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Medeiros entra na casa e observa o piso do ambiente que é feito de mármore com duas cores, lembrando um tabuleiro de Xadrez gigante.

O hall tem diversos quadros decorando o ambiente nos dois lados.

As imagens são as mais variadas e vão desde éguas correndo por pastos verdejantes e subindo montanhas, até as mais variadas pinturas modernistas brasileiras feitas por mulheres ou que tenham a figura feminina como tema principal na tela.

No meio do Hall, antes de subir a escada, tem a estátua sagrada de uma deusa.

A imagem tem mais de três metros de altura por dois metros de largura. Toda esculpida a mãos.

Medeiros para na frente dela.

A deusa tem uma coroa que desce até a testa, passando por trás das orelhas e fechando a nuca na base do pescoço.

No ápice da coroa há três pedras preciosas, colocadas na mesma posição e distância.

Elas têm os mesmos diâmetros.

A face da deusa mostra um leve sorriso que transmite paz para quem olha diretamente à ela.

Ela está sentada como se estivesse no chão, tendo uma perna esticada e outra contraída, e suas vestes são coloridas e adornadas com diversos colares também coloridos. 

A deusa tem vinte braços e mãos saindo de um só corpo... Todavia, eles estão simetricamente divididos em dez unidades para cada lado.

Os punhos estão postos de acordo com o que cada mão carrega ou segura. Uma mão segura uma flecha, outra prende o arco.

Medeiros admira a perfeição e também os detalhes que a deusa trás segurando perto de si... Como a espada de guerra, o punhal, a flauta, a comida, a bebida e uma flor de cor rosa que lembra a Lótus sagrada.

Porém o olhar da investigadora, fixa-se no tridente que a deusa está segurando com a mão esquerda... apontando para cima.

Na base onde a imagem está posta, há a seguinte inscrição:

A DEUSA

Medeiros escuta saltos altos descerem pelas escadas existentes por trás da estátua da deusa.

Os degraus largos e pouco elevados, não deixam a pessoa sentir-se cansada, subindo ou descendo as escadas.

Uma mulher negra desponta elegantemente nos degraus de mármores, vestida num terno na cor azul real e tendo por trás de si, um vitral com dois olhos femininos abertos fitando de cima da escada um anjinho no início dela.

— Agente Medeiros é uma honra recebe-la aqui. Meu nome é Jezebel e percebo que a deusa captou sua atenção.

— Sim de fato... Ela é uma obra de arte belíssima. — As duas apertam as mãos.

A mulher faz a honra da casa, deixando que Medeiros passe à sua frente, porém as duas sobem lado a lado.

— A viagem foi boa? — Pergunta Jezebel.

— Sim, graças a Deus.

A mulher abre um sorriso pernóstico, com Medeiros entende o porquê.

Num ambiente que cultua o sagrado feminino, falar o nome de uma divindade masculina pode gerar no mínimo, estranheza.

Porém, Medeiros faz propositalmente para captar o quanto foi incômodo à Jezebel ouvir o que ela respondeu.

Quando terminam de subir a escada, Medeiros depara-se com uma sala ainda maior que a de baixo.

— Eu vou avisa-la que a senhora já se encontra esperando. — Medeiros agradece acenando com a cabeça.

A investigadora olha para o ambiente e perde-se namorando com o recinto governado por livros de todos os tamanhos, cores e línguas.

O móvel onde os livros são guardados, vai do chão ao teto e organizados por datas e ordem alfabéticas dos sobrenomes.

Medeiros olha para cima e surpreende-se com o tamanho do lustre de cristal e ouro.

Ela vai para baixo dele e admira-se com o símbolo maçônico que salta-lhe diante dos olhos.

A investigadora vira-se e ver uma escada de correr presa em cada móvel, facilitando assim para quem quiser pegar um livro na parte mais alta, alcançando sem dificuldade.

O chão é todo alcatifado, o que faz Medeiros sentir uma agradável sensação térmica.

No final do ambiente há dois sofás em "ele" que na sua união formam a letra "U" na frente de uma lareira acesa.

Medeiros olha para o celular, achando estranho Rafael não ter respondido a mensagem que visualizou.

Ela sorrir ao perceber que está sem sinal dentro da casa. E faz um teste tentando abrir qualquer aplicativo do seu Iphone... o que não acontece.

— Agente Medeiros a senhora Karina já está vindo encontrá-la. — Medeiros é informada por uma outra mulher, agora oriental, que usa o mesmo tipo de roupa da anterior.

— Muito obrigado. Qual o seu nome?

— Eva.

— A quanto tempo trabalha para Karina Werner?

— Parece uma eternidade, mas na verdade estou há três anos e meio na empresa.

— Boa tarde Agente Medeiros. É uma prazer recebê-la na minha humilde casa.

Karina Werner está usando um terno branco. Ela é ruiva e está com os seus cabelos grandes presos para trás.

Eva fica no meio delas, igual um juíza de artes marciais, enquanto as duas se encaram.

A Língua de Deus - COMPLETO - 30/10/2019 - +18 Anos. SEM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora