moles e os dedos longos lhe acariciando por dentro faziam com que a boca se abrisse em gemidos mudos. Toda a sensação era multiplicada quando ele abria os olhos e encontrava as íris escuras que não quebravam o contato em momento algum.

Ele estava perto. Ele estava muito perto e encarou a mão tatuada antes de gemer alto e... acordar. Acordar suado, ofegante e incontestavelmente duro. Kihyun observou sua situação e esfregou os olhos, mais uma vez frustrado ao constatar que a frequência de sonhos como aquele continuava aumentando, ainda que ele se cobrisse de orações antes de se deitar.

Quando achou que não podia piorar, notou que faltavam menos de vinte minutos pro despertador tocar e ele sentia como se não tivesse dormido nada. O corpo doía, estava quente pelo sonho erótico e ele sabia que, além da ereção latejante, ele ainda teria de lidar com a culpa agoniante por querer se tocar até que o calor fosse embora; a carne gritava por alívio e o espírito padecia por culpa do desejo.

O banho gelado aliviava o calor, mas não a culpa. O sabonete cheiroso limpava a pele suada mas não os pecados ocultos e embora a água levasse embora a sujeira do corpo, ele ainda se sentia imundo por dentro.

Não existia uma fórmula secreta e há muito ele duvidava de que existisse de fato uma cura. E como se já não fosse cruel o suficiente, Changkyun parecia disposto à continuar perturbando seus pensamentos e fazendo com que se sentisse cada vez menos digno do paraíso e mais próximo do inferno.

Mas ele ainda se sentia tentado.

A curiosidade fazia com que o corpo agisse sozinho, tornava a conduta menos engessada e fazia com que o estômago rodasse naquela sensação deliciosa de adrenalina. Adrenalina essa que durava pouco demais para fazer com que a consciência não o perturbasse por horas.

Ele queria fugir, mas não era o tempo todo. Ele ainda se cobria em preces, mas ás vezes esquecia de pedir perdão e o terço jazia esquecido no peito.

E faziam apenas dois meses.

Ele refletiu sobre tudo enquanto se movia de forma automática para se vestir. Em cinco minutos estaria tomando café. Em quinze Jeongyeon viria buscá-lo. Em quarenta estariam na faculdade e em uma hora estaria tendo a primeira aula do dia.

Tudo em sua vida parecia ser um ato mecânico e treinado para que fosse perfeito, e o que mais lhe causava medo era que a insegurança causada por Im Changkyun fazia com que sua personalidade real gritasse e esperneasse para romper a barreira que a religiosidade impunha.

Alguns diziam que aquilo era bom, mas para ele soava como uma maldição.

Querer paz não devia ser um pedido tão inalcançável. Queria ser normal, queria poder ter decisões fáceis ao alcance de suas mãos e queria não precisar fugir de nada, por que não existiram escolhas que necessitassem de fuga.

Mas a cabeça vinha questionando coisas demais e o corpo desejando mais do que podia.

Com isso, a cura parecia cada vez mais longínqua e indisponível. A língua parecia tendenciosa à mentir e nenhum banho faria com que ele se sentisse menos sujo, por que a água não limpava a cabeça confusa.

Com isso o mau humor veio e a revolta acompanhou-o. 

Kihyun queria explodir.

— Você está estranho hoje. — Jeonghan comentou e entregou uma bandeja em suas mãos. Jeongyeon assentiu e o encarou brevemente antes de pegar a fila e reclamar do barulho, embora soubesse que o refeitório nunca seria silencioso durante o almoço.

BRING THE HEAVEN | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora