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vinte e um

Ben encarava a tela do computador a uns bons minutos, sabia que para desenvolver aquela história seria necessário narra-lá em terceira pessoa, e justamente por isso, pensava em como começaria escrevê-la.

Mas assim que se lembrou de como conheceu Diamond, as palavras certas brotaram em sua mente e ele deu início a sua saga. As frases fluíam de um jeito que ele não sabia explicar, era fato que a menina havia se tornado sua maior inspiração, o jeito que Rowen tinha conquistado um espaço em sua vida era inacreditável. Jones se pegava, diversas vezes, pensando em como seria sua vida se não a conhecesse, não de uma forma dependente, mas sim em relação a tudo o que aconteceu desde que a conheceu, ele se questionava se não tivesse entrado na cafeteria, qual seria o lugar que a encontraria.

O loiro era crédulo da máxima "Quando tem acontecer, não importa a situação, o universo irá conspirar para que aconteça", e justamente isso que tentava imaginar um outro lugar, porém resolveu deixar pra lá, precisava focar no capítulo, em quantas páginas precisaria ter, a média de palavras, quais personagens seriam apresentados de primeira, as interações, nada podia ficar de fora. Decidiu deixar o prólogo para o final, essas coisas era melhor fazer depois, quando a história já estivesse quase toda pronta, mas ele tinha uma mania diferente, escreveu primeiro o epílogo, pois já sabia como o livro terminaria.

Jones não viu a hora passar, já faziam algumas semanas que não trabalhava com Rami na livraria, já que o amigo, havia lhe dispensado gentilmente, com a alegação de que não queria atrapalhar na elaboração de mais uma obra de Benjamin Hardy, ele adorava a forma como seus amigos o entendiam e vice-versa, sabia que podia contar com qualquer um a qualquer momento, até com Gwilym, que chegara por causa de Diamond e Rami, mas que fazia os três se sentirem tão a vontade em sua companhia, que Ben cogitara que eles fossem almas afins.

A porta do quarto fora aberta abruptamente por um Joe, visivelmente preocupado, Ben sorriu e voltou sua atenção para a finalização do terceiro capítulo da obra ainda sem nome.

- Eu não sei qual problema com seu quarto, princesa! Primeiro eu tenho que te tirar daqui pra você ter uma ideia do que escrever e agora, você se tranca nessa caverna novamente, mas dessa vez para escrever. - Mazzello explicou se jogando na cama, perfeitamente arrumada, do melhor amigo. - A propósito, como está o andamento do livro?

- Vou dar início ao quarto capítulo agora, e nem tente ver como está ficando, permaneça aí mesmo. - Ben disse segurando o riso, enquanto Joe se limitou a revirar os olhos e deitar olhando para o teto do quarto.

- Sabe o que eu estava pensando? - Joe perguntou e respondeu assim que jogou a atenção de Ben para si. - Lembra da história que o pai do reizinho contou? Do cara que quebrou uma janela com o braço e tudo mais? - Jones assente tentando entender aonde o melhor amigo queria chegar com aquela história. - Meu pai contou que teve uma festa que ele ficou muito louco e fez exatamente o que o pai do Gwil disse, ele levou 19 pontos, princesa, acredita?

- Ou seja, seu pai era um dos amores de álcool do senhor May. - Jones concluiu sério. - Será que o meu pai lembra de alguma coisa dessa época?

- Se as festas eram tão loucas quanto eles disseram, com toda certeza que o padrinho lembra. - Joseph soltou uma risadinha, pegou seu celular e tirou uma foto de Ben assim que ele se virou.

Joe adorava o canto que Jones tinha designado para escrever em seu quarto, ele estava na medida certa entre o simples e o sofisticado. O painel azul bebê dava um toque único no quarto, nas duas prateleiras o espaço era dividido entre os primeiros exemplares de seus livros, alguns de seus autores preferidos como: Harlan Coben, Patrick Rothfuss, George R.R. Martin e J. R. Tolkien, o notebook ao centro da mesa, uma luminária branca e três porta retratos: Um com seus irmãos, um com seus pais e o ultimo com Joe e Rami, na inauguração da livraria.