Capítulo Dezesseis

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Nos vemos lá em baixo!

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4 dias depois

Se existia uma coisa em si da qual Kihyun se orgulhava, essa coisa era sua organização e responsabilidade para com os compromissos que assumia. Foi por isso que naquele dia, que seria o primeiro do InterUni, ele levantou mais cedo, imprimiu todos os formulários e horários de jogos, reviu alguns pontos de sua lista de atividades e mais uma vez mandou uma mensagem para o grupo da organização, lembrando a todos sobre a reunião que teriam mais tarde.

Havia sido natural para si auxiliar ao máximo na coordenação. Os outros integrantes da atlética notaram e deixaram que ele fizesse isso, por que ele era muito bom naquilo.

Quando não estava sendo um menino reprimido, Kihyun tinha um espírito de liderança e organização invejáveis. Isso era algo que havia crescido consigo e teve de ser escondido depois de um tempo, para evitar que "lhe julgassem como arrogante e não lhe considerassem apto para o sacerdócio", parafraseando a senhora Yoo.

Uma vez citada a matriarca, é importante falar que faziam alguns dias que ele não falava diretamente com a mãe. Inicialmente por vontade própria, por que falar com ela era doloroso e aversivo, mas depois virou uma punição da própria mulher para com Kihyun: ele havia respondido, sido "mal educado" e não pedira desculpas.

Ela não iria falar com ele à menos que admitisse que estava errado.

E, ainda que fosse doloroso e a ausência da mãe o fizesse sentir culpado, pela primeira vez ele não sentia que estava do lado errado da corda. Não havia feito nada demais e continuava sentindo como se tivesse direito sobre as próprias escolhas.

E essa sensação era libertadora e reconfortante na mesma medida que era culposa e dolorosa.

Jeongyeon havia conversado sobre o assunto com ele naquela semana, o aconselhou em vários níveis e naquele dia, quando pegou carona com ela, cheia de planilhas nos braços e formulários para serem assinados, mais uma vez a garota o aconselhou e deixou que ele desabafasse durante todo o caminho.

— Você devia mesmo procurar ajuda psicológica, Ki. — Disse, pela enésima vez. — Vai te fazer bem, é necessário...

— Você sabe por que não dá.

— Sua mãe não precisa saber. — Ela sussurrou e Kihyun virou em sua direção, chocado. — Eu sei que você vai surtar, mas me escuta. — Ela implorou. Os olhos bonitos observaram Kihyun através do espelho retrovisor. — Na faculdade tem a clínica escola. É gratuito, funciona fora do período de aulas e é extremamente sigiloso. Se você explicar a situação, as estagiárias conseguem te encaixar depois das aulas, eu te espero sem problemas, é só uma hora de atendimento... sua mãe não vai desconfiar e se você não se sentir confortável, pode cancelar as consultas à qualquer momento em multa nenhuma. — Kihyun focou o olhar na estrada à frente e Jeongyeon finalmente o olhou, ansiosa. — Por favor, Ki. Pense só um pouquinho, sim? É pra cuidar da sua própria saúde mental... eu tenho medo que você adoeça de vez.

Kihyun continuou focado na estrada e o silêncio pesado dominou o carro. Estavam quase chegando na universidade, então Kihyun suspirou e lambeu os lábios, tomando, pela primeira vez na vida, uma decisão que contrariava a mãe e favorecia a ele, e somente ele.

— Você me passa o telefone de lá depois?

Jeongyeon abriu um sorriso enorme.

— Eu já tenho um cartão aqui.

BRING THE HEAVEN | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora