Capítulo Trinta e Oito

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Nos vemos lá em baixo!

*

Na segunda-feira o pai de Kihyun voltou para casa depois de quase dez dias na estrada. Ele estava um pouco mais gordo e parecia não fazer a barba desde que saíra de casa, mas era sempre assim. A vida na estrada não era fácil e nenhum deles esperava que o homem voltasse tão aparentemente bem quanto saiu.

— Sabe do que eu mais senti falta? — Ele disse, enquanto a Sra Yoo alimentava a mesa do café da manhã com mais uma porção de kimchi. — Do meu chuveiro. De poder tomar um banho quente pelo tempo que eu quiser, é disso que eu mais sinto falta.

— Eu achei que você sentisse falta da gente. — A esposa comentou, de um jeito um pouco mais sério, e todos na mesa se entreolharam.

— Mulher, eu achei que já estivesse claro que vocês sempre serão minha prioridade e que era óbvio que eu sentia mais a falta de vocês. — Ele sorriu para os filhos e comeu mais uma porção. — Como as coisas andaram enquanto eu estive fora?

O pai não sabia de tudo o que acontecia dentro daquela casa. Na verdade, ele não sabia da missa a metade, e sua mãe fazia questão de nunca dizer ao homem o que havia acontecido naquela família sete anos antes. Ele sabia da inclinação de Kihyun à "atitudes erradas", mas duvidava muito que ele soubesse, de fato, que essa inclinação era homossexual.

E ainda que o homem não soubesse de nada, aquilo ainda o feria um pouco.

Entretanto, em momentos como aquele, Kihyun tinha vontade de dizer à ele. Tinha vontade de olhar nos olhos do pai e dizer a verdade, pois sabia que o homem simplesmente... o aceitaria. Ele tinha essa convicção tão forte que, naquele momento, a barriga até gelou pela vontade que sentiu.

O Sr Yoo era um homem simples, estranhamente submisso à esposa − embora a mulher jurasse de pé junto que ele era o dono da casa −, mas não era apegado a religião como ela. Ele aceitava as coisas que ela dizia e os filhos tinham a absoluta certeza que era pura e simplesmente para evitar a fadiga, não se relacionando ao fato de concordar com a matriarca.

E por isso nunca havia insistido no que dizia respeito à Kihyun. Havia dito amém para todas as decisões da esposa, já que nunca estava em casa e acreditava, de verdade, que ela sabia o que era melhor para os meninos.

Se ela dizia que era perigoso para Kihyun dirigir, ele concordava. Se ela dizia que era melhor ele não ir pra faculdade e se ocupar com a igreja, ele concordava, ainda que não achasse que de fato era a melhor escolha, tudo isso por eu ele nunca estava lá e ela nunca se ausentava.

Ele fazia e sempre faria todo o possível pela família, mas raramente conseguia estar presente, afinal era o único da casa que trabalhava. E era graças à ele que eles possuíam uma vida boa e tranquila.

— Nada demais, querido. — Respondeu a mulher, também se sentando à mesa, coisa que não acontecia quando o pai não estava lá. Eles nunca se sentavam só os três; era desesperador. — Os meninos continuam indo bem nos estudos e eu estou focada em auxiliar nos preparativos para a quermesse da igreja.

Ela tem passado tempo demais lá. — Sewoon comentou, baixinho, mas Kihyun ouviu. E sabia que o garoto desconfiava de alguma coisa que não dizia à ninguém, nem à ele.

— Oh! — O homem limpou a boca e sorriu. Poucas coisas eram mais aconchegantes que aquele homem sorrindo por coisas tão pequenas. — Como o ano passou depressa... já estamos em época de quermesse?

BRING THE HEAVEN | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora