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Nos vemos lá em baixo!
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Na segunda-feira o pai de Kihyun voltou para casa depois de quase dez dias na estrada. Ele estava um pouco mais gordo e parecia não fazer a barba desde que saíra de casa, mas era sempre assim. A vida na estrada não era fácil e nenhum deles esperava que o homem voltasse tão aparentemente bem quanto saiu.
— Sabe do que eu mais senti falta? — Ele disse, enquanto a Sra Yoo alimentava a mesa do café da manhã com mais uma porção de kimchi. — Do meu chuveiro. De poder tomar um banho quente pelo tempo que eu quiser, é disso que eu mais sinto falta.
— Eu achei que você sentisse falta da gente. — A esposa comentou, de um jeito um pouco mais sério, e todos na mesa se entreolharam.
— Mulher, eu achei que já estivesse claro que vocês sempre serão minha prioridade e que era óbvio que eu sentia mais a falta de vocês. — Ele sorriu para os filhos e comeu mais uma porção. — Como as coisas andaram enquanto eu estive fora?
O pai não sabia de tudo o que acontecia dentro daquela casa. Na verdade, ele não sabia da missa a metade, e sua mãe fazia questão de nunca dizer ao homem o que havia acontecido naquela família sete anos antes. Ele sabia da inclinação de Kihyun à "atitudes erradas", mas duvidava muito que ele soubesse, de fato, que essa inclinação era homossexual.
E ainda que o homem não soubesse de nada, aquilo ainda o feria um pouco.
Entretanto, em momentos como aquele, Kihyun tinha vontade de dizer à ele. Tinha vontade de olhar nos olhos do pai e dizer a verdade, pois sabia que o homem simplesmente... o aceitaria. Ele tinha essa convicção tão forte que, naquele momento, a barriga até gelou pela vontade que sentiu.
O Sr Yoo era um homem simples, estranhamente submisso à esposa − embora a mulher jurasse de pé junto que ele era o dono da casa −, mas não era apegado a religião como ela. Ele aceitava as coisas que ela dizia e os filhos tinham a absoluta certeza que era pura e simplesmente para evitar a fadiga, não se relacionando ao fato de concordar com a matriarca.
E por isso nunca havia insistido no que dizia respeito à Kihyun. Havia dito amém para todas as decisões da esposa, já que nunca estava em casa e acreditava, de verdade, que ela sabia o que era melhor para os meninos.
Se ela dizia que era perigoso para Kihyun dirigir, ele concordava. Se ela dizia que era melhor ele não ir pra faculdade e se ocupar com a igreja, ele concordava, ainda que não achasse que de fato era a melhor escolha, tudo isso por eu ele nunca estava lá e ela nunca se ausentava.
Ele fazia e sempre faria todo o possível pela família, mas raramente conseguia estar presente, afinal era o único da casa que trabalhava. E era graças à ele que eles possuíam uma vida boa e tranquila.
— Nada demais, querido. — Respondeu a mulher, também se sentando à mesa, coisa que não acontecia quando o pai não estava lá. Eles nunca se sentavam só os três; era desesperador. — Os meninos continuam indo bem nos estudos e eu estou focada em auxiliar nos preparativos para a quermesse da igreja.
— Ela tem passado tempo demais lá. — Sewoon comentou, baixinho, mas Kihyun ouviu. E sabia que o garoto desconfiava de alguma coisa que não dizia à ninguém, nem à ele.
— Oh! — O homem limpou a boca e sorriu. Poucas coisas eram mais aconchegantes que aquele homem sorrindo por coisas tão pequenas. — Como o ano passou depressa... já estamos em época de quermesse?
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BRING THE HEAVEN | changki
FanficYoo Kihyun era um bom garoto. Nascido e criado em um ambiente altamente religioso, ele havia desistido de sua liberdade quando percebeu que possuía pecados grandes demais para sua força de vontade. Por isso não seria surpresa que Changkyun, um vete...