Capítulo Três

3.9K 593 548
                                    

Deixa um votinho 🌹

Nos vemos lá em baixo!

*

A sexta feira começou tranquila. A viagem até Mulbang-ul foi regada à boas conversas e ele não se sentiu nervoso quando montou sua mala antes de sair de casa, mesmo que dentro dela existisse a roupa que usaria na festa naquela noite.

Kihyun não sabia se se sentia vitorioso em conseguir fazer algo sem se sentir sufocado, ou se ficava desesperado pela mentira estar se tornando algo natural.

Ele achou que morreria durante a aula de matemática, entretanto as coisas melhoraram bastante quando a professora de desenho artístico transformou a sala em um ambiente extremamente confortável até mesmo para ele, que andava estranhando tudo.

Jeonghan fez origamis de tsurus durante toda a primeira aula e com frequência fazia piadas, mas quando foi questionado por um dos professores, respondeu à questão com tanto louvor que nem mesmo Kihyun, que anotava cada palavra, conseguiria explicar.

— Você é alguma espécie de gênio? — A única resposta que recebeu foi um sorriso debochado e um tsuru perfeitamente bem dobrado.

Durante o almoço, Kihyun se sentou de frente para Jeonghan e Jeongyeon, que tagarelava tão animadamente sobre a bendita festa que Kihyun passou a odiá-la menos e a se questionar mais, principalmente depois que Changkyun chegou ao refeitório acompanhado de Nayeon e Minhyuk. O bloco de engenharia, direito e pedagogia eram bem próximos, então não era incomum que os três fossem vistos juntos com mais frequência que os demais.

Entretanto, a curiosidade começava à incomodá-lo. De alguma forma, aquele garoto totalmente coberto de tatuagens puxava seus olhos sem qualquer permissão, e Kihyun se pegava observando-o sem que notasse.

Mas Jeongyeon notava.

Por isso quando o sachê de ketchup o acertou em cheio, ele se preparou para reclamar, mas travou antes de qualquer palavra, pois ele reconhecia aquele olhar e a pergunta implícita nele.

— Perdeu alguma coisa na fila do self-service? — Ela arqueou uma sobrancelha e até mesmo Jeonghan se mostrava curioso. — Estou te chamando fazem uns cinco minutos achando que você estava me ouvindo, mas você está aí no mundo da lua.

Jeonghan comeu uma batatinha e sorriu.

— Eu também gosto das tatuagens. — Comentou e Kihyun arregalou os olhos. — Ele chama atenção mesmo, né?

— Eu não sei do que você está falando. — Ele fingiu desinteresse e voltou para seu arroz já frio, sem poder observar o momento em que os outros dois trocaram olhares.

— Tá tudo bem sentir atração por outro cara, Kihyun. — O menor ficou instantaneamente tenso e demorou para assimilar as palavras que soavam como acusatórias, mesmo que nem de longe fossem. O coração batia tão forte que ele chegou a ofegar um pouco.

Atração.

— Eu não sou gay, Jeonghan.

O silêncio se abateu na mesa enquanto ele encarava o garoto diretamente e Jeongyeon buscou a comida no prato, tentando se manter distante da situação. Ela odiava quando o amigo ficava daquele jeito, e pôde ouvir as bombas explodindo dentro da própria cabeça quando o mais alto soltou aquela frase.

— Eu não disse que você era.

Kihyun manteve o olhar por alguns segundos e o teria desviado por pura vergonha se Jooheon não chegasse de surpresa abraçando Jeongyeon e Jeonghan pelos ombros.

BRING THE HEAVEN | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora