Capítulo Vinte e Quatro

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Nos vemos lá em baixo!

*

O mais novo entre eles vestiu um moletom largo sobre as calças justas enquanto Kihyun buscava pelas roupas que havia utilizado no dia anterior. Foi só naquele momento, quando a tensão dos acontecimentos recentes baixou, que ele finalmente se permitiu refletir sobre o que havia acontecido nas últimas vinte e quatro horas.

1. Ele havia tido uma briga surreal com a própria mãe.

2. Havia bebido mais do que a vida toda, ficado completamente bêbado e, para completar,

3. Tinha deixado Changkyun fazer o que fez.

Porque sim, Kihyun se lembrava. Ainda que a cabeça doesse um pouco e o corpo parecesse ter sido atropelado por um caminhão, ele se lembrava de ter vomitado durante a madrugada, de Changkyun ter ficado lá com ele, ainda que não tivesse a mínima obrigação, e também não se esquecera do que havia acontecido antes de tudo.

Ele se lembrava e sabia que, independentemente do quanto tivesse bebido, seria incapaz de se esquecer daquela sensação.

Eram muitos pecados a serem perdoados, mas não haviam possibilidades de esquecer Im de joelhos.

Ele então pediu licença ao mais novo e se escondeu no banheiro para retirar as roupas de Changkyun e entrar nas próprias, deixando tudo dobrado sobre a pia da suíte antes de sair para encontrar o outro homem sentado na cama, esperando-o.

- Você come pizza? - A voz grave soou. Kihyun assentiu e se recostou à parede antes de olhá-lo diretamente. - Pensei em encomendar alguma coisa, já que a casa está uma bagunça e ninguém está em condições psicológicas de cozinhar alguma coisa minimamente aceitável.

- Eu posso ficar e ajudar vocês a terminarem de organizar tudo. - Ele examinou o relógio digital que ficava ao lado da cama de Jooheon e deu de ombros. - Como é sábado, o próximo ônibus pra Sunsuhan só sai daqui umas... cinco da tarde, acho. E também não é como se eu quisesse voltar para casa.

- Já que você tocou nesse assunto... - Changkyun respirou fundo. Não sabia direito como começar aquele assunto e nem queria forçar Kihyun a falar alguma coisa, mas aquela era uma situação que precisava ser conversada. - Sobre ontem...

Kihyun suspirou.

- Me desculpe. - Ele abraçou o próprio corpo. Queria fugir daquela conversa mais do que tudo, mas sabia que não era justo da sua parte fazer algo como aquilo, afinal, atingia outra pessoa que nada tinha a ver com suas crises internas, problemas pessoais e temores religiosos.

Changkyun ainda era uma pessoa. E havia sido extremamente gentil e ético quando ele estava apenas agindo como um bêbado tarado.

- Eu nunca bebi tanto, estava frustrado e não achei que fosse agir como um tarado, me desculpe. - Ele encarou os próprios pés. - Eu me lembro de tudo. Você foi muito legal comigo... a maioria não seria.

- Calma. - Changkyun riu, atordoado. - Por que você está me agradecendo? - Kihyun o encarou e ele negou duas vezes. - Não é como se você precisasse me agradecer por ter parado tudo na metade ou ter te ajudado a dormir... eu não fiz mais do que a minha obrigação. - Deu de ombros. - A questão é como você está lidando com isso. Eu achei que você tivesse tido alguma amnésia alcoólica, mas você se lembra de tudo... então-

- Chang-ah. - O tatuado o olhou. O nome reduzido unido ao honorífico fazia com que seu corpo reagisse de um jeito estranho. - Eu ainda tenho muitas questões para serem resolvidas dentro da minha cabeça. É muito difícil para mim lidar com algumas coisas que são pesadas dentro do contexto no qual eu cresci, então eu estou lidando com essa realidade aos poucos. - Ele brincava com os próprios dedos. - Eu ainda fico muito ansioso, triste e culpado na maior parte do tempo, mas eu não estou me sentindo arrependido pelo que a gente fez ontem.

BRING THE HEAVEN | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora