Capítulo 28

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Imagem do capítulo ilustrativa

Tive que descer para fazer o almoço e subi com meu prato para o quarto. 
Eu estava decidida que quando ele falasse comigo fosse no meu quarto pois arquestrei um plano.
O começo da minha saída daqui e para prisão dele. Não sei como não tinha pensado nisso antes deveria ter pensado, assim eu teria muitas outras provas contra ele mas também nesse tempo eu poderia ter cometido algum erro que levasse ele a descobrir. 
Não demorou pra eu escutar ele subindo, talvez depois que viu que eu ainda mesmo depois do acontecido, tinha descido para fazer o almoço e lavar o restante da louça ele tenha se acalmado. 
Me levantei da cama e me coloquei em pé ali perto da porta. 
- Jessie... Me desculpe, eu estou tão envergonhado. - ele parou no patente da porta e falou, como eu mesma tinha imaginado. 
- Gary você me deu um murro sem motivo algum. - despachei. 
- Eu sei, eu me alterei e reagi sem pensar. - ele devolveu. 
- Como todas as outras vezes né? Essa não é a primeira nem a décima vez que você me bate e me humilha. - ele abaixou a cabeça e eu continuei: - E algo me faz pensar que não vai ser a última, já faz meses que você me bate e espanca sem motivo eu faço tudo que posso e mesmo assim você nunca se vê satisfeito. - forcei o choro. 
- Me perdoa! Eu prometo que vou melhorar. - ele fala como Scott falava antes, a diferença era que o Scott eu sabia que podia mudar já o Gary não tem salvação.
- Gary, tenho dificuldades de acreditar nisso e outra, há meses que estou trancafiada nessa casa mesmo que eu mostre que você pode confiar em mim. - como ele não respondeu, falei: - Eu só não quero que você me bata, queria que você fosse como era antes no começo do nosso relacionamento quando eu ainda era só uma estudante e você também. 
Agora ele estava olhando diretamente nos meus olhos e sorrindo:
- Vou melhorar por você, e eu esperei tanto para poder ouvir isso de você. - ele se aproximou. - Pars comemorar o começo das nossas vidas, irei te levar hoje em um jantar. - ele pousou um beijo na minha testa e saiu. 
Agora eu estava me sentindo frustrada, não imaginava que tudo que ele queria era uma confissão de amor da minha parte invés de fazer tudo que ele queria.  
Enfim, consegui o que eu queria. 

Me deitei ao lado do notebook e parei a gravação, abaixei o volume pra me certificar que tinha gravado tudo perfeitamente. 
Estava tudo em ordem e finalmente eu tinha uma confissão em vídeo dele. 
Todas as vezes que ele me bateu e que eu tinha acesso ao notebook, eu tirava uma foto. Como ele vasculhava todos os dias, eu guardava tudo em uma pasta escondida no windows, nunca tive a chance nem me veio a cabeça gravar. Ele tinha apagado a foto do primeiro murro, que eu tirei com meu celular mas agora eu tinha tudo detalhadamente em vídeo, não tinha como ele persuadir a polícia quando eu escapasse daqui. Eu tinha provas que são mais que suficientes para prissão dele. 

Eu estava tão feliz que não conseguia esconder, por sorte ele está pensando que é por causa dele que na verdade é sim, mas não da maneira que ele pensa. 
Desci as escadas quando ele me chamou:
- Jessie, que tal vermos um filme para passar o tempo já que naquele dia acabamos não assistindo? - ele sorriu e eu devolvo.
Concordei e vimos um filme de romance, mas eu nem estava prestando atenção nesse filme patético e sim perdida em meus próprios pensamentos. 
Meu passo a seguir vai ser crucial. Tenho que fazer tudo da melhor forma possível, porque é hoje que quero sair dessa merda e nunca mais ver a cara dele de volta, mesmo que ele voltasse como antes e fizesse tudo conforme tinha que ser, eu não queria. Eu não iria permanecer nessa situação que considero um relacionamento abusivo. 
Sou contra qualquer tipo de traição e relacionamento abusivo. 

Depois que o filme acabou ele começou uma conversa comigo e perguntou sobre o projeto. 
Ele pegou o notebook para procurar as imagens e finalizar o projeto deessa vez deixando eu palpitar sobre como gostaria que ficasse, logo em seguida mandou para o cliente. 
Não demorou muito até ele pagar, Gary pedia metade do dinheiro antes de fazer o projeto e depois o cliente mandava o resto. 
- Podemos usar o dinheiro no nosso jantar hoje. - concordei. 
Eu não sabia como ele conseguia que as pessoas pagassem tão caro para um simples projeto sendo que eu nem sou profissional. 
                                  {•••}
Tomei um banho e tive que colocar um vestido para ir era uma das poucas roupas que ainda servia em mim, também fui obrigada a fazer maquiagem para tampar o roxo dos olhos e passar base em todo meu corpo que ainda estava marcado.
Calcei um tênis, fiz um coque sem jeito e peguei uma bolsa. 
Me aprontei mais cedo pois queria tentar uma coisa. 
Quando eu desci o Gary ficou surpreso:
- Já está pronta? Você nem me avisou que já ia se arrumar. 
- Tudo bem, eu te espero. Vai lá! - sorri e sentei no sofá. 
Assim que tive certeza que ele tinha entrado no banheiro, eu fui logo entrando no quarto dele que ele deixou aberto.  Idiota! 
Quando escutei ele ligar o choveiro, corri pra ver o quadro. 
Tirei-o da parede e não havia nada demais na parede e sim no quadro, um compartimento escondido. 
Não foi difícil descobrir, minha mãe tinha um maior igual a esse, dentro estava as chaves reservas e meu celular. 
Eu peguei apenas o celular, eu não iria precisar das chaves. 
Fechei o compartimento e coloquei o quadro no lugar voltando rapidamente pra sala. 
O celular estava ligado no silencioso, mas não estava conectado na internet e nem com a rede salva. 
Coloquei ele dentro da minha bolsa que também tinha um bolso secreto, decidi por usá-lo para ligar pra polícia no restaurante quando eu fosse ao banheiro assim com pessoas por perto ele não poderia fazer nada contra mim. 

Ele tomou um banho até que rápido e para se arrumar a mesma coisa, dei graças a Deus que tinha sido mais rápida em pegar o celular. 
- Estou bem assim? - ele perguntou dando uma volta. 
- Está ótimo! - sorri. 
Levou uns 20 minutos para chegar ao restaurante, ele tinha escolhido um perto de casa que inclusive já vim com o Scott. 
Assim que entramos, fomos levados para nossa mesa que ficava perto da saída, então eu não teria como fugir apenas usar minha chance de ir ao banheiro e ligar pra polícia. 
Ele pediu o menu e pediu para que eu escolhesse, assim que eu ia chamar o garçom para nos atender, eu vi um rosto familiar que vinha em nossa direção. 
A quem eu fiquei muito feliz em ver. 
- Jessie! - ela me comprimentou e me puxou para m um abraço. - Você não me responde mais, menina! - fez cara de brava. 
- Ôh amiga, me desculpe! Assim que eu puder vou te mandar uma mensagem e você vai lá em casa. - olhei para o Gary e ele parecia insatisfeito. 
- Eu cheguei hoje de miami, te mandei mensagem avisando. - Lisa falou me cutucando. - Vou ficar aqui na casa da minha mãe por um tempo, então trate de me ligar e combinar de nos encontrarmos. 
- Claro! Meu celular quebrou mas te mando mensagem pelo celular do Gary e a gente vê em - sorri pra ela.
Eu não queria tentar nada ali nesse momento, a Lisa estava muito perto dele e eu não tinha confiança de envolver ela nisso sabendo que ele poderia tentar algo e ninguém notar. 
- Ok amiga, então vou te deixar aproveitar seu encontro e vou voltar para o meu. 
Ela se despediu de mim com um abraço e falou que ia passar lá em casa mesmo se eu não ligasse. 
- Por que diabos você convidou ela pra ir lá em casa sem me perguntar o que eu achava? - ele voltou a lançar aquele olhar mortal de sempre. 
- Porque eu não queria ser indelicada e seria estranho, além dela ser minha amiga. Relaxa! 
- Não me manda relaxar! - ele quase gritou. 
Acabei atingindo o leão. Meu Deus! Ele explodia muito sem razão. 
Chamei o garçom, ele anotou nossos pedidos e saiu: 
- Trate de chamar ele de volta! - Gary mais uma vez implicando.
- Por que? - perguntei sem entender. 
- Você não viu o modo que ele te olhou? Quase que flertando com o olhar. - ele chamou o garçom. 
Da onde ele tinha tirado isso? 
- Por favor você pode cancelar nosso pedido? Iremos jantar em outro restaurante. - ele se levantou abruscamente. - Pelo visto o atendimento desse lugar é horrível. 
Antes de sair eu falei que ia ao banheiro e ele me impediu então me desculpei com o garçom antes de sair. 
Olhei para onde a Lisa estava sentada e reconheci a Lydia com ela, fiquei muito confusa por ela não ter ido me comprimentar também.

Lá fora na rua, o Gary começou a falar um monte: 
- Por que você teve que se desculpar com ele? 
- Apenas não quis ser mal educada. - falei.
- Você acha que eu sou trouxa? Eu percebi o olhar dele tanto quanto o seu, faltava você só se jogar em cima dele! - dessa vez ele gritou. 
- Claro que não. Por favor, podemos ir logo para o próximo restaurante? - me virei. 
- Não me dê as costas enquanto estou falando, você sabe que odeio isso. - ele me virou e estava apertando meu braço. 
- Me solta! Você está louco! - puxei meu braço de volta. 
Nisso, ele me deu um murro na cara que me desorientou totalmente me fazendo quase perder o equilíbrio. 
Ouvi uma voz mandando ele não encostar em mim e só vi um vulto pular em cima do Gary, quando eu finalmente voltei a mim só vi o Gary no chão com um homem em cima dele, nem me importei.
Virei-me pra rua, peguei o celular na bolsa e liguei pra polícia. Essa era minha chance! 
Assim que dei minha localização e me virei, percebi que o Gary já estava desacordado porém não estava sangrando nem nada, apenas apagado e o homem se levantou e veio em minha direção. 
Me abraçou e perguntou se eu estava bem, me encontrava sem forças para reagir e o afastar de mim, apenas abaixei minha cabeça no seu ombro e me permiti chorar. 

O ÓDIO E O AMOR andam juntosOnde histórias criam vida. Descubra agora